Dá a surpresa de ser

Dá a surpresa de ser É alta, de um louro escuro. Faz bem só pensar em ver Seu corpo meio maduro.

Seus seios altos parecem (Se ela estivesse deitada) Dois montinhos que amanhecem Sem ter que haver madrugada.

E a mão do seu braço branco Assenta em palmo espalhado Sobre a saliência do flanco Do seu relevo tapado.

Apetece como um barco. Tem qualquer coisa de gomo. Meu Deus, quando é que eu embarco? Ó fome, quando é que eu como?

10-9-1930 - Poesias. Fernando Pessoa. (Nota explicativa de João Gaspar Simões e Luiz de Montalvor.) Lisboa: Ática, 1942 (15ª ed. 1995) - 123.

terça-feira, 28 de fevereiro de 2017

Júlio Pereira – Nascidos Aqui (3)

(Dados Biográficos In Wikipédia e/ou In AllMusic.Com - Todos os excertos das biografias foram adaptados e algumas vezes traduzidos por Ricardo Santos)

Júlio Fernando de Jesus Pereira (22-12-1953) – Júlio Pereira é um músico, compositor, multi-instrumentista e produtor português.
A sua música caracteriza-se pela utilização de instrumentos tradicionais portugueses, como o cavaquinho e a viola braguesa. Apesar de ter iniciado a sua carreira como músico “rock”, nos grupos “Petrus Castrus” e “Xarhanga” mais tarde, começou a dedicar-se à música tradicional portuguesa.
Destaque-se a sua colaboração com outros músicos como “The Chieftains”, Pete Seeger, José Afonso, Kepa Junkera, Carlos do Carmo, Chico Buarque ou Sara Tavares.
Júlio Pereira tem 20 discos de autor e participou em dezenas de discos de outros artistas.
A 9 de Junho de 2015, foi feito Grande-Oficial da Ordem do Infante D. Henrique.

Chula de Lisboa, do ábum “O Homem dos Sete Instrumentos” de 1986.


Quadriga Merengue, do ábum “O Homem dos Sete Instrumentos” de 1986.


Faro Luso, do álbum “Geografias”, de 2007.


Quadriga de Lisboa, do álbum “Cavaquinho.PT” de 2014

quinta-feira, 23 de fevereiro de 2017

Madame Butterfly de Giacommo Puccini


Mais uma célebre Ópera, obrigatória conhecer.

A escolha erudita desta vez, recai sobre “Madame Butterfly”.

Resumo da história desta Ópera

1º. Acto
A acção decorre em Nagasáqui, por volta de 1870. O Japão é um país isolado do resto do Mundo. Um Presidente americano envia uma expedição de reconhecimento a sua Majestade Imperial, com o intuito de estabelecer laços de amizade com o Império do Sol Nascente. Nas décadas seguintes vários oficiais da Marinha Americana visitaram o Japão contraindo matrimónio (levianamente) com jovens japonesas. Por isso, a história de Cho-Cho-San (Butterfly, Borboleta em Japonês) baseia-se em factos reais.
Benjamin Franklin Pinkerton, oficial da marinha americana em Nagasáqui, acaba de fazer um excelente negócio, comprando não só, uma casa na colina, com vista para o mar, mas também leva de presente uma gueixa, Cho-Cho-San, uma rapariga de 15 anos que irá morar com ele.
Cho-Cho-San ama Pinkerton, mas este pensa, unicamente, no dia em que se irá casar com uma esposa americana. Na família de Butterfly (Cho-Cho-San), o tio, um monge budista opõe-se a este casamento de conveniência entre o oficial americano e ela. Ela própria se converte à religião de Pinkerton, abdicando aos seus antepassados. Na cerimónia do casamento, o tio, ao saber da renúncia da jovem às suas tradições, lança uma maldição sobre o casamento.

2º. Acto
Pinkerton regressa à América, prometendo um dia voltar. Butterfly (Cho-Cho-San) espera há três anos, por ele, e chora. Suzuki, a sua criada, reza diante da imagem de Buda. O Cônsul americano entra na casa de Pinkerton e traz-lhe notícias más. Entretanto, Goro chega com um candidato à mão de Butterfly, o príncipe Yamadori, um homem nobre e rico que ama Cho-Cho-San perdidamente. Mas apesar do seu amor verdadeiro por ela, Yamadori é repelido por Butterfly afirmando esta que está casada com Pinkerton. Sharpless não consegue dar-lhe a má notícia do casamento de Pinkerton com uma americana. Aconselha Butterfly a aceitar o príncipe Yamadori, mas esta mostra o filho que ela tem de Pinkerton, filho que ambos desconheciam. Sharpless diz que vai escrever a Pinkerton a contar-lhe do filho que tem. Entretanto, ouve-se um tiro de canhão no Porto. É o navio de Pinkerton que regressa. Suzuki e Cho-Cho-San apressam-se a decorar a casa com flores.

3º. Acto
Sem dormir toda a noite, apesar dos conselhos de Suzuki, Cho-Cho-San acaba por adormecer já quase de manhã, com o seu filho nos braços. Pouco antes de amanhecer batem à porta. É Pinkerton e Sharpless. O jovem oficial, marido de Butterfly, cai em remorso ao ver a casa cheia de flores e ao ouvir da boca de Suzuki o tempo que Butterfly esperou por ele. Suzuki repara numa moça que se encontra no jardim. Ela é Kate, a mulher americana de Pinkerton. Sharpless não aguenta mais a farsa e conta tudo a Suzuki. Pinkerton não tem coragem para enfrentar Butterfly e foge da casa.
Butterfly acorda e encontra Sharpless, Suzuki e Kate na sala. Suzuki chora. Cho-Cho-San apercebe-se de tudo o que se está a passar. Kate pede-lhe que lhe entregue o filho de Pinkerton, ao que Butterfly aceita o pretendido. Sharpless e Kate retiram-se. Butterfly pede a Suzuki para ir buscar a criança. Retira de um baú um punhal com o qual o seu pai havia cometido “seppuku”, ritual também conhecido por “haraquiri”. Lê a inscrição no punhal, “Com honra morre aquele que não mais com honra viver pode". Suzuki traz-lhe a criança. Esta pede à criada que se retire. De seguida, beija o seu filho ternamente, dizendo-lhe que nunca se esqueça da mãe japonesa, dá-lhe uns brinquedos para as mãos, coloca uma venda nos olhos da criança e enfia o punhal no ventre, consumindo o ritual “haraquiri”.

Personagens de Madame Butterfly

Madame Butterfly (Cho–Cho-San) ……………………Soprano
Suzúki, sua criada ………………………………………Meio-Soprano
Kate Pinkerton …………………………………………..Meio-Soprano
Benjamin Franklin Pinkerton, tenente da Marinha
norte-americana ………………………………………...Tenor
Sharpless, cônsul dos Estados Unidos em
Nagasáqui ………………………………………………..Barítono
Goro, alcaiote …………………………………………… Tenor
Príncipe Yamadori ……………………………………… Tenor
O Bonzo, tio de Cho-Cho-San …………………………Barítono
Yakusidé, tio de Cho-Cho-San …..…………………….Barítono
O Comissário Imperial …………………………………..Barítono
O Oficial do Registo ……………………………………..Baixo
A Mãe de Cho-Cho-San ………………………………..Contralto
A Tia ………………………………………………………Meio-Soprano
A Prima .……………………………………................... Soprano

Parentes, Amigas de Cho-Cho-San, Criados

Do autor Giacommo Puccini, … (excertos)

Ao nome de baptismo de Giacomo Puccini correspondem vários na nossa língua; tanto poderá ser Jácome, como Diogo, Tiago ou Jaime. Por isso apenas há uma forma de vencer o embaraço e não errar a tradução. Essa é… não o traduzir.
Giacomo (lê-se: Djácomo) Puccini (lê-se: Putxini), última vergôntea (descendente) de autêntica dinastia de músicos notáveis, e todos naturais de Lucca, nasceu a 22 de Dezembro de 1858. Filho, neto e bisneto de três compositores de grande envergadura na época, respectivamente, seu pai Miguel Puccini (1813-1864), seu avô António Puccini (1771-1815) e seu bisavô Giacomo Puccini (1712-1831). Estudou no Instituto Musical Pacini, em Lucca, com Carlos Angeloni (1834-1901). Mais tarde, vai estudar para Nápoles, para o Conservatório, graças à Rainha Margarida, mãe de Victor Manuel III. Primeiramente é Amílcar Ponchielli (1834-1887) o seu professor e mais tarde após a sua morte, é António Bazzini (1818-1897) que o ensina.
As suas mais célebres obras do género lírico, são:

Le Villi; Manon Lescaut; La Bohême; Tosca; e Madame Butterfly (que foi representada pela primeira vez a 17 de Fevereiro de 1904, no Teatro Scala de Milão, dirigida por Cleofonte Campanini (1860-1919) e desempenhada por Rosina Storchio (Cho-Cho-San, Madame Butterfly), pelo tenor João Zenatello (Pinkerton) e pelo barítono José de Luca (Sharpless). O acolhimento foi hostil de modo que a nova ópera caiu estrondosamente).

Giacomo Puccini morre em 29 de Novembro de 1924, com 65 anos de idade.

Texto extraído e adaptado de:
Colecção "Ópera", Volume 19, Direcção Mário de Sampayo Ribeiro, Editor Manuel B. Calarrão, Lisboa, Fevereiro de 1948, Preço 5$00.

DVD indicativo:


Trechos Musicais

1º. Acto

"Dovunque al mondo" Brian Cheney, Pinkerton (tenor) e Mark Owen Davis, Sharpless (barítono).



" Vogliatemi bene " (incompleto), com Placido Domingo, Pinkerton (tenor) e Mirella Freni (soprano).


2º. Acto

“Un bel di vedremo”, com Angela Georghiu, Madame Butterfly (soprano).


3º. Acto

“Adio Fiorito Asil”, com Placido Domingo, Pinkerton (tenor)



“Final”, com Donata D'Annunzio Lombardi, Madame Butterfly (soprano).

segunda-feira, 20 de fevereiro de 2017

Eyes Thru Glass (13) – do Castelo de Sesimbra e Cabo Espichel

Aqui neste blogue e no “Eyes thru Glass“ mostro aquilo que os meus olhos vêem, através da objectiva.

Aqui ficarão somente as fotos, sem texto ficcional e sem música, apenas uma breve introdução, onde são tiradas e quando, e eventualmente alguma especificação técnica. Cliquem sobre a primeira foto para poderem vê-las em formato maior.

No dia 13 de Setembro de 2014, fiz umas quantas fotos em concelho de Sesimbra (Castelo e Cabo Espichel)















quarta-feira, 15 de fevereiro de 2017

Deolinda – Nascidos Aqui (2)

(Dados Biográficos In Wikipédia e/ou In AllMusic.Com - Todos os excertos das biografias foram adaptados e algumas vezes traduzidos por Ricardo Santos)

Deolinda (2006) – É um grupo de música popular portuguesa inspirado pelo fado e pelas suas origens tradicionais.O projecto musical surgiu em 2006 quando os irmãos Pedro da Silva Martins e Luís José Martins (ex-“Bicho de 7 Cabeças”), a prima, Ana Bacalhau, então vocalista dos “Lupanar” e José Pedro Leitão, contrabaixista dos “Lupanar”, se juntaram à volta de quatro canções que Pedro tinha escrito, nascendo assim os “Deolinda”. Pedro da Silva Martins é o autor de todas as letras e canções da banda. O tema "Contado Ninguém Acredita" foi incluído na compilação Novos Talentos de 2007, lançado pelas lojas FNAC.

Movimento Perpétuo Associativo, do álbum Canção ao Lado, editado em 21 de Abril de 2008.


Fon-Fon-Fon, do álbum Canção ao Lado, editado em 21 de Abril de 2008.


Lisboa Não é a Cidade Perfeita, Lisboa e os Sem-abrigo, do álbum Canção ao Lado, editado em 21 de Abril de 2008.


Parva que Sou, Coliseu dos Recreios, 2011.

segunda-feira, 13 de fevereiro de 2017

Solução: A música é ?... (1)

Solução: A música é ?... (1)

Vencedores: Luísa, Janita, Rui, Graça, Elvira, Afrodite, Gabriela, Catarina, Júlia e Pedro Coimbra.
Participantes: Papoila, Cantinho, Manuela e Ângela.

NINI DOS MEUS QUINZE ANOS



A Azeituna no XIII Lusíada 2006 (Casa da Música - Porto).



Edmundo Inácio – programa “Uma Canção Para Ti” da TVI.



Letra:

Chamava-se Nini
Vestia de organdi e
 dançava (dançava)
Dançava só pra mim
Uma dança sem fim
E eu olhava (olhava)
E desde então se lembro o seu olhar
É só pra recordar
Que lá no baile não havia outro igual
E eu ia para o bar
Beber e suspirar
Pensar que tanto amor ainda acabava mal
Batia o coração mais forte que a canção
E eu dançava (dançava)
Sentia uma aflição
Dizer que sim,
que não
E eu dançava (dançava)
E desde então se lembro o seu olhar
É só pra recordar
Os quinze anos e o meu primeiro amor
Foi tempo de crescer
Foi tempo de aprender
Toda a ternura que tem o primeiro amor
Foi tempo de crescer
Foi tempo de aprender
Que a vida passa
Mas um homem se recorda sempre assim
Nini dançava só pra mim
E desde então se lembro o seu olhar
É só pra recordar
Os quinze anos e o meu primeiro amor
Foi tempo de crescer
Foi tempo de aprender
Toda a ternura que tem o primeiro amor
Foi tempo de crescer
Foi tempo de aprender
Que a vida passa
Mas um homem se recorda, é sempre assim
Nini dançava só pra mim
 
    

sábado, 11 de fevereiro de 2017

A música é ?... (1)

Algumas palavras sobre:

Hoje dia 11 de Fevereiro, este meu Blogue “O Pacto Português” faz 6 anos de existência. Tem sido um prazer muito grande manter e dar a conhecer música, menos ouvida, fotos e palavras minhas. Não irei fazer nenhuma comemoração especial, somente um novo tipo de desafio, com uma música para adivinharem, baseada nas palavras de um pequeníssimo texto meu. Deixo já o aviso de que a composição, que é o que têm de adivinhar, pode ser portuguesa ou estrangeira. Mas vamos começar por uma música muito conhecida ! 😊

Regras e informações:

Comentários NÃO moderados;
Três respostas possíveis;
Soluções para o meu email (ricardosantos1953@gmail.com);
Dois dias (11 e 12) para tentar adivinhar;
Dois dias (13 e 14) para comentar o/s intérprete/s, o que a compôs e os outros que trouxer aqui a público, no dia 13.

Texto:

Que saudades dos bailaricos de Liceu, das primeiras paixonetas.

Ela tinha apenas 17 anos, mas parecia ter menos, uns 14 ou 15 para aí ! Morena de cabelo comprido, olhos castanhos e amendoados, um corpo bonito, e gostava de dançar comigo. Eu era um "pé-de-chumbo", mas fazia um esforço e dançava, dançava,… fazia o meu melhor ! Ela gostava de me impressionar e tentar. Rodava, rodava, olhando só para mim e bamboleando o seu corpo, num som de um ié-ié !...

Que alegria poder recordar tempos inocentes de um primeiro amor e um tempo em que cresci. 

Qual o nome da música que este texto te sugere ?!

terça-feira, 7 de fevereiro de 2017

Inesquecíveis (18)

(Dados Biográficos In Wikipédia e/ou In AllMusic.Com - Todos os excertos das biografias foram adaptados e algumas vezes traduzidos por Ricardo Santos) e (http://memoriaglobo.globo.com/ da TV Globo)

Novela:          Roque Santeiro                  
Ano:               1985  
Tema:             Sem Pecado e Sem Juízo
Intérprete/s:   Baby Consuelo (18-07-1952)                             
Autor/es:        Baby Consuelo / Pepeu Gomes



Novela:          O Casarão                           
Ano:               1976
Tema:             Coisas da Vida
Intérprete/s:   Rita Lee (31-12-1947)                               
Autor/es:        Rita Lee


quarta-feira, 1 de fevereiro de 2017

Lohengrin de Richard Wagner


Mais uma Ópera célebre, obrigatória conhecer.

A escolha erudita desta vez, recai sobre a ópera de Richard Wagner, “Lohengrin”.

Resumo da história desta Ópera

A acção decorre no século X, no Brabante, em Antuérpia e suas proximidades.

O Rei Henrique chega a Brabante onde reunirá todos os germânicos para expulsar os húngaros dos seus domínios. Ao chegar a Brabante na mira de pedir auxílio a Frederico de Telramund que é tido como a personificação de lealdade, este responde ao Rei, mas narra os acontecimentos a seu modo. O velho duque deixara dois filhos, Elsa e Godofredo, este é herdeiro da coroa. Entretanto Godofredo desaparece sem deixar rasto e a mulher de Frederico, Ortrudes, lança a suspeita de que Elsa está implicada no assassinato do irmão. Elsa alega a sua inocência e diz que sonhou com um cavaleiro, revestido de coruscante armadura, que o Céu mandou para a proteger. Ele será o seu defensor. Frederico apoiado por Ortudes continua a acusá-la da morte do irmão, e diz que defronta qualquer um que a queira apoiar e defender. Elsa ajoelha perante o Rei. As trombetas tocam para anunciar o defensor de Elsa, ninguém aparece. Esta acredita e pede ao Rei para tocar de novo as trombetas porque o cavaleiro, seu defensor, está longe e poderá não ter ouvido. O Rei ordena que se façam ouvir de novo as trombetas. Ao longe aparece um pequeno bote puxado por um cisne. De pé no bote um cavaleiro vestido de uma armadura de prata. O bote chega ao seu destino e o cavaleiro apeia-se do mesmo, despede-se do cisne e manda-o de volta. O animal obedece e faz rumo para o lugar de onde viera. Apresenta-se a Elsa e pergunta se ela lhe permite que defenda a sua honra ao que Elsa acede. O cavaleiro protector luta com Frederico de Telramund e derrota-o, poupando-lhe, no entanto, a vida.
Frederico de Telramund sente-se desonrado e anseia por uma arma, que não tem, para punir sua mulher Ortrudes que o incitou, estupidamente, contra Elsa. Foi ela que urdira uma trama de seu próprio consórcio e o induzira a renunciar à mão de Elsa, visto que esperava como sendo a última vergôntea dos Ratbold, não tardar a ser chamada a reinar em Brabante.
Ortrudes por seu lado culpa Frederico de não conseguir vencer o pretenso protegido de Deus e ter sido derrotado. Ela consegue influenciar de novo Telramund a ajudá-la a continuar os seus desígnios tenebrosos contra Elsa. Ortrudes vai conseguir o perdão e a protecção de Elsa. O casamento de Elsa está próximo e Ortrudes e Frederico tentam de novo, a primeira a conseguir dominar o cavaleiro e o segundo a afrontar o Rei. Ambos são mal sucedidos. Ortrudes e Frederico de Telramund são ambos expulsos pelo cavaleiro.
O casamento tem lugar, mas Elsa instigada, secretamente, por Ortrudes e Frederico, faz perguntas incessantes ao seu noivo sobre a sua ascendência. Este diz para ela confiar nele e ele diz que a sua origem é mais elevada que a do próprio Rei e que a região de onde veio é divinal e esplendorosa. A sua curiosidade redobra e por esta altura entram pelos aposentos onde se encontravam Frederico de Telramund, acompanhado de quatro nobres descontentes, para tirar meças com o cavaleiro. Elsa pega na espada, dá-a ao seu consorte e este caindo sobre o traidor Frederico, mata-o fulminantemente, à primeira estocada.
O cadáver vai ser levado à presença real. O protector de Brabante, o cavaleiro, volta a vestir a sua armadura de prata. Tudo se vai esclarecer. O cavaleiro é nem mais nem menos, que um dos guardas do Santo-Gral. Seu Pai, Parcifal, é o chefe, o grão-mestre dos cavaleiros, onde ele se enquadra, e chama-se Lohengrin. Este tem de partir, porque o Gral não tolera maior ausência. Despede-se de Elsa. Ortrudes dirige-se a Elsa para dar mostras de alegria satânica e lhe revelar que o cisne misterioso que vai conduzir o seu querido herói, é o seu irmão Godofredo, que ela por suas malas-artes, assim encantou. Um pomba branca, a pomba do Santo-Gral plana sobre a barquinha que vai levar de regresso Lohengrin. O cavaleiro tira a cadeia que prende o cisne ao batel. Este mergulha nas águas e reaparece Godofredo. Elsa contente, abraça-se ao irmão, mas desmaia por ver seu marido partir, o cavaleiro Lohengrin.
Ortrudes ao ver os seus sortilégios frustrados, roja-se pelo chão no auge do despeito e estoira de raiva, enquanto a nobreza, feliz pela libertação de seu jovem suserano, aclama entusiasticamente, Godofredo, novo duque de Brabante.

Personagens de Lohengrin

O Rei Henrique I, da Alemanha …………………………….Tenor
Elsa de Brabante, filha e herdeira
            do Duque de Brabante ……………….………………Soprano
Lohengrin, cavaleiro do Santo-Gral ………………………...Tenor   
Ortrudes, filha de Ratbold, rei dos Frisões e herdeira
            da Coroa do Brabante, na falta de Elsa……………..Meio-Soprano
Frederico de Telramund, conde brabanção, casado
            com Ortrudes …………………………………………..Barítono
Um Arauto ………………………………………………………………….. Baixo

Nobres e cavaleiros brabanções, turíngios e saxões, damas do séquito de Elsa, pajens, trombeteiros, soldados, povo flamengo, etc.

Do autor Richard Wagner, … (excertos)

Guilherme Ricardo Wagner (1813-1883) nas céu em Lípsia a 22 de Maio de 1813 e ficou sem pai aos seis meses. Porque sua mãe tornou a casar foi residir para Dresde (Dresden), onde cresceu, começou seus estudos e não tardou em manifestar forte propensão poética. Só depois de sua mãe ter voltado a morar na sua terra natal entrou de mostrar interesse pela música e aprendeu a tocar rabeca e piano, respectivamente, com Robert Sipp (1806-1899) e o organista Amadeu Müller. Embrenhou-se, depois, nos segredos da composição guiado por Cristiano Weinlig (1780-1842), grande contrapontista, que ainda aprendera, em Bolonha, com o famigerado Padre Estalinau Mattei (1750-1825).
Nenhuma outra ópera de Wagner alcançou tanta popularidade e logrou aceitação universal como esta, o que se deveu ao facto de não ser ainda gizada no colete de forças que é, em última análise, a concepção wagneriana do drama lírico.
Em Lohengrin a música ainda tem independência, ainda não está de todo acorrentada à trama densa urdida com os temazinhos (leit-motiven – leia: laite-motífene); ainda há melodias independentes e um sopro de idealismo que encontra eco em nós e nos enfeitiça o coração. Em Lohengrin há também uma outra condição que muito valoriza a partitura: a magna importância dos coros.
O poema (como não podia deixar de ser) é do próprio Wagner, e, como é peculiar do autor, as melhores páginas musicais correspondem às melhores páginas do drama.
O assunto é o de uma célebre lenda teutónica e foi tratado por Wolfram de Eschenbach, o famoso poeta da Idade Média (falecido em 1220), em seu poema Parcifal.
Lohengrin (ou Loherangrin) quer dizer, propriamente: o Loreno (natural de Lorena) Gerin (ler: Guerin).
Ricard Wagner faleceu repentinamente em Veneza a 13 de Fevereiro de 1883 e foi enterrado em Bayreuth (lê-se: Bairóit), nos jardins de sua residência, no dia 18 desse mesmo mês.
Quase um mê depois – a 14 de Março – é que Lisboa ouviu pela primeira vez o Lohengrin, cantado em São Carlos, sob a direcção do maestro Dalmau.

Muito do texto aqui escrito, foi por mim adaptado, e encontra-se em:

Colecção "Ópera", Volume 5, Direcção Mário de Sampayo Ribeiro, Editor Manuel B. Calarrão, Lisboa, Junho de 1946, Preço 4$00.
  
DVD indicativo:


Trechos Musicais

Mario del Monaco (Lohengrin), tenor, ária “Da voi lontan”


Emese Pesti (Elsa), soprano, ária “Einsam in trüben Tagen”


Marcha Nupcial, “Concierto Voces para la Paz 2005”, no Teatro Monumental, em Madrid, 8 de Maio de 2005.


Prelúdio do 3º. Acto