Dá a surpresa de ser

Dá a surpresa de ser É alta, de um louro escuro. Faz bem só pensar em ver Seu corpo meio maduro.

Seus seios altos parecem (Se ela estivesse deitada) Dois montinhos que amanhecem Sem ter que haver madrugada.

E a mão do seu braço branco Assenta em palmo espalhado Sobre a saliência do flanco Do seu relevo tapado.

Apetece como um barco. Tem qualquer coisa de gomo. Meu Deus, quando é que eu embarco? Ó fome, quando é que eu como?

10-9-1930 - Poesias. Fernando Pessoa. (Nota explicativa de João Gaspar Simões e Luiz de Montalvor.) Lisboa: Ática, 1942 (15ª ed. 1995) - 123.

sexta-feira, 30 de julho de 2021

Discos Vinil (7) Campolide

Nome: Campolide

Autor: Sérgio Godinho

Ano: 1979

Intérprete/s: Sérgio Godinho

Editora: Orfeu

Texto:

O Sérgio Godinho é para mim, um dos melhores compositores de canções de intervenção e que tiveram um papel importantíssimo na história política portuguesa antes e depois do 25 de Abril. Uma poesia sem procura de palavras bonitas, mas que retrata exemplarmente os temas e assuntos das suas composições.

Campolide é um álbum de Sérgio Godinho, lançado em 1979. A capa mostra o autor na gare da estação ferroviária de Campolide, em Lisboa (num edifício mais tarde demolido), sobre cuja parede está colado um cartaz alusivo a uma actuação sua.

(In wikipedia)

Fotos:


Músicas:

Cuidado com as Imitações

Vivo Numa Outra Terra

Arranja-me um Emprego

Mudemos de Assunto

Quatro Quadras Soltas

Le Soleil en Face

Charada 7.º Arte – Bob Fosse (2)

 Fotos e nomes correctos: Ann Reinking e Michael York

1- Janita (Ann Reinking em “O Espectáculo Vai Começar” e Michael York em “Cabaret”)

2- Teresa Hoffbauer (Ann Reinking em “All That Jazz” e Michael York em “Cabaret”)

3- Pedro Coimbra (Ann Reinking em “All That Jazz” e Michael York em “Cabaret”)

4- Manuela (Ann Reinking em “All That Jazz” e Michael York em “Cabaret”) 

Muito Obrigado a Todos Vós pela participação e pelos acertos, que todos conseguiram. A ideia não é ser difícil, mas sim despertar as pessoas a verem bom cinema. Abraço !!!

Próximo realizador, o norte-americano Ron Howard, que anunciarei na Newsletter a data de publicação.

quarta-feira, 28 de julho de 2021

Charada 7.ª Arte – Bob Fosse

Realizador Bob Fosse

Charada com comentários NÃO moderados. Por favor, não coloquem aqui a solução, enviem-na para o meu email: ricardosantos1953@gmail.com

O que têm de fazer:

Em baixo, descobrirem e dizerem-me (mail), ambos os nomes da actriz e do actor e em que filme (pelo menos um!) no qual tenham participado. Não é obrigatório que tenham participado no mesmo filme, mas os filmes têm de ser do realizador em questão.

Ajudas: O número de letras do nome a encontrar, e uma foto um pouco alterada.

Somente aceitarei os nomes correctos com as fotos.

Têm 48 horas para "matar a charada" e três palpites por actriz e outros três por actor.

Depois de amanhã, dia 30, pelas 20:00 publico a solução, bem como os seus participantes.


Actriz, duas palavras (11 letras):

_ _ _   _ _ _ _ _ _ _ _

Actor, duas palavras (11 letras):

_ _ _ _ _ _ _    _ _ _ _

Obrigado

segunda-feira, 26 de julho de 2021

7.ª Arte - Bob Fosse

Breves palavras sobre o que é para mim, o Cinema.

Durante os anos da minha juventude houve algo que me despertou o interesse e fez com que a minha ligação com os audiovisuais se tornasse, desde então, preponderante na minha vida. Esse algo foi o Cinema. A chamada 7.ª arte (arte da imagem) que quando dado o nome e na minha modesta opinião, ela reflectia somente a realidade do cinema mudo, por isso “arte da imagem”. Posteriormente a 7.ª arte tornou-se em algo muito mais complexo. A obra/filme tornou-se num conjunto de várias e ricas variáveis: a imagem, o texto, a cenografia, o som, o guarda-roupa, a interpretação, etc.. Tudo isso conglomerado e orientado de alguma maneira, por uma pessoa na arte de dirigir, o realizador.

Um bom filme, é como uma boa música ou um bom livro, é algo que deve ser visto mais que uma vez, para que nos apercebamos de coisas que numa só, é impossível. Um amante de cinema vê um filme duas, três vezes, para que nele possa visualizar todas essas variáveis de que falei anteriormente.

Vão passar por aqui alguns realizadores que fizeram e fazem parte do meu imaginário de cinéfilo. Nessa época, quando frequentei as salas de cinema em Lisboa, as filmografias de eleição eram: a italiana, a francesa, a alemã, a sueca, a espanhola, a nipónica, a americana. Mas passarão também, e obviamente, realizadores brasileiros e portugueses

Esta nova publicação intitulada 7.ª Arte, será muito de uma pequena mostra do que se via cinematograficamente em Lisboa, nos finais da década de 60 e 70, mas não só, porque teremos filmes muito mais actuais !!!

Tal qual, como todos vós, me reconhecem como um melómano amador, eu também sou um cinéfilo amador. O que vou trazer aqui foram/são obras que gostei/gosto e vi/revejo, e as minhas escolhas são apenas opiniões e gostos, livres de qualquer pretensiosismo !!!

No nome do realizador (se estrangeiro) e na maioria dos títulos dos filmes existem “links” para a Wikipedia (versão inglesa), por ser a plataforma mais abrangente e mais completa. Se pretenderem, na coluna esquerda dessas mesmas páginas, em baixo, tem normalmente, a escolha da tradução para a língua portuguesa.

Do cinema norte-americano trago-vos Bob Fosse (23-06-1927 – 23-09-1987), realizador com 21 películas e 28 galardões. Dele escolhi 3 filmes que vi.

(1972) CabaretCabaret, Adeus Berlim 

(1974) Lenny

(1979) All That JazzAll That Jazz, O Espectáculo Vai Começar

Entrevista com Bob Foss

sábado, 24 de julho de 2021

A Sopa do Pacto (24), músicas

Uma das nossas melhores intérpretes de jazz de sempre

Maria João Beatriz, do álbum “Lobos, Raposas e Coiotes” de 1999.

Mário Laginha Berenice, do álbum “Canções e Fugas” de 2006.

António Pinho VargasTom Waits, composição de homenagem ao compositor Tom Waits. Música constante do álbum As Novas Folhas Mudam de Cor”, de 1987. Aqui gravado de um programa sobre o António Pinho Vargas na RTP2.

Um dos nossos melhores músicos e compositores de música de jazz e não só. Agrada-me completamente a sua música, para além da paixão grande que tenho por pianistas, os temas são todos de uma musicalidade e qualidade soberba. Quem quiser conhecer a sua música de jazz tem pelo menos de conhecer os seus cinco primeiros álbuns:

1983   Outros Lugares;

1985   Cores e Aromas;

1987   As Folhas Novas Mudam de Cor;

1989   Os Jogos do Mundo; e

1991   Selos e Borboletas.

Obrigado António Pinho Vargas

Mónica Ferraz Go Go Go

A Sopa do Pacto (24), solução

Quem participou:

1 – Clara (Maria João, Mário Laginha, António Pinho Vargas e Mónica Ferraz)

2 – Pedro Coimbra (Maria João, Mário Laginha, António Pinho Vargas e Mónica Ferraz)

3 – Janita (Maria João, Mário Laginha, António Pinho Vargas e Mónica Ferraz)

4 – Elvira (Maria João, Mário Laginha, António Pinho Vargas e Mónica Ferraz)

5 – Luísa (Maria João, Mário Laginha, António Pinho Vargas e Mónica Ferraz)

6 – Ana Freire (Maria João, Mário Laginha, António Pinho Vargas e Mónica Ferraz)

7 – Catarina (Maria João, Mário Laginha, António Pinho Vargas, faltou a Mónica Ferraz)

quinta-feira, 22 de julho de 2021

A Sopa do Pacto (24)

“A Sopa do Pacto” é a nova rúbrica, baseada basicamente no passatempo “Sopa de Letras”. Conterá sempre um quadrado, como figura geométrica, de 10x10, e as palavras a adivinhar estarão colocados nas posições utilizadas na comum “sopa de letras”, horizontal, vertical e diagonal, em ambos os sentidos. A “sopa” serão quase sempre 4 (quatro) artistas/grupos do foro musical, ou de outras artes.

Terão de me enviar por mail (ricardosantos1953@gmail.com) o puzzle totalmente solucionado ou o que conseguiram encontrar até ao final do prazo limite, indicando onde se encontram os 4 (quatro) artistas/grupos.

O tempo limite para resolverem a “sopa”, os artistas no puzzle e escolherem as duas canções será de 48 horas. Dúvidas serão aqui respondidas nos comentários.

Peço desculpa, mas a partir de agora a “Sopa do Pacto”, em virtude das alterações ao Blogger que complicam a inserção de videos (embedded code) do Youtube, as escolhas dos trechos musicais serão sempre meus.

A “Sopa do Pacto” número (24) é sobre intérpretes de jazz portugueses, dois instrumentistas e duas cantoras:

Na data limite 24-07-2021 às 20:00, publicarei as soluções; No dia 25-07-2021 às 00:00, publicarei as músicas.

domingo, 18 de julho de 2021

Prémio Valmor, Ano de 1909, Rua Marquês Fronteira 18-28

Encontra-se na Rua Marquês da Fronteira (à esquerda), logo a seguir à transversal para o Palácio da Justiça, e quando se começa a descer em direcção à Avenida António Augusto Aguiar, tendo o “El Corte Inglês” do lado direito. O Palacete encontra-se dentro de uma pequena propriedade fechada ao público. Em virtude disso, as fotografias foram tiradas á distância (estilo “paparazzi”) e não mostram bem o extraordinário edifício que foi Prémio Valmor de 1909.

As fotos são referentes ao ano de 2013, sendo a primeira obtida através do “Google Earth”.

No ano de 1909 foram entregues quatro prémios, três dos quais Menções Honrosas.

Nesse ano o Prémio Valmor coube ao Palacete Mendonça (10), na Avenida Marquês de Fronteira, 18-28, um projecto do arquitecto Miguel Ventura Terra para Henrique José Monteiro Mendonça. Edificado no alto do Parque Eduardo VII e um pouco recuado em relação à via pública possui uma fachada simétrica e de expressão algo italianizante. O júri destacou ainda a “loggia”, afirmando mesmo que «(...) deveria ser mais amplamente adoptado no nosso pais (...)».

Arquitecto Miguel Ventura Terra:


 

Prémios Valmor (1903, 1906, 1909, 1911) e Menção Honrosa (1913)

Arquitecto Miguel Ventura Terra (1866-1919):

“Natural da freguesia de São Pedro de Seixas do Minho, iniciou os seus estudos na Academia Portuense, entretanto Escola de Belas-Artes, que concluiu com a obtenção do diploma de Arquitecto e, em 1886, partiu para Paris, como bolseiro do Governo, após um polémico concurso, reclamado e sanado, onde lhe foi confirmado o primeiro lugar. Nesta cidade, candidatou-se à respectiva Escola de Belas-Artes, tendo ficado entre os cinco primeiros classificados. Discípulo dos notáveis arquitectos Jules André (1) e Victor Laloux (2), durante estes estudos, obteve primeiros prémios, medalhas e menções honrosas que lhe permitiram concorrer à primeira classe dos arquitectos diplomados pelo Governo francês. Em 1895, recebeu o honroso diploma, após defesa de um Projecto do Palácio da Justiça para Lisboa que, entretanto lhe fora encomendado pelo Governo português. Nesse ano foi recebido no “Salon”.

devem-se a Ventura Terra as grandiosas obras do Monte de Santa Luzia, em Viana do Castelo, continuadas, após a sua morte, pelo Arqº. Manuel Nogueira (1883-1953), e, ainda, em Lisboa, a sinagoga israelita Schaare Tiekwa, da Rua Alexandre Herculano, que substituiu a do Beco dos Apóstolos, à Rua das Flores («A Construção Moderna» N.º 97/Ano IV/1903);

Obteve o Prémio Valmor referente aos Anos de 1903, 1906, 1909 e 1911 com as edificações situadas na Rua Alexandre Herculano, N.º 57-57C, Avenida da República, N.º 38, Rua Marquês da Fronteira, N.º 18-28, e Rua Alexandre Herculano N.º 25. Receberia ainda, respeitante a 1913, uma Menção Honrosa do Prémio Valmor pelo prédio situado na Avenida António Augusto de Aguiar, N.º 3-D, onde é hoje a sede da Ordem dos Engenheiros.”

In Bairrada, Eduardo Martins, “Prémios Valmor 1902-1952”, Edição 1988, CML. (sic)*

“http://www.priberam.pt/dlpo/sic” - *sic |sique| (palavra latina)

Advérbio: Sem alteração nenhuma; tal e qual. = assim

(1) - Louis-Jules André ou Jules André é um arquitecto francês, nascido em Paris, a 24-06-1819 e morreu, também em Paris, a 30-01-1890, foi professor de Arquitectura, Prémio de Roma e membro do Instituto de França.

(2) - Victor-Alexandre-Frédéric Laloux (Tours, 15-11-1850 - Paris, 13-07-1937) é um arquitecto francês. 

Acontecimentos Arquitectónicos da década:

1902 - Inauguração do elevador de Santa Justa;

1903 - Publicação do novo regulamento de salubridade para as construções urbanas;

1904 – Aprovação do Plano Geral de Melhoramentos, apresentado pelo engenheiro Ressano Garcia (1847-1911);

1905 – Desenvolvimento das construções ao longo da Avenida Fontes Pereira de Melo e da futura Avenida da República;

1905 - Jardim Zoológico, nas Laranjeiras, Raul Lino;

1907 – Animatógrafo do Rossio;

1908 - Projecto para o Parque Eduardo VII do arquitecto Miguel Ventura Terra.

 

sexta-feira, 16 de julho de 2021

Jazz Standards (204)

(Sobre o tema em questão, algumas palavras retiradas de “in

http://www.jazzstandards.com/compositions/index.htm” - adaptação e tradução por Ricardo Santos)

Royal Garden Blues (#204) - Música de Spencer Williams e Letra de Clarence Williams

Clarence Williams e Spencer Williams não eram parentes, embora ambos tenham nascido em New Orleans com alguns anos de diferença (1898 e 1889, respectivamente). Clarence, não foi apenas um pianista que acompanhou muitos dos cantores de blues como Ethel Waters, Bessie Smith e sua esposa Eva Taylor em suas gravações, mas ele liderou a sua própria orquestra que, ocasionalmente, incluía Louis Armstrong e Sidney Bechet.

...

Louis Armstrong (New Orleans, EUA, 04-08-1901 — New York, EUA, 06-07-1971) - Louis Armstrong e os seus “All Stars” ao vivo, em Berlim, em 1965. Com Arvell Shaw (contrabaixo), Eddie Shu (clarinete e saxofone), Danny Barcelona (bateria), Billy Kyle (piano), Tyree Glenn (trombone) e Louis Armstrong (trompete e vocais).

Sant Andreu Jazz Band (2006) -  dirigida por Joan Chamorro, com Scott Robinson (saxofone baixo), Ricard Gil, Victor Carrascosa e Alba Armengou (trompetes),  Marças Perramon (clarinete), Alba Esteban (saxofone soprano curvo), Max Tato (trombone), Jan Domenech (piano), Carla Motis (banjo) e Ivan Cervantes (bateria)

Bix Beiderbecke (Davenport, Iowa, EUA, 10-03-1903 - Sunnyside, Queens, New York, EUA, 06-08-1931) e His Gang – a orquestra “New Orleans Lucky Seven” conhecida por “His Gang”. Com Bill Rank (trombone), Don Murray (clarinete), Adrian Rollini (saxofone baixo), Frank Signorelli (piano) e Chauncey Moorehouse (bateria). Em 5 de Outubro de 1927.

Count Basie (Red Bank, New Jersey, EUA, 21-08-1905 - Hollywood, Florida, EUA, 26-04-1984) e Oscar Peterson (Montreal, Quebec, Canadá, 15-08-1925 – Mississauga, Ontário, Canadá, 23-12-2007) – Com Niels-Henning Örsted Pedersen (contrabaixo), Count Basie e Oscar Peterson (pianos). Gravado em Praga, Checoslováquia, em 1974.

Letra

No use of talkin' no use of talkin'

You'll start in dog-walkin' no matter where.

There's jazz-copation blues modulation,

Just like a Haitian you'll rip and tear.

Most everybody likes the blues

Here's why I'm ravin', here's why I'm ravin'

If it's blues you are cravin' just come on down.

You'll hear 'em playin', you'll hear 'em playin'

Soon you'll be sayin', "Hon jazz me 'round"

Because your feet they can't refuse.

What's that familiar strain that true blue note refrain

It's drivin' me insane,

Can't keep still, tho' it's against my will;

I'm on my P's and Q's I just can't refuse.

There goes that melody, it sounds so good to me,

And I am up a tree,

It's a shame, you don't know the name;

It's a brand new blues,

The Royal Garden Blues.

Everybody grab somebody and…

Lamento, algumas eventuais falhas nas letras, encontradas na Internet, devido à própria improvisação dada pelos seus intérpretes, e muitas vezes de difícil entendimento. (Ricardo Santos).

quarta-feira, 14 de julho de 2021

Paula Oliveira – Jazz Singers (52)

Paula Oliveira (??-??-19??)

Just In Time (projecto), com António Barros Veloso (piano), Bernardo "Binau" Moreira (contrabaixo), Manuel Jorge Veloso (bateria), Jorge Reis (saxofone), Ricardo Toscano (saxofone),  Bruno Santos (guitarra) e Afonso Pais (guitarra). Gravado no HCP (Hot Clube de Portugal), em 26 e 27 de Setembro de 2014

Memórias Cão, com  Luís Cunha (trompete), Oscar Graça (piano), António Quintino (contrabaixo) e Joel Silva (bateria). Música de Mário Laginha e letra (poema) de Alexandre O’Neil. Gravado no HCP (Hot Clube de Portugal) em 17 de Dezembro de 2016.

Two For The Road, composta por Henry N. Mancini e Leslie Bricusse, com Barros Veloso (piano). Gravado no HCP (Hot Clube de Portugal) em 22 de Novembro de 2016.

Still We Dream (Ugly Beauty), composiçao de Thelonious Monk, com Barros Veloso (piano). Gravado no HCP (Hot Clube de Portugal) em 22 de Novembro de 2016.

segunda-feira, 12 de julho de 2021

O Poeta Bocage (2)

Vou trazer aqui em dez publicações, trinta sonetos de Manuel Maria Barbosa du Bocage (Elmano Sadino), pseudónimo adoptado em 1790, quando da sua adesão à Academia das Belas Letras ou Nova Arcádia. Bocage é um dos nossos melhores poetas, embora não lhe seja reconhecida a sua genialidade, visto ser basicamente conhecido pelas suas anedotas obscenas ou ousadas. Escolhi trinta sonetos, dez da poesia lírica, dez de poesia satírica e outros dez da poesia erótica.

Alguns links sobre a poesia de Bocage, bem como onde poderão encontrar  alguns livros editados do poeta:

https://www.bertrand.pt/autor/bocage/9129

https://www.wook.pt/livro/poesias-eroticas-bocage/223553

https://www.fnac.pt/Antologia-de-Poesia-Erotica-de-Bocage-Bocage/a1320322

Na RTP

Entrevista a Daniel Pires, presidente do Centro de Estudos Bocagianos sobre a obra satírica e erótica do poeta Manuel Maria Barbosa du Bocage, com visita à exposição "2005 Ano Bocage", Comemorações do Bicentenário da Morte de Bocage, patente no Museu de Arqueologia e Etnografia de Setúbal realizada por Henrique Félix.

https://arquivos.rtp.pt/conteudos/poesia-erotica-e-satirica-de-bocage/

Na TSF

https://www.tsf.pt/programa/o-livro-do-dia/emissao/antologia-de-poesia-erotica-de-bocage-8963082.html

No Município de Setúbal

https://www.mun-setubal.pt/livro-valoriza-poesia-erotica/



Sobre a artista plástica Dina de Sousa:

http://artistasportugueses.weebly.com/dina-de-sousa.html


Lírica

Temo que a minha ausência e desventura

Vão na tua alma, docemente acesa,

Apoucando os excessos de foirmeza,

Rebatendo os assaltos da ternura.

 

Temo que a tua singular candura

Leve o Tempo, fugaz nas asas presa,

Que é quase sempre o vício da beleza

Génio mudável, condição perjura.

 

Temp; e se o fado mau, fado inimigo,

Confirmar ìmpiamente este receio,

Espectro perseguidor, que anda comigo,

 

Com rosto, alguma vez de mágoa cheio,

Recorda-te de mim, dize contigo:

«Era fiel, amava-me, e deixei-o.»


Satírica

Preside o neto da rainha Ginga

À corja vil, aduladora, insana.

Traz sujo moço amostras de chanfana,

Em copos desiguais se esgota a pinga.

 

Vem pão, manteiga e chá, tudo à catinga;

Masca farinha a turba americana;

E o orangotango a corda à banza abana,

Com gesto e visagens de mandinga.

 

Um bando de comparsas logo acode

Do fofo Conde ao novo Talaveiras;

Improvisa berrando o rouco bode.

 

Aplaudem de contínuo as frioleiras

Belmiro em ditirambo, o ex-frade em ode.

Eis aqui Lereno as quartas-feiras.


Erótica

Soneto (Des)pejado

 

Num capote embrulhado, ao pé de Armia,

Que tinha perto a mãe o chá fazendo,

Na linda mão lhe foi (oh céus) metendo

O meu caralho, que de amor fervia;

 

Entre o susto, entre o pudor, a moça ardia;

E eu solapado os beijos remordendo,

Pela fisga da saia a mão crescendo

A chamada sacana lhe fazia;

 

Começa a vir-se a menina... Ah! Que vergonha!

"Que tens?" — diz-lhe a mãe sobressaltada;

Não pôde ela encobrir na mão langonha;

 

Sufocada ficou, a mãe corada;

Finda a partida, e mais do que medonha

A noite começou à bofetada.

domingo, 11 de julho de 2021

Bee Gees – Festas de Garagem (2)

Na minha juventude diverti-me imenso nas “festas de garagem”. Um levava o gira-discos portátil, outros levavam uns quantos discos. Haviam sempre umas sandes e uns refrigerantes. Dançávamos a tarde inteira e às vezes a entrar pela noite. Ora música para os “pulos”, ora música para dançar agarrados, às vezes “agarradinhos”, mas sem abusar 😊, porque as mães delas eram algumas vezes nossas conhecidas, e tínhamos imenso respeito por elas.

São apenas duas músicas por intérprete. Em alguns deles, duas canções, irão saber a pouco. Naquela época, a “Pop” e a “Rock” anglo-saxónica dominava. Grupos ingleses e americanos, eram aqueles que passavam na rádio, e era neles, onde gastávamos algum dinheiro das nossas mesadas, para comprar os seus discos.

Hoje na 2.ª festa de garagem trago-vos…

Bee Gees (1958 – 2012)

Estes não eram nem britânicos, nem norte-americanos, eram oriundos da Austrália (Brisbane). Foi um dos grupos que bateu recordes em festas, visto as suas músicas serem muito românticas, o que proporcionava grandes “marmeladas” 😊. Lembro-me bem destas duas composições e do sucesso estrondoso na rádio portuguesa. Ambas se dançavam, bem “agarradinhos” !

Infelizmente, e apesar de todos partirmos um dia, da família dos irmãos Gibb que formavam os “Bee Gees” (Maurice, Robin e Barry) resta apenas Barry Gibb (Barry Alan Crompton Gibb). O mais novo e que não fazia parte do grupo era Andy Gibb (Andrew Roy Gibb) que faleceu apenas com 30 anos de idade.

Massachusetts, de Setembro de 1967. Aqui numa interpretação no célebre programa da televisão alemã (RFA), chamado “Beat-Club”, (https://www.youtube.com/channel/UCYyFEZ-3Hy4pdLFctDtRu3w).

I've Gotta Get A Message To You, de Setembro de 1968. Aqui numa interpretação no célebre programa da televisão alemã (RFA), chamado “Beat-Club”, (https://www.youtube.com/channel/UCYyFEZ-3Hy4pdLFctDtRu3w).

sábado, 10 de julho de 2021

Adélia Pedrosa – Fado (2)

O Fado é, desde Novembro de 2011, Património Cultural e Imaterial da Humanidade (UNESCO).

Não sou grande admirador, com uma excepção para o fado de Coimbra, mas reconheço o valor deste género musical que representa muito bem, alguma da Boa Música Portuguesa.

Adélia Pedrosa (30-11-1941)

Minha Alma de Amor Sedenta, de Antonio dos Santos. Músicos: Mário Rui e Caçula Hilário.

Letra:

Minha alma de amor sedenta

Barco sem rumo e sem Deus

Anda à mercê da tormenta

Desse mar dos olhos teus

Essa dádiva total

Que me pedes hora a hora

É o que a minha alma te dá

Quando d'amor por ti chora

Se eu um dia te perder

Jurarei virada aos céus

E os perdões que Deus me der

Meu amor são todos teus

É uma causa perdida

O ser proibido amar

Quem perde um amor na vida

Jamais devia cantar

sexta-feira, 9 de julho de 2021

Dança (26) Polca

A Dança é uma das três principais artes cénicas da antiguidade, ao lado do Teatro e da Música (in wikipédia). No Priberam esta é a sua definição gramatical e não só, e na Porto Editora esta é a sua definição gramatical e não só. Achei um tema interessante e decidi trazer aqui as muitas formas de dança, origens, com a ajuda da Wikipédia e do Youtube.

Muitas danças nasceram em África, paraíso dos ritmos e batuques, quando os instrumentos eram rudimentares. Com a escravatura, elas foram levadas para outros continentes e países, nomeadamente, o Brasil, e para outros países latino-americanos. Irão aparecer algumas muito idênticas, embora todas existam na realidade. O que aconteceu, simplesmente, foi a criação de coreografias diferentes, consoante a interpretação dada pelos povos que as cultivaram ou cultivam.

Polca – É uma dança popular da República Checa, da região da Boémia. No século XIX esta região fazia parte do antigo Império Austro-Húngaro …………….. Mais informação aqui !

Polca Alemanha

    

Sternpolka - A Polka das Estrelas

   

How to Country Polka Dance - Beginner Country Polka Dance 

 

quinta-feira, 8 de julho de 2021

Dança (25) Conga

A Dança é uma das três principais artes cénicas da antiguidade, ao lado do Teatro e da Música (in wikipédia). No Priberam esta é a sua definição gramatical e não só, e na Porto Editora esta é a sua definição gramatical e não só. Achei um tema interessante e decidi trazer aqui as muitas formas de dança, origens, com a ajuda da Wikipédia e do Youtube.

Muitas danças nasceram em África, paraíso dos ritmos e batuques, quando os instrumentos eram rudimentares. Com a escravatura, elas foram levadas para outros continentes e países, nomeadamente, o Brasil, e para outros países latino-americanos. Irão aparecer algumas muito idênticas, embora todas existam na realidade. O que aconteceu, simplesmente, foi a criação de coreografias diferentes, consoante a interpretação dada pelos povos que as cultivaram ou cultivam.

Conga – É um popular estilo musical latino-americano. Depois de ter nascido como um ritmo para se brincar nas ruas de Cuba, como uma espécie de carnaval, a conga ficou conhecida nos Estados Unidos como dança de salão, com a ajuda de Desi Arnaz, marido da comediante Lucille Ball. …………….. Mais informação aqui !

Gloria Estefan - "Conga" I Choreography by @NikaKljun

Gretchen - Conga, Conga, Conga (Vídeo Oficial / Official Music Video)

quarta-feira, 7 de julho de 2021

Beatles (15)

Foram aqueles que, para além do seu talento, tiveram a sorte comercial do lado deles, mas também Brian Epstein como patrão do grupo que os acompanhou até à sua morte, e ainda George Martin como produtor de muitos dos seus discos e êxitos.

Que sorte temos/tivemos de os poder escutar e se calhar, quando do seu aparecimento. Tudo se modificou em termos populares musicais. Os Beatles foram/são/serão, inquestionavelmente, a banda que mais foi/é/será falada na história da música “pop”. Uma homenagem aqui a dois deles já desaparecidos.. Ao John Lennon e ao George Harrison, um agradecimento dos muitos trechos musicais que escreveram para todos nós e que nos ajudaram nos momentos bons e maus, das nossas vidas.

Aqui, periodicamente, trarei duas músicas, algumas menos conhecidas. Serão à roda de 20 êxitos que aqui exibirei, mas muitas delas, não vão ser aquelas que foram Nº. 1, a nível dos “Tops” mundiais, e que constam de um CD, editado em Portugal para a etiqueta “EMI Records Ltd.” em 2000. A escolha irá ser a minha. Os que são “amantes” deste grupo vão conhecê-las todas de certeza, os que são/foram meros ouvintes do grupo, acredito que hajam algumas que não conheçam.

Canção: When I’m Sixty Four

Autor: Paul McCartney

Álbum: Sgt. Pepper’s Lonely Hearts Club Band

Ano: 1968

A canção é interpretada do ponto de vista de um jovem em relação à sua amada, e trata dos seus planos de envelhecer ao lado dela. Foi uma das primeiras canções compostas por Paul McCartney, quando ele tinha apenas dezasseis anos.

When I’m Sixty Four (Paul McCartney)

When I get older losing my hair,

Many years from now.

Will you still be sending me a Valentine

Birthday greetings bottle of wine.

If I'd been out till quarter to three

Would you lock the door.

Will you still need me, will you still feed me,

When I'm sixty-four.

You'll be older too,

And if you say the word,

I could stay with you.

I could be handy, mending a fuse

When your lights have gone.

You can knit a sweater by the fireside

Sunday morning go for a ride.

Doing the garden, digging the weeds,

Who could ask for more.

Will you still need me, will you still feed me,

When I'm sixty-four.

Every summer we can rent a cottage,

In the Isle of Wight, if it's not too dear

We shall scrimp and save

Grandchildren on your knee

Vera Chuck & Dave

Send me a postcard, drop me a line,

Stating point of view

Indicate precisely what you mean to say

Yours sincerely, wasting away

Give me your answer, fill in a form

Mine for evermore.

Will you still need me, will you still feed me

When I'm sixty-four.

 

Canção: Your Mother Should Know

Autor: Paul McCartney

Álbum: Magical Mistery Tour

Ano: 1967

Escrita por Paul McCartney. Paul disse que escrevera a canção para o filme Magical Mystery Tour, para a cena onde se mostravam os Beatles descendo uma enorme escadaria, em “smokings” brancos e dançando uma música fora de moda. Paul McCartney começou a escrever "Your Mother Should Know" em um harmónio, espécie de orgão, na sua casa de St John's Wood, Londres. Ele escreveu-a na companhia, de sua tia Jin e do seu tio Harry, e inspirou-se no amor de seu pai pela sala de música. A conversa que ele teve com seus familiares, naquele dia, inspirou o tema da música.

Your Mother Should Know (Paul McCartney)

Let's all get up and dance to a song that was a hit

Before your Mother was born

Though she was born a long long time ago

Your Mother should know - your Mother should know

Sing it again.

Lift up your hearts and sing me a song that was a hit

Before your Mother was born

Though she was born a long long time ago

Your Mother should know - your Mother should know

Your Mother should know - your Mother should know

Sing it again.

Though she was born a long long time ago

Your Mother should know - your Mother should know

Your Mother should know - your Mother should know

Your Mother should know - your Mother should know

terça-feira, 6 de julho de 2021

Animação (2) Birdbox Studio

Birdbox Studio – Estúdio britânico de animação (curta metragem)

Ice Creams, Eu Vou Comprar os Gelados

Guard, Vira-casacas

segunda-feira, 5 de julho de 2021

Alcunhas Alentejanas (11) - Kadaffi

É uma nova rúbrica, baseada no livro de Francisco Martins Ramos e Carlos Alberto da Silva, intitulado “Tratado das Alcunhas Alentejanas” (3.ª edição, Fevereiro de 2003), editado pela “Edições Colibri, Lda.”, Faculdade de Letras de Lisboa.  


Pedi autorização à editora Colibri e o sr. Fernando Mão de Ferro escreveu-me e autorizou-me no dia 9 deste mês (Sem problemas. Parabéns pelo projecto. Fernando Mão de Ferro) que avançasse com estas pequenas publicações. Dos autores, tentei contactar com um deles, visto que o outro, infelizmente, já faleceu, mas até agora não obtive qualquer resposta. Os textos  que publicarei não irão plagiar o livro. Irei tratar os textos de outra maneira e de algum modo publicitarei o “Tratado das Alcunhas Alentejanas”, através destes “posts”. É, como já frisei, um livro/tratado extremamente interessante e digno que figurar numa prateleira de uma biblioteca pessoal. Nele foram tratadas cerca de 20.000 alcunhas, por todo o Baixo e Alto Alentejo.

Esta publicação terá 52 números (2 voltas ao alfabeto de 26 letras) porque queremos apenas chamar à atenção dos leitores sobre a importância e o trabalho realizado. Escolheremos as alcunhas a tratar, uma por cada letra do alfabeto português, de A a Z. Foram também incluídas, as letras K, W e Y.

Tratado das Alcunhas

Kadaffi – masculino, cognome individual, alcunha adquirida, designação assumida, designação rejeitada, alcunha de tratamento, alcunha de referência, classificação: política / profissional / comportamental; história: Alcunha atribuída a um soldado da GNR cuja personalidade não é nada simpática (Castelo de Vide); o receptor é considerado uma pessoa má e, por isso, colocaram-lhe esta alcunha (Odemira, Avis, Viana do Alentejo e Santiago do Cacém); o nomeado, quando andava na escola, era o terror de professores e colegas. Duante a época de conflito em que o Kadaffi esteve envolvido, este rapaz, atirava bolas de papel e dizia que eram bombas (Serpa); um dia, o receptor estava bêbado e começou a gritar à porta do sogro: “Abra a porta que é o Kadaffi!” (Moura); designação outorgada a um indivíduo que teria estado envolvido em actos de terrorismo (Grândola).

(In Tratado das Alcunhas Alentejanas”, 3.ª edição, Fevereiro de 2003)

Kadaffi procurado pela justiça

domingo, 4 de julho de 2021

CinemaScope (39)

Retomo uma rúbrica que existia neste blogue, em rodapé e que possivelmente passou despercebida a muitos que me visitavam, por estar mesmo lá no fim da minha página.

É música claro ! O que estavam à espera ?

São composições que me dizem muito, porque sou um romântico e um eterno apaixonado por música, pelas outras artes, pela humanidade, pelos amigos que encontrei na blogosfera, pela Natureza, pela vida, no fundo, pelas coisas boas desta sociedade em que vivemos.

Desta vez os registos, enquanto não apagados ou eliminados do Youtube, ficarão por cá, com uma única etiqueta “CinemaScope”.

Wings (Paul McCartney e Linda McCartney)With a Little Luck, do álbum “London Town” de 1978.

quinta-feira, 1 de julho de 2021

Eyes Thru Glass (IV) – São Martinho do Porto

Aqui neste blogue e no “Eyes thru Glass“ mostro aquilo que os meus olhos vêem, através da objectiva.

Aqui ficarão somente as fotos, sem texto ficcional e sem música, apenas uma breve introdução, onde são tiradas e quando, e eventualmente alguma especificação técnica.

Em Setembro de 2016, estive perto de Óbidos a passar uns dias de descanso, e andei na vila e pelos seus arredores, a fazer fotografia, em alguns locais e cidades.

De uma mostra de 8, aqui fica a quarta, referente à vila de São Martinho do Porto.