Dá a surpresa de ser

Dá a surpresa de ser É alta, de um louro escuro. Faz bem só pensar em ver Seu corpo meio maduro.

Seus seios altos parecem (Se ela estivesse deitada) Dois montinhos que amanhecem Sem ter que haver madrugada.

E a mão do seu braço branco Assenta em palmo espalhado Sobre a saliência do flanco Do seu relevo tapado.

Apetece como um barco. Tem qualquer coisa de gomo. Meu Deus, quando é que eu embarco? Ó fome, quando é que eu como?

10-9-1930 - Poesias. Fernando Pessoa. (Nota explicativa de João Gaspar Simões e Luiz de Montalvor.) Lisboa: Ática, 1942 (15ª ed. 1995) - 123.

terça-feira, 27 de outubro de 2020

7.ª Arte - Stanley Kramer

Breves palavras sobre o que é para mim, o Cinema. 

Durante os anos da minha juventude houve algo que me despertou o interesse e fez com que a minha ligação com os audiovisuais se tornasse, desde então, preponderante na minha vida. Esse algo foi o Cinema. A chamada 7.ª arte (arte da imagem) que quando dado o nome e na minha modesta opinião, ela reflectia somente a realidade do cinema mudo, por isso “arte da imagem”. Posteriormente a 7.ª arte tornou-se em algo muito mais complexo. A obra/filme tornou-se num conjunto de várias e ricas variáveis: a imagem, o texto, a cenografia, o som, o guarda-roupa, a interpretação, etc.. Tudo isso conglomerado e orientado de alguma maneira, por uma pessoa na arte de dirigir, o realizador. 

Um bom filme, é como uma boa música ou um bom livro, é algo que deve ser visto mais que uma vez, para que nos apercebamos de coisas que numa só, é impossível. Um amante de cinema vê um filme duas, três vezes, para que nele possa visualizar todas essas variáveis de que falei anteriormente. 

Vão passar por aqui alguns realizadores que fizeram e fazem parte do meu imaginário de cinéfilo. Nessa época, quando frequentei as salas de cinema em Lisboa, as filmografias de eleição eram: a italiana, a francesa, a alemã, a sueca, a espanhola, a nipónica, a americana. Mas passarão também, e obviamente, realizadores brasileiros e portugueses 

Esta nova publicação intitulada 7.ª Arte, será muito de uma pequena mostra do que se via cinematograficamente em Lisboa, nos finais da década de 60 e 70, mas não só, porque teremos filmes muito mais actuais !!! Tal qual, como todos vós, me reconhecem como um melómano amador, eu também sou um cinéfilo amador. O que vou trazer aqui foram/são obras que gostei/gosto e vi/revejo, e as minhas escolhas são apenas opiniões e gostos, livres de qualquer pretensiosismo !!! 

No nome do realizador (se estrangeiro) e na maioria dos títulos dos filmes existem “links” para a Wikipedia (versão inglesa), por ser a plataforma mais abrangente e mais completa. Se pretenderem, na coluna esquerda dessas mesmas páginas, em baixo, tem normalmente, a escolha da tradução para a língua portuguesa. 

Do cinema norte-americano trago-vos Stanley Kramer (29-09-1913 – 19-02-2001), realizador com 15 películas como realizador e produtor e 16 como produtor. Dele escolhi 3 filmes que vi.

(1960) Inherit the WindO Vento Será a Tua Herança

(1961) Judgment at NurembergO Julgamento de Nuremberga

(1963) It's a Mad, Mad, Mad, Mad WorldO Mundo Maluco

(1968) Entrevista com Stanley Kramer

 

15 comentários:

  1. Desses todos só vi o 'Julgamento de Nuremberg'.
    Amanhã verei isto com mais atenção.

    Fica bem.

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  2. A NAVE DOS LOUCOS, com Vivien Leigh, Simone Signoret, José Ferrer, Lee Marvin e o fantástico actor austríaco OSKAR WERNER e o inesquecível actor alemão HEINZ RÜHMANN, é o meu filme favorito do realizador norte-americano.

    Infelizmente, continuo sem poder entrar na caixa dos @-mails.

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  3. Guess Who's Coming to Dinner (Adivinha Quem Vem Jantar) é um outro filme realizado por Stanley Kramer com Spencer Tracy, Sidney Poitier e Katharine Hepburn, que eu muito admiro pela maneira que ele apresenta o racismo dos EUA.

    De todos os filmes que vi, gostei menos de It's a Mad, Mad, Mad, Mad World – O Mundo Maluco.

    Não resisto à rubrica a 7.ª Arte e comento sem conta e medida.

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    1. Por acaso, da lista de filmes do realizador, acho que me esqueci desse e que ainda me lembro de o ter visto.
      Teresa obrigado

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  4. O Julgamento de Nuremberga é EXCELENTE.
    Aquele abraço, boa semana

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    1. Sem dúvida, Pedro.
      Como maravilhoso Maximilian Gerhard Schell, vencedor do Oscar de melhor actor.

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    2. No Julgamento de Nuremberga, Marlene Dietrich não se sentiu muito a vontade, já que ela mesma trabalhava contra os nazistas, que no filme ela defende, mas mesmo assim encarou tudo com o profissionalismo com o qual já era conhecida.

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    3. Profissionais devem vestir sempre a camisola para quem trabalham. Eu também já estive numa situação idêntica, não dessa natureza política e muito complexa do ponto de vista humano, mas uma situação de ter trabalhado em duas empresas concorrentes.
      Teresa obrigado

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  5. Destes todos só vi o Julgamento de Nuremberg.

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  6. O Adivinha quem vem jantar e o Julgamento em Nuremberga vi mas há muitos muitos anos e não guardo já quaisquer memórias, confirmei isso mesmo ao rever as imagens dos trailers.

    Precisava de fazer uma reciclagem por muitos destes filmes...

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    1. Pena que a Televsião oficial não leve uma rúbrica de cinema, com realizadores de outros tempos. Uma rúbrica apresentada por alguém que perceba de cinema e dos filmes aí passados. Hoje somente se liga à guerra de audiências dos programas medíocres em 75% das vezes.
      Clara obrigado

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Eu fiz um Pacto com a minha língua, o Português, língua de Camões, de Pessoa e de Saramago. Respeito pelo Português (Brasil), mas em desrespeito total pelo Acordo Ortográfico de 90 !!!