Dá a surpresa de ser

Dá a surpresa de ser É alta, de um louro escuro. Faz bem só pensar em ver Seu corpo meio maduro.

Seus seios altos parecem (Se ela estivesse deitada) Dois montinhos que amanhecem Sem ter que haver madrugada.

E a mão do seu braço branco Assenta em palmo espalhado Sobre a saliência do flanco Do seu relevo tapado.

Apetece como um barco. Tem qualquer coisa de gomo. Meu Deus, quando é que eu embarco? Ó fome, quando é que eu como?

10-9-1930 - Poesias. Fernando Pessoa. (Nota explicativa de João Gaspar Simões e Luiz de Montalvor.) Lisboa: Ática, 1942 (15ª ed. 1995) - 123.

domingo, 29 de abril de 2018

CinemaScope (14)

Retomo uma rúbrica que existia neste blogue, em rodapé e que possivelmente passou despercebida a muitos que me visitavam, por estar mesmo lá no fim da minha página.

É música claro ! O que estavam à espera ?

São composições que me dizem muito, porque sou um romântico e um eterno apaixonado por música, pelas outras artes, pela humanidade, pelos amigos que encontrei na blogosfera, pela Natureza, pela vida, no fundo, pelas coisas boas desta sociedade em que vivemos.

Desta vez os registos, enquanto não apagados ou eliminados do Youtube, ficarão por cá, com uma única etiqueta “CinemaScope”.

De-Phazz (1997) – “Jazz Music”, do álbum “Godsdog”, de 1999

quinta-feira, 26 de abril de 2018

Sétima Legião (12) Cantigas do Maio

(Dados Biográficos In Wikipédia e/ou In AllMusic.Com - Todos os excertos das biografias foram adaptados e algumas vezes traduzidos por Ricardo Santos)

Músicas do CD Duplo “Os Filhos da Madrugada” editado em 27 de Abril de 1994, onde o Grande José Afonso, foi homenageado pelos artistas das principais bandas portuguesas. É também a minha homenagem a esta figura IMPORTANTÍSSIMA na vida musical portuguesa e no respeito que demonstrava e defendia pela liberdade de todos os cidadãos.

José Manuel Cerqueira Afonso dos Santos (Aveiro, 02-08-1929 – Setúbal, 23-02-1987)


Desenho meu, feito a lápis de carvão, no ano de 1988, após a morte do Artista




Eu fui ver a minha amada
Lá p'rós baixos dum jardim
Dei-lhe uma rosa encarnada
Para se lembrar de mim

Eu fui ver o meu benzinho
Lá p'rós lados dum passal
Dei-lhe o meu lenço de linho
Que é do mais fino bragal

Minha mãe quando eu morrer
Ai chore por quem muito amargou
Para então dizer ao mundo
Ai Deus mo deu Ai Deus mo levou

Eu fui ver uma donzela
Numa barquinha a dormir
Dei-lhe uma colcha de seda
Para nela se cobrir

Eu fui ver uma solteira
Numa salinha a fiar
Dei-lhe uma rosa vermelha
Para de mim se encantar

Minha mãe quando eu morrer
Ai chore por quem muito amargou
Para então dizer ao mundo
Ai Deus mo deu Ai Deus mo levou

Eu fui ver a minha amada
Lá nos campos eu fui ver
Dei-lhe uma rosa encarnada
Para de mim se prender

Verdes prados, verdes campos
Onde está minha paixão
As andorinhas não param
Umas voltam outras não

Minha mãe quando eu morrer
Ai chore por quem muito amargou
Para então dizer ao mundo
Ai Deus mo deu Ai Deus mo levou

domingo, 22 de abril de 2018

GNR (Grupo Novo Rock) – Nascidos Aqui (16)

(Dados Biográficos In Wikipédia e/ou In AllMusic.Com - Todos os excertos das biografias foram adaptados e algumas vezes traduzidos por Ricardo Santos)

GNR (1980) – GNR (sigla de Grupo Novo Rock) é uma banda portuguesa de “pop rock”, formada no Porto, em 1980, por Alexandre Soares (vocal e guitarra), Vitor Rua (guitarra) e Tóli César Machado (bateria). Inobstante de o grupo ter surgido com o "boom do rock português", os membros consideram que estiveram à margem do fenómeno, pois quebraram barreiras e criaram uma nova sonoridade em Portugal. Actualmente a banda é constituída por Tóli César Machado (guitarra, teclas e acordeão), Jorge Romão (baixo) e Rui Reininho (vocal).

Este sempre foi o meu grupo português, de “rock”, preferido !

Dunas, do álbum “Os Homens Não Se Querem Bonitos” de 1985.


Sangue Oculto, do álbum “Rock in Rio Douro”, de 1992.


Tirana, do álbum “Mosquito” de 1998.


Asas (eléctricas), do álbum “Popless”, de 2000.

sábado, 21 de abril de 2018

Faz Hoje Anos (31) – Charles Mingus

Faz hoje 96 anos... Parabéns !!!

Charles Mingus (22-04-1922 – 05-01-1979) – a composição “Devil's Blues”, ao vivo, Montreux em 20 de Julho de 1975. Com Charles Mingus (contrabaixo), George Adams (saxofone tenor e vocais), Don Pullen (piano), Jack Walrath (trompete) e Dannie Richmond (bateria). Constante nos álbuns “Charles Mingus Quintet” de 1976 e “Charles Mingus Quintet” de 1975.

quinta-feira, 19 de abril de 2018

Moody Blues (8)

(Dados Biográficos In Wikipédia e/ou In AllMusic.Com - Todos os excertos das biografias foram adaptados e algumas vezes traduzidos por Ricardo Santos).

Hoje a última publicação, trabalhada por mim, sobre os Moody Blues que foram um grupo que mostrou sempre o Mundo tal qual ele é, e também aquilo porque eles sempre lutaram: Paz, Dignidade e Respeito entre os Seres Humanos.
Um dos Grandes e dos Melhores Grupos de Toda a História do Rock.

Os “Moody Blues” foram um grupo que segui até 1971, com o álbum “Seventh Sojourn”. Até aí ouvi e coleccionei os “vinil”, depois, somente os segui, amiúde. Hoje tenho toda a discografia deles. Sempre me agradaram bastante, pela sua música trabalhada e muito bem executada, muitas das vezes acompanhada por orquestra. Por aqui no “O Pacto Português”, e durante algumas semanas (um álbum por semana, até ao “Seventh Sojourn), vou dar-vos um pouco das melodias e do “Rock” deste agrupamento, e também algumas palavras sobre os “MB” (biografia) e análise dos álbuns por críticos musicais. A análise dos álbuns dos “Moody Blues” foram traduzidas do sítio do AllMusic.com e da Wikipedia (versão inglesa). Não sei as análises da AllMusic.com,  são da época ou actuais, mas valem o que valem e como sempre tenho dito, sou um melómano amador e não sei ler uma pauta musical, embora tenha a certeza que não conseguiria viver sem ela.

The Moody Blues (Birmingham, Maio 1964 – 20xx)

The Moody Blues são uma banda de Rock Inglês. Entre algumas das suas inovações para a época conta-se com a fusão com a música clássica. Isto é evidente, e principalmente, no excelente álbum, de 1967, “Days Of Future Passed”.
The Moody Blues venderam mais de 70 milhões de álbuns em todo o mundo e obtiveram 14 discos de ouro e platina. A partir de 2012 eles permanecem activos, com um membro da banda original de 1964, John Lodge, e mais dois a partir da linha 1967, Justin Hayward e Graham Edge.

Discografia:

The Magnificent Moodies (1965)
Days of Future Passed (1967)
In Search of the Lost Chord (1968)
On the Threshold of a Dream (1969)
To Our Children's Children's Children (1969)
A Question of Balance (1970)
Every Good Boy Deserves Favour (1971)
Seventh Sojourn (1972)
Octave (1978)
Long Distance Voyager (1981)
The Present (1983)
The Other Side of Life (1986)
Sur la Mer (1988)
Keys of the Kingdom (1991)
Strange Times (1999)
December (2003)

Etiquetas - Decca, Deram, Threshold, Polydor, Universal, Ark 21, Eagle, Image.
Membros actuais - Graeme Edge, John Lodge e Justin Hayward.
Membros anteriores - Ray Thomas, Michael Pinder, Denny Laine, Clint Warwick, Rodney Clark e Patrick Moraz.




Álbum (vinil) - Seventh Sojourn (1972), Threshold THS 7. Gravado entre Janeiro e Maio de 1972 e Setembro de 1972. Editado em 17 de Novembro de 1972.

Mais um álbum com a marga registada dos Moody Blues, a mistura entre o “rock” e uma orquestra. A faixa de abertura, "Lost in a Lost World", de Mike Pinder, lamenta a brutalidade da revolução e refere a tensão racial. Várias músicas contêm referências políticas abertas. "You And Me", como tinha acontecido em "Question", dois anos antes, alude a guerras e conflitos em curso, incluindo o Vietnam. No entanto, embora o álbum mostre preocupações políticas, no documentário de 1990, “The Moody Blues: Legend of a Band”, o baixista John Lodge descreveu "I'm Just a Singer (In a Rock and Roll Band)" como uma resposta aos fãs que erroneamente leram sabedoria semelhante a um guru na letra dos Moodies. Instrumentalmente, o cantor e tecladista, Mike Pinder, além do Mellotron, usou um dispositivo de teclado semelhante chamado Chamberlin.

Formação do álbum “Seventh Sojourn": Justin Hayward (vocais, guitarras), John Lodge (vocais, baixos e guitarra acústica), Ray Thomas (vocais, saxofone, flauta, oboé e pandeireta), Graeme Edge (vocais, bateria e percussão) e Mike Pinder (vocais, harmónica, teclas e sintetizador).
Melhor classificação, Álbum: 1º. Lugar “Billboard 200” em 1972 e tema “Isn't Life Strange”, 29º. Lugar “Billboard Hot 100” em 1972, e o tema “I'm Just a Singer (In a Rock and Roll Band)”, 12º. Lugar “Billboard Hot 100” em 1972.

Lost in a Lost World, de Mike Pinder.


For My Lady, de Ray Thomas, ao vivo e...


… e a versão de estúdio


You and Me, de Justin Hayward e Graham Edge.


I'm Just a Singer (In a Rock and Roll Band), de John Lodge, ao vivo e…


… e a versão de estúdio

segunda-feira, 16 de abril de 2018

Raúl Solnado (2) - A História da Minha Vida

(Dados Biográficos In Wikipédia e/ou In AllMusic.Com - Todos os excertos das biografias foram adaptados e algumas vezes traduzidos por Ricardo Santos)

O grande Raúl Solnado. Embora nunca o tenha conhecido pessoalmente, foi alguém porque quem sempre nutri muita carinho e admiração. Acompanhei a sua carreira de humorista e vi-o algumas vezes no Teatro. Recordo as duas vezes que me lembro melhor. A peça “O Vison Voador” (1969) no desaparecido Teatro Laura Alves, e uma revista, no também desaparecido, Teatro Monumental, chamada “Prá Frente Lisboa”. Lembro-me de uma música que se chamava “Malmequer”, que fez um sucesso estrondoso na época. Também na RTP o segui. Destaco o grande “Zip Zip” (1969) com o Fialho Gouveia e o Carlos Cruz, e o excelente concurso “A Visita da Cornélia” (1977).

Raúl Solnado (19-10-1929 – 08-08-2009) – É um actor, humorista português e apresentador de televisão. Foi galardoado com a Ordem do Infante D. Henrique (OIH)

História da Minha Vida

domingo, 15 de abril de 2018

Faz Hoje Anos (30) – Ulf Wakenius

Faz hoje 60 anos... Parabéns !!!

Ulf Wakenius (16-04-1958), com a composição, por ele escrita, “Blues For Oscar”, dedicada a Oscar Peterson (piano), com quem tocou várias vezes e do álbum “Live From the Swedish Jazz Celebration 2009”.

sexta-feira, 13 de abril de 2018

A Contar pelos Dados (9) – A carta lacrada


A manhã estava fria e o céu coberto de nuvens. O chapéu de detective assentava-lhe que nem uma luva. Jorge pertencia às brigadas da Judiciária, ia fazer cinco anos. Gostava de imitar o vestuário das séries policiais britânicas que passavam na televisão. Acrescentaria um cachimbo à  Sherlock Holmes se fumasse.

Durante estes anos, tinha ficado célebre pelo homicídio da "Casca da banana". Um caso que foi muito badalado na opinião pública e que os "media" encarregaram-se de falar vezes sem conta.

Guedes o seu colega estava atrasado. Tinham que ir conversar com duas pessoas, recolher os seus testemunhos e analisar depois os depoimentos. Olhou para o relógio. Os ponteiros obviamente não estavam parados e desde as 7:00 que Jorge estava a pé. Fez uma cara de quem estava chateado, com a falta de pontualidade do colega.

Por uns segundos abstraiu-se da espera e lembrou-se da carta.
Que carta seria aquela com um lacre em forma de coração ?

Entretanto, o Sol conseguira penetrar através das nuvens. O dia ia ser longo. Ao longe, finalmente, descortinou Guedes em passo apressado.

terça-feira, 10 de abril de 2018

CinemaScope (13)

Retomo uma rúbrica que existia neste blogue, em rodapé e que possivelmente passou despercebida a muitos que me visitavam, por estar mesmo lá no fim da minha página.

É música claro ! O que estavam à espera ?

São composições que me dizem muito, porque sou um romântico e um eterno apaixonado por música, pelas outras artes, pela humanidade, pelos amigos que encontrei na blogosfera, pela Natureza, pela vida, no fundo, pelas coisas boas desta sociedade em que vivemos.

Desta vez os registos, enquanto não apagados ou eliminados do Youtube, ficarão por cá, com uma única etiqueta “CinemaScope”.

Uma das mulheres que actua no excelente grupo irlandês “Celtic Woman”.

Mairead Nesbitt (17-04-1979) - Shenandoah (inícios século XIX)

sábado, 7 de abril de 2018

Xutos e Pontapés (11) Coro da Primavera

(Dados Biográficos In Wikipédia e/ou In AllMusic.Com - Todos os excertos das biografias foram adaptados e algumas vezes traduzidos por Ricardo Santos)

Músicas do CD Duplo “Os Filhos da Madrugada” editado em 27 de Abril de 1994, onde o Grande José Afonso, foi homenageado pelos artistas das principais bandas portuguesas. É também a minha homenagem a esta figura IMPORTANTÍSSIMA na vida musical portuguesa e no respeito que demonstrava e defendia pela liberdade de todos os cidadãos.

José Manuel Cerqueira Afonso dos Santos (Aveiro, 02-08-1929 – Setúbal, 23-02-1987)


Desenho meu, feito a lápis de carvão, no ano de 1988, após a morte do Artista




Cobre-te canalha
Na mortalha
Hoje o rei vai nu
Os velhos tiranos
De há mil anos
Morrem como tu
Abre uma trincheira
Companheira
Deita-te no chão
Sempre à tua frente
Viste gente
Doutra condição
(Refrão)

Ergue-te ó Sol de Verão
Somos nós os teus cantores
Da matinal canção
Ouvem-se já os rumores
Ouvem-se já os clamores
Ouvem-se já os tambores
Livra-te do medo
Que bem cedo
Há-de o Sol queimar
E tu camarada
Põe-te em guarda
Que te vão matar
Venham lavradeiras
Mondadeiras
Deste campo em flor
Venham enlaçdas
De mãos dadas
Semear o amor
(Refrão)

Venha a maré cheia
Duma ideia
P'ra nos empurrar
Só um pensamento
No momento
P'ra nos despertar
Eia mais um braço
E outro braço
Nos conduz irmão
Sempre a nossa fome
Nos consome
Dá-me a tua mão

(Refrão)

quarta-feira, 4 de abril de 2018

Patchworks of Music Glued (9)

...como todas as crianças olhavam as copas das árvores em tempo de guerra, e cantavam em coro uníssono, na esperança que elas impedissem as bombas de caírem. Elas queriam estar protegidas do mal que o próprio homem inflige às sociedades que não sabem o que é viver em Paz.



Foto minha, "batida" em 28 de Outubro de 2017, na Estufa Fria.

Música, do "Pat Metheny Group", extraída do álbum “Secret Story” de Julho 1992, para a etiqueta “Geffen”. A composição “Above The Treetops”, composta por Pat Metheny

segunda-feira, 2 de abril de 2018

Juca Chaves (piadas 2)

(Dados Biográficos In Wikipédia e/ou In AllMusic.Com - Todos os excertos das biografias foram adaptados e algumas vezes traduzidos por Ricardo Santos)

Embora muitas das piadas e composições do Juca Chaves (Jurandyr Czaczkes Chaves) estejam dirigidas para o público brasileiro e com assuntos relativos ao Brasil, fica aqui a minha homenagem, enquanto vivo, de um dos melhores humoristas brasileiros de todos os tempos. Homem polémico, perseguido muitas vezes pelo poder institucional, com uma graça extrema e algumas vezes ousada.
Aqui ficam algumas das suas mais famosas piadas, do álbum ““Ninguém Segura este Nariz” de 1974”.


Juca Chaves (22-10-1938) – É um compositor, músico e humorista brasileiro...

Samurai Tanaka


Horas tenho


Mutilado de guerra