Dá a surpresa de ser

Dá a surpresa de ser É alta, de um louro escuro. Faz bem só pensar em ver Seu corpo meio maduro.

Seus seios altos parecem (Se ela estivesse deitada) Dois montinhos que amanhecem Sem ter que haver madrugada.

E a mão do seu braço branco Assenta em palmo espalhado Sobre a saliência do flanco Do seu relevo tapado.

Apetece como um barco. Tem qualquer coisa de gomo. Meu Deus, quando é que eu embarco? Ó fome, quando é que eu como?

10-9-1930 - Poesias. Fernando Pessoa. (Nota explicativa de João Gaspar Simões e Luiz de Montalvor.) Lisboa: Ática, 1942 (15ª ed. 1995) - 123.

quinta-feira, 19 de julho de 2018

7.ª Arte - Akira Kurosawa

Breves palavras sobre o que é para mim, o Cinema.

Durante os anos da minha juventude houve algo que me despertou o interesse e fez com que a minha ligação com os audiovisuais se tornasse, desde então, preponderante na minha vida. Esse algo foi o Cinema. A chamada 7.ª arte (arte da imagem) que quando dado o nome e na minha modesta opinião, ela reflectia somente a realidade do cinema mudo, por isso “arte da imagem”. Posteriormente a 7.ª arte tornou-se em algo muito mais complexo. A obra/filme tornou-se num conjunto de várias e ricas variáveis: a imagem, o texto, a cenografia, o som, o guarda-roupa, a interpretação, etc.. Tudo isso conglomerado e orientado de alguma maneira, por uma pessoa na arte de dirigir, o realizador.

Um bom filme, é como uma boa música ou um bom livro, é algo que deve ser visto mais que uma vez, para que nos apercebamos de coisas que numa só, é impossível. Um amante de cinema vê um filme duas, três vezes, para que nele possa visualizar todas essas variáveis de que falei anteriormente.

Vão passar por aqui alguns realizadores que fizeram e fazem parte do meu imaginário de cinéfilo. Nessa época, quando frequentei as salas de cinema em Lisboa, as filmografias de eleição eram: a italiana, a francesa, a alemã, a sueca, a espanhola, a nipónica, a americana. Mas passarão também, e obviamente, realizadores brasileiros e portugueses

Esta nova publicação intitulada 7.ª Arte, será muito de uma pequena mostra do que se via cinematograficamente em Lisboa, nos finais da década de 60 e 70, mas não só, porque teremos filmes muito mais actuais !!!
Tal qual, como todos vós, me reconhecem como um melómano amador, eu também sou um cinéfilo amador. O que vou trazer aqui foram/são obras que gostei/gosto e vi/revejo, e as minhas escolhas são apenas opiniões e gostos, livres de qualquer pretensiosismo !!!

No nome do realizador (se estrangeiro) e na maioria dos títulos dos filmes existem “links” para a Wikipedia (versão inglesa), por ser a plataforma mais abrangente e mais completa. Se pretenderem, na coluna esquerda dessas mesmas páginas, em baixo, têm normalmente, a escolha da tradução para a língua portuguesa.

Vão passar aqui 91 realizadores e ei-los aqui alfabeticamente:

Akira Kurosawa; Alfred Hitchcock; Alfredo Tropa; Anselmo Duarte; Anthony Minghella; António Cunha Telles; António Lopes Ribeiro; António Pedro Vasconcelos; Arnaldo Jabor; Arthur Duarte; Arthur Penn; Barry Levinson; Bernardo Bertolucci; Billy Wilder; Blake Edwards; Bob Fosse; Brian de Palma; Carlos Diegues; Carlos Saura; Claude Chabrol; Clint Eastwood; Darryl Francis Zanuck; David Linch; Eduardo Geada; Eric Rohmer; Ernst Lubitsch; Ettore Scola; Federico Fellini; Fernando Fragata; Fernando Lopes; Fernando Trueba; Francis Ford Coppola; François Truffaut; George Lucas; Glauber Rocha; Hector Babenco; Howard Hawks; Ingmar Bergman; James Lawrence Brooks; Jean-Jacques Annaud; Jean-Luc Godard; Jean Renoir; João Canijo; João César Monteiro; Joaquim Pedro de Andrade; John Ford; John Huston; Jorge Brum do Canto; José Fonseca e Costa; Lima Barreto; Louis Malle; Luchino Visconti; Luis Buñuel; Manoel de Oliveira; Marco Ferreri; Mark Robson; Martin Scorsese; Mel Brooks; Mel Gibson; Michelangelo Antonioni; Nagisa Oshima; Oliver Stone; Orson Wells; Otto Preminger; Pedro Almodóvar; Peter Weir; Pier Paolo Pasolini; Quentin Tarantino; Rainer Werner Fassbinder; Richard Brooks; Robert Stevenson; Robert Wise; Robert Zemeckis; Roberto Rossellini; Roger Vadim; Ron Howard; Sergio Leone; Sidney Lumet; Stanley Kramer; Stanley Kubrick; Steven Kloves; Steven Soderbergh; Steven Spielberg; Sydney Pollack; Terence Fischer; Tim Burton; Victor Fleming; Walt Disney; Werner Herzog; Wim Wenders e Woody Allen.

A ordem de publicação não será alfabética !

(Dados Biográficos In Wikipédia e/ou In Imdb - Todos os excertos das biografias foram adaptados e algumas vezes traduzidos por Ricardo Santos)

Começamos com o cinema nipónico. Trago-vos Akira Kurosawa (23-03-1910 – 06-09-1998), realizador com uma obra notável. Um dos realizadores imensamente influente no cinema mundial, com 30 películas e uns quantos galardões. Dele escolhi 8 filmes que vi, embora para além destes tenha visto outros.

(1952) IkiruViver


(1954) Shichinin no samuraiOs Sete Samurais


(1961) YojimboO Guarda-Costas


(1965) AkahigeO Barba Ruiva


(1975) Dersu UzalaA Águia das Estepes


(1980) KagemushaA Sombra de um Samurai


(1985) RanOs Senhores da Guerra


(1991) Hachi-gatsu no kyôshikyokuRapsódia em Agosto




Entrevista com Akira Kurosawa

segunda-feira, 16 de julho de 2018

Combattant, mon ami, réveille-toi !

Combattant, mon ami, réveille-toi !

Quand les larmes de ta vie
Égouttent pour ton visage
Ne te laisse pas abattre
If faut te battre jusque à la fin
Avec toutes tes forces
Contre tout et tous
Pour remettre la vérité
Au-dessus de la Terre
Cette planète qui nous a vus germer
Et grandir comme une race dominant
Et destructeur d’elle-même
                    
Réveille-toi de ton cauchemar !

sábado, 14 de julho de 2018

Juca Chaves (canções 5)

(Dados Biográficos In Wikipédia e/ou In AllMusic.Com - Todos os excertos das biografias foram adaptados e algumas vezes traduzidos por Ricardo Santos)

Embora muitas das piadas e composições do Juca Chaves (Jurandyr Czaczkes Chaves) estejam dirigidas para o público brasileiro e com assuntos relativos ao Brasil, fica aqui a minha homenagem, enquanto vivo, de um dos melhores humoristas brasileiros de todos os tempos. Homem polémico, perseguido muitas vezes pelo poder institucional, com uma graça extrema e algumas vezes ousada.
Aqui ficam algumas das suas mais famosas composições.


Juca Chaves (22-10-1938) – É um compositor, músico e humorista brasileiro...

Alça de Caixão


Marcha da Tanajura

quarta-feira, 11 de julho de 2018

Jazz Standards (172)

(Dados Biográficos In Wikipédia e In AllMusic.Com - Todos os excertos das biografias foram adaptados e algumas vezes traduzidos por Ricardo Santos)

(Sobre o tema em questão, algumas palavras retiradas de “in
http://www.jazzstandards.com/compositions/index.htm” - adaptação e tradução por Ricardo Santos)

I'm Getting Sentimental Over You (#176) - Música de George Bassman e Letra de Ned Washington

Os irmãos Dorsey gravaram esta música para a etiqueta “Decca” (115) em 15 de Agosto de 1934 e para etiqueta “Columbia” (36065) em 24 de Setembro. A gravação da “Decca” foi a primeira a subir às tabelas, para o 20.º lugar.

Orquestra “Dorsey Brothers” (1934, Bob Crosby, vocal, N.º 20)
Tommy Dorsey e sua orquestra (1936, N.º 8)
Ink Spots (1940, vocal, N.º 26)
Jack Leonard (1941, vocal, N.º 21)
  
Os fracassados “Dorsey Brothers”, Tommy trombonista e em alturas trompetista e Jimmy “mestre-de-todas-as-palhetas”, começaram as suas carreiras, trabalhando em bandas na sua cidade natal, Pensilvânia, e a sua associação continuou quando se mudaram para Nova York, em 1925. Depois de quase uma década de trabalho “freelance” nos estúdios de gravação e na rádio (muitas vezes como, “Dorsey Brothers Orchestra”), os dois formaram a sua própria orquestra, a trabalhar em tempo integral, no ano de 1934.

Ella Fitzgerald (Newport News, EUA, 25-04-1917 — Beverly Hills, EUA, 15-06-1996) – para o seu LP editado pela Verve de 1960, “Ella Fitzgerald Sings Songs”


Gerry Mulligan (Queens Village, Queens, New York, EUA, 06-04-1927 - 20-01-1996)


Bill Evans (Plainfield, EUA, 16-08-1929 — New York, EUA, 15-09-1980) – Do album “A Simple Matter of Conviction”, com Bill Evans (piano), Shelly Manne (bateria) e Eddie Gomez (contrabaixo). Gravação nos “Van Gelder Studio”, Englewood Cliffs, New Jersey, em 4 de Outiubro de 1966.


Tommy Dorsey (Shenandoah, EUA, 19-11-1905 - 26-11-1956) e Orquestra – excerto retirado do filme Manhattan de Woody Allen, uma romântica comédia e drama americano de 1979.


Letra

Never thought I'd fall,
But now I hear love call,
I'm getting sentimental over you
Things you say and do,
Just thrill me through and through,
I'm getting sentimental over you.
I thought I was happy,
I could live without love
Now I must admit,
Love is all I'm thinking of
Won't you please be kind,
And just make up your mind
That you'll be sweet & gentle,
Be gentle with me
Because I'm sentimental over you

Lamento, algumas eventuais falhas nas letras, encontradas na Internet, devido à própria improvisação dada pelos seus intérpretes, e muitas vezes de difícil entendimento. (Ricardo Santos).

segunda-feira, 9 de julho de 2018

Raúl Solnado (4) - É do inimigo

(Dados Biográficos In Wikipédia e/ou In AllMusic.Com - Todos os excertos das biografias foram adaptados e algumas vezes traduzidos por Ricardo Santos)

O grande Raúl Solnado. Embora nunca o tenha conhecido pessoalmente, foi alguém porque quem sempre nutri muita carinho e admiração. Acompanhei a sua carreira de humorista e vi-o algumas vezes no Teatro. Recordo as duas vezes que me lembro melhor. A peça “O Vison Voador” (1969) no desaparecido Teatro Laura Alves, e uma revista, no também desaparecido, Teatro Monumental, chamada “Prá Frente Lisboa”. Lembro-me de uma música que se chamava “Malmequer”, que fez um sucesso estrondoso na época. Também na RTP o segui. Destaco o grande “Zip Zip” (1969) com o Fialho Gouveia e o Carlos Cruz, e o excelente concurso “A Visita da Cornélia” (1977).

Raúl Solnado (19-10-1929 – 08-08-2009) – É um actor, humorista português e apresentador de televisão. Foi galardoado com a Ordem do Infante D. Henrique (OIH)

É do Inimigo ?

sexta-feira, 6 de julho de 2018

Mão Morta (15) O Avô Cavernoso


(Dados Biográficos In Wikipédia e/ou In AllMusic.Com - Todos os excertos das biografias foram adaptados e algumas vezes traduzidos por Ricardo Santos)

Músicas do CD Duplo “Os Filhos da Madrugada” editado em 27 de Abril de 1994, onde o Grande José Afonso, foi homenageado pelos artistas das principais bandas portuguesas. É também a minha homenagem a esta figura IMPORTANTÍSSIMA na vida musical portuguesa e no respeito que demonstrava e defendia pela liberdade de todos os cidadãos.

José Manuel Cerqueira Afonso dos Santos (Aveiro, 02-08-1929 – Setúbal, 23-02-1987)


Desenho meu, feito a lápis de carvão, no ano de 1988, após a morte do Artista

Mão Morta (1984)



O avô cavernoso
Instituiu a chuva
Ratificou a demora
Persignou-se
Ninguém o chora agora
Perfumou-se
Vinte mil léguas de virgens vieram
Inutéis e despidas
Flores de malva
E a boina bem segura
Sobre a calva
Ao avô cavernoso quem viu a tonsura?
E a tenda dos milagres e a privada?
Na tenda que foi nítida conjura
As flores de malva murcham devagar
Devagar
Até que se ouvem gritos, matinadas

terça-feira, 3 de julho de 2018

CinemaScope (16)

Retomo uma rúbrica que existia neste blogue, em rodapé e que possivelmente passou despercebida a muitos que me visitavam, por estar mesmo lá no fim da minha página.

É música claro ! O que estavam à espera ?

São composições que me dizem muito, porque sou um romântico e um eterno apaixonado por música, pelas outras artes, pela humanidade, pelos amigos que encontrei na blogosfera, pela Natureza, pela vida, no fundo, pelas coisas boas desta sociedade em que vivemos.

Desta vez os registos, enquanto não apagados ou eliminados do Youtube, ficarão por cá, com uma única etiqueta “CinemaScope”.

Quem não ouviu, ou não gostou deste intérprete londrino, nos 60 e 70. Hoje convertido ao islamismo.

Cat Stevens (21-07-1948) – Father and Son (1970), do álbum “Tea For The Tillerman”, editado pela “Island”. Na 1.ª versão, em 2015, Yusuf Islam com 66 anos, recorda um do seus temas mais icónicos, no “Viña del Mar International Song Festival” e, a segunda deverá remontar, eventualmente, à década de 70.


domingo, 1 de julho de 2018

O Livrinho Vermelho do Galo de Barcelos (3)

O Livrinho Vermelho do Galo de Barcelos / Ex-citações de Mau de Zé y Chunga:
2ª. edição. Colaboração dos Anarkas (e não só...) deste País;
Fotos de: José Teixeira, Avelãs Coelho, Lourenço Pereira e José Teixeira;
Capa de: Acácio Campos.
Digitalizações gentilmente cedidas pela Afrodite.


Notas introdutórias:




Hoje: