Dá a surpresa de ser

Dá a surpresa de ser É alta, de um louro escuro. Faz bem só pensar em ver Seu corpo meio maduro.

Seus seios altos parecem (Se ela estivesse deitada) Dois montinhos que amanhecem Sem ter que haver madrugada.

E a mão do seu braço branco Assenta em palmo espalhado Sobre a saliência do flanco Do seu relevo tapado.

Apetece como um barco. Tem qualquer coisa de gomo. Meu Deus, quando é que eu embarco? Ó fome, quando é que eu como?

10-9-1930 - Poesias. Fernando Pessoa. (Nota explicativa de João Gaspar Simões e Luiz de Montalvor.) Lisboa: Ática, 1942 (15ª ed. 1995) - 123.

quinta-feira, 31 de agosto de 2017

Faz Hoje Anos (1) – Van Morrison

Faz hoje 72 anos... Parabéns !!!

Van Morrison (31-08-1945). Do seu álbum “Astral Weeks” editado em Novembro de 1968, a 4ª. faixa “Cyprus Avenue”. Aqui com 25 anos, em 23-09-1970 no Fillmore East, New York.

terça-feira, 29 de agosto de 2017

Fábula Amigos dos Animais


Uauauauauauau…

Elvis: Vê se te calas pá ! O que se passa, desde ontem que não me deixas dormir.

Black: Nem fazes ideia o que me aconteceu.

Elvis: Conta lá, sempre quero ouvir o que te anda a deixar desde ontem tão preocupado.

Black: O meu dono ontem foi a casa de uns amigos que têm uma cadela parecida comigo, loura… muita gira. Vivem num apartamento pequeno, não há espaço sequer para dar uma corrida. Ela confessou-me que anda com problemas nos músculos e nas articulações, porque coitadinha dorme num alcofa na cozinha, ao pé do frigorífico e não consegue fazer um pouco de ginástica, correr.

Elvis: E ela deu-te bola ?

Black: Bola ???

Elvis: Sim, bola !!! Não me digas que não sabes o que é isso. Interessou-se por ti !? Vai possibilitar chegaras-te a ela e haver qualquer coisa entre vocês, quando o teu dono voltar lá a casa dos amigos !?

Black: Não entrei nesses pormenores com ela. Soube que os donos lhe tinham feito uma operação para não poder ter filhos. Compreendes não é ?! O apartamento é pequeno. Eles têm um miúdo e a mulher está grávida e ainda a têm a ela.

Elvis: Puta que os pariu. Então tiraram-lhe o prazer de poder um dia vir a ter filhos e ser mãe ? Grandes cabrões !!! Mas pelos vistos, ficaste a gostar dela, entendi. Apaixonaste-te foi o que foi.

Black: Acho que sim. Gostava de a trazer para o pé de mim, mesmo sabendo que não pode ter filhos.

Elvis: Mas olha lá, tu sabes que nós não temos vontade própria. Mesmo que a queiras trazer para o pé de ti, não és tu que decides isso. Além disso, como é que fazes mostrar ao teu dono que gostas da… como é que ela se chama mesmo ?

Black: Simone !

Elvis: Como é que fazes o teu dono entender que gostas da Simone e queres que ela venha para ao pé de ti ? Estás a ver, não é !

Black: Tens razão. Esta vida de cão que levamos !!!

Elvis: Tenho sempre razão. Sabes uma coisa ? A minha dona anda muito estranha. Trata-me muito bem, mas agora obriga-me a lamber-lhe a mão. Põe um pouco de açúcar e depois manda-me lamber. “Elvis lambe !” diz ela. Todos os dias é isto pelas 9 horas da noite.

Black: Acho que ela vai começar pela mão e depois prepara-te. Eu outro dia bem vi, o meu dono alugou para aí uns filmes esquisitos de pessoas e animais. Eu acho que os seres humanos têm comportamentos muito aberrantes. Não lhes chega terem-se uns aos outros, homens e mulheres. A sociedade deles está mesmo decadente.

“Black ! Black !....”

Black: Olha o meu dono está a chamar-me para ir à rua. Estou aflito desde as 5:00 da manhã. Aqui enfiado nesta varanda onde mal me posso mexer.

Elvis: E eu ?! Bolas ! Ontem acabei por urinar aqui. Se a tua varanda é pequena, imagina a minha. Com a tralha toda do estendal e dos vasos com as plantas. Olha vinguei-me naquela planta ali. Levantei a perna e cá vai disto. Acho que vai morrer. Ehehehehe !!
Olha lá, antes de te ires embora. O teu dono quando vais à rua leva um saco plástico para apanhar a merda que tu fazes ?

Black: Qual quê !? Vai para o outro lado do bairro para eu defecar à vontade junto aos prédios amarelos. Sabes quais são ?! Os passeios andam todos cagados, mas pelos vistos ninguém se importa. Nunca nos ensinaram ou arranjaram, como eles têm, as sanitas, ou lá o que é ! Acho que até saiu uma lei a obrigá-los a apanhar a nossa caca, aquela que fazemos na rua e nos passeios, mas como sabes a fiscalização em Portugal levanta-se tarde

Elvis: Mas olha podia ser pior. Se fossemos gatos castravam-nos logo ! Afinal ainda temos donos nossos amigos.

“Black !... então, já te chamei duas vezes !

Black: Bem até logo. Vou arrear o calhau. Ehehehehe !!!!

sábado, 26 de agosto de 2017

Ennio Morricone (2)

(Dados Biográficos In Wikipédia e/ou In AllMusic.Com - Todos os excertos das biografias foram adaptados e algumas vezes traduzidos por Ricardo Santos)

Aqui durante algumas semanas vão ficar a conhecer algumas (poucas) composições do compositor Ennio Morricone.

Ele compôs e organizou para mais de 500 produções de filmes e televisão. Morricone é considerado um dos compositores de filmes mais influentes e mais vendidos desde o final da década de 1940.

Ele vendeu mais de 70 milhões de discos em todo o mundo, incluindo 6,5 milhões de álbuns e singles em França, mais de três milhões nos Estados Unidos e mais de dois milhões de álbuns na Coréia.

Em 1971, o compositor recebeu o seu primeiro disco dourado para a venda de 1.000.000 de discos em Itália e um "Targa d'Oro" para as vendas mundiais de 22 milhões.

Ennio Morricone (10-11-1928)

A Fistful of Dollars (1964), interpretada pela “Austin Civic Orchestra”.


A Pistol for Ringo (1965),  interpretado por Maurizio Graf.


Se Telefonando (1966), interpretado por Mina.

quarta-feira, 23 de agosto de 2017

David Fonseca – Nascidos Aqui (10)

(Dados Biográficos In Wikipédia e/ou In AllMusic.Com - Todos os excertos das biografias foram adaptados e algumas vezes traduzidos por Ricardo Santos)

David Fonseca (14-07-1973)

U Know Who I Am, do álbum “Between Waves” de 2009.


Chama-me Que Eu Vou (2015)


Só Uma Canção No Mundo


Futuro Eu, do álbum com o mesmo nome de 2016.

sexta-feira, 18 de agosto de 2017

Google - Interacção Humorística (164)

Em 04-06-2012. Obrigado.

O Google...

O rapaz chega ao pé da rapariga e pergunta-lhe:
- A menina por acaso não se chama Google ?

Ao que ela responde:
- Não, porquê ?

- É que a menina tem tudo o que eu procuro !

terça-feira, 15 de agosto de 2017

Jazz Standards (165)

(Dados Biográficos In Wikipédia e In AllMusic.Com - Todos os excertos das biografias foram adaptados e algumas vezes traduzidos por Ricardo Santos)

(Sobre o tema em questão, algumas palavras retiradas de “in
http://www.jazzstandards.com/compositions/index.htm” - adaptação e tradução por Ricardo Santos)

Get Happy (#169) - Música de Harold Arlen e Letra de Ted Koehle
A vocalista Ruth Etting apresentou "Get Happy" no espectáculo da Broadway “9:15 Revue”, em 1929. No ano seguinte, a música apareceu nas tabelas de vendas:

Nat Shilkret e a Orquestra Victor (1930, Phil Dewey, Frank Luther, Leo O'Roarke, vocal, Nº. 6)
Frankie Trumbauer e a sua orquestra (1930, vocal, Nº.15)

"Get Happy" foi a primeira colaboração entre Harold Arlen e Ted Koehler. Reunido no escritório editorial Remick em Nova York, Arlen tocou a sua composição sem título no piano para Koehler ouvir. De acordo com a biografia de Edward Jablonski, “Harold Arlen: Rhythm, Rainbows & Blues”, Koehler percebeu que Arlen era um músico nato, e um excelente pianista com um dom para a composição". Após a actuação de Arlen, Koehler começou a formular a letra para a música.

Judy Garland (Grand Rapids, Minnesota, EUA, 10-06-1922 - Londres, 22-06-1969) – Em 1950


Bud Powell (New York, 27-09-1924 – New York, 31-07-1966) - Paris (França) em Dezembro de 1959. Com ele, o baterista Kenny Clarke, e o contrabaixista francês Pierre Michelot.


JJ Johnson (Indianapolis, Indiana,EUA 22-01-1924 - 04-02-2001) e Clifford Brown (Wilmington, Delaware, EUA, 30-10-1930 - Bedford, Pennsylvania,  EUA, 26-06-1956) – Com Percy Heath (contrabaixo), Kenny Clarke (bateria), John Lewis (piano), Jimmy Heath (saxofones tenor e barítono), Jay Jay Johnson (trombone) e Clifford Brown (trompete).


Frank Sinatra (Hoboken, EUA, 12-12-1915 — Los Angeles, EUA, 14-05-1998) – da colecção de 3 CD “Absolutely Essential”.


Letra

Pack up your troubles and just get happy
Ya better chase all your cares away
Sing Hallelujah, come on get happy
Get ready for the judgment day
The sun is shining, come on get happy
The Lord is waiting to take your hand
Shout Hallelujah, come on get happy
We're going to the Promised Land
We're heading 'cross the river
Gonna wash our sins in the tide
It's all so peaceful
On the other side
Forget your troubles and just get happy
Ya better chase all your cares away
Sing Hallelujah, c'mon get happy
Get ready for the judgment day
The sun is shining, come on get happy
The Lord is waiting to take your hand
Shout Hallelujah, come on get happy
We're going to the Promised Land
We're heading 'cross the river
Wash our sins away in the tide
It's all so peaceful
On the other side
We're heading 'cross the river
Wash our sins away in the tide
It's all so peaceful
On the other side
Forget your troubles and just get happy
Ya better chase your cares away!
Sing Hallelujah, come on get happy
Get ready for the judgment day

Lamento, algumas eventuais falhas nas letras, encontradas na Internet, devido à própria improvisação dada pelos seus intérpretes, e muitas vezes de difícil entendimento. (Ricardo Santos).

sábado, 12 de agosto de 2017

Eyes Thru Glass (22) – Basílica da Estrela

Aqui neste blogue e no “Eyes thru Glass“ mostro aquilo que os meus olhos vêem, através da objectiva.

Aqui ficarão somente as fotos, sem texto ficcional e sem música, apenas uma breve introdução, onde são tiradas e quando, e eventualmente alguma especificação técnica. Cliquem sobre a primeira foto para poderem vê-las em formato maior.

No dia 14 de Agosto de 2016, fiz umas quantas fotos da célebre Basílica da Estrela em Lisboa. 













quarta-feira, 9 de agosto de 2017

Moody Blues (2)

(Dados Biográficos In Wikipédia e/ou In AllMusic.Com - Todos os excertos das biografias foram adaptados e algumas vezes traduzidos por Ricardo Santos)

Os “Moody Blues” foram um grupo que segui até 1971, com o álbum “Seventh Sojourn”. Até aí ouvi e coleccionei os “vinil”, depois, somente os segui, amiúde. Hoje tenho toda a discografia deles. Sempre me agradaram bastante, pela sua música trabalhada e muito bem executada, muitas das vezes acompanhada por orquestra. Por aqui no “O Pacto Português”, e durante algumas semanas (um álbum por semana, até ao “Seventh Sojourn), vou dar-vos um pouco das melodias e do “Rock” deste agrupamento, e também algumas palavras sobre os “MB” (biografia) e análise dos álbuns por críticos musicais. A análise dos álbuns dos “Moody Blues” foram traduzidas do sítio do AllMusic.com e da Wikipedia (versão inglesa). Não sei as análises da AllMusic.com,  são da época ou actuais, mas valem o que valem e como sempre tenho dito, sou um melómano amador e não sei ler uma pauta musical, embora tenha a certeza que não conseguiria viver sem ela.

The Moody Blues (Birmingham, Maio 1964 – 20xx)

The Moody Blues são uma banda de Rock Inglês. Entre algumas das suas inovações para a época conta-se com a fusão com a música clássica. Isto é evidente, e principalmente, no excelente álbum, de 1967, “Days Of Future Passed”.
The Moody Blues venderam mais de 70 milhões de álbuns em todo o mundo e obtiveram 14 discos de ouro e platina. A partir de 2012 eles permanecem activos, com um membro da banda original de 1964, John Lodge, e mais dois a partir da linha 1967, Justin Hayward e Graham Edge.
Discografia:

The Magnificent Moodies (1965)
Days of Future Passed (1967)
In Search of the Lost Chord (1968)
On the Threshold of a Dream (1969)
To Our Children's Children's Children (1969)
A Question of Balance (1970)
Every Good Boy Deserves Favour (1971)
Seventh Sojourn (1972)
Octave (1978)
Long Distance Voyager (1981)
The Present (1983)
The Other Side of Life (1986)
Sur la Mer (1988)
Keys of the Kingdom (1991)
Strange Times (1999)
December (2003)

Etiquetas - Decca, Deram, Threshold, Polydor, Universal, Ark 21, Eagle, Image.
Membros actuais - Graeme Edge, John Lodge e Justin Hayward.
Membros anteriores - Ray Thomas, Michael Pinder, Denny Laine, Clint Warwick, Rodney Clark e Patrick Moraz.



Álbum (vinil) - Days Of The Future Passed (1967), Deram Stereo SML 707,  Crítica (Review, by Bruce Eder). Gravado entre 8 de Outubro e 3 de Novembro de 1967. Editado em 11 de Novembro de 1967.

Este álbum marcou a estreia oficial da era psicadélica dos Moody Blues; embora tivessem feito um par de “singles”, a partir de 1966, já com membros Justin Hayward e John Lodge, a obra “Days of Future Passed” foi muito mais ousada e ambiciosa. Surpreendeu e deliciou pela primeira vez todos, na conjugação de sons entre a “London Festival Orchestra” e os Moody Blues, sem comprometer ou fazer ambos perderem-se na exuberante mistura musical. Isto aconteceu porque eles vieram para este álbum com o mais forte e coeso conjunto de temas, feitos até então, na sua curta história. Depois de terem passado o ano anterior a trabalhar arduamente e a emendar erros e defeitos, até que chegaram aqui. A “Decca Records” queria uma versão Rock da sinfonia do “Novo Mundo” ("New World Symphony") de Anton Dvorak, porque queria mostrar a sua tecnologia estéreo de som melhorada. Mas a pedido da banda, o produtor Tony Clarke (com o engenheiro de som Derek Varnals, e mais a sua cumplicidade) sequestrou o projecto e, em vez cortar o repertório do grupo, com o maestro e orquestrador, Peter Knight, adicionou o acompanhamento de orquestra e concebeu as secções de ligação entre as músicas de abertura, a grandiosidade do álbum, e a música de encerramento. A editora não sabia o que fazer com o álbum resultante, que não era nem “Clássico” nem “Pop”, mas após o seu lançamento em Dezembro de 1967, o público encontrou o caminho para ele e para o adquirir, tendo sido considerado, como uma das primeiras peças com uma imensa orquestração, um álbum de “Rock Psicadélico”, na esteira do álbuns dos “Beatles”, “Sgt. Pepper's Lonely Hearts Club Band” e “Magical Mystery Tour”. Além do mais, era um refrescante original, ao invés de uma tentativa de imitar os Beatles. Prensado entre o lirismo lúdico do tema "Another Morning" e o misticismo da composição "The Sunset", e músicas como "Tuesday Afternoon" e "Twilight Time" (que se mantiveram no repertório em concerto, durante três anos), foram batendo os “roqueiros” dentro do ambiente psicadélico britânico, com este som verdadeiro e original da banda. Com "Tuesday Afternoon" e "Nights In White Satin" para impulsionar as vendas, “Days of Future Passed” tornou-se um dos documentos que definem o florescimento da era psicadélica, e um dos álbuns mais populares da sua época. No CD, tecnicamente, a história foi bastante irregular, quando em 1997, foi regravado a partir do original pela “Polygram” e somente quando do 40º. Aniversário dos “Moody Blues”, a versão DVD Audio tenha finalmente melhorado, substancialmente, o álbum.

Formação do álbum “Days Of Future Passed": Justin Hayward (vocais e guitarra), Mike Pinder (vocais e teclas), Ray Thomas (vocais, flauta e percussão), Graeme Edge (vocais, bateria e percussão) e John Lodge (vocais e baixo).
Melhor classificação, Álbum: 3º. Lugar “Billboard 200” em 1972 e Tema “Nights In White Satin” 2º. Lugar “Billboard Hot 100” em 1972.
         
Moody Blues (1964)

The Day Begins and Dawn is a Feeling, de Mike Pinder.



Another Morning, de Ray Thomas.


Forever Afternoon (Tuesday?), de Justin Hayward. Aqui no Festival da Ilha de Wight.


Nights In White Satin, de Justin Hayward. Video oficial da composição de 1967.