Dá a surpresa de ser
Dá a surpresa de ser É alta, de um louro escuro. Faz bem só pensar em ver Seu corpo meio maduro.
Seus seios altos parecem (Se ela estivesse deitada) Dois montinhos que amanhecem Sem ter que haver madrugada.
E a mão do seu braço branco Assenta em palmo espalhado Sobre a saliência do flanco Do seu relevo tapado.
Apetece como um barco. Tem qualquer coisa de gomo. Meu Deus, quando é que eu embarco? Ó fome, quando é que eu como?
10-9-1930 - Poesias. Fernando Pessoa. (Nota explicativa de João Gaspar Simões e Luiz de Montalvor.) Lisboa: Ática, 1942 (15ª ed. 1995) - 123.
sábado, 7 de abril de 2018
Xutos e Pontapés (11) Coro da Primavera
(Dados Biográficos In Wikipédia e/ou In AllMusic.Com -
Todos os excertos das biografias foram adaptados e algumas vezes traduzidos por
Ricardo Santos)
Músicas do CD Duplo “Os
Filhos da Madrugada” editado em 27 de Abril de 1994, onde o Grande José
Afonso, foi homenageado pelos artistas das principais bandas portuguesas. É
também a minha homenagem a esta figura IMPORTANTÍSSIMA na vida musical
portuguesa e no respeito que demonstrava e defendia pela liberdade de todos os
cidadãos.
José Manuel Cerqueira Afonso dos Santos (Aveiro, 02-08-1929 – Setúbal,
23-02-1987)
Desenho meu, feito a lápis de
carvão, no ano de 1988, após a morte do Artista
Xutos e Pontapés
(1978)
Cobre-te canalha
Na mortalha
Hoje o rei vai nu
Os velhos tiranos
De há mil anos
Morrem como tu
Abre uma trincheira
Companheira
Deita-te no chão
Sempre à tua frente
Viste gente
Doutra condição
(Refrão)
Ergue-te ó Sol de Verão
Somos nós os teus cantores
Da matinal canção
Ouvem-se já os rumores
Ouvem-se já os clamores
Ouvem-se já os tambores
Livra-te do medo
Que bem cedo
Há-de o Sol queimar
E tu camarada
Põe-te em guarda
Que te vão matar
Venham lavradeiras
Mondadeiras
Deste campo em flor
Venham enlaçdas
De mãos dadas
Semear o amor
(Refrão)
Venha a maré cheia
Duma ideia
P'ra nos empurrar
Só um pensamento
No momento
P'ra nos despertar
Eia mais um braço
E outro braço
Nos conduz irmão
Sempre a nossa fome
Nos consome
Dá-me a tua mão
(Refrão)
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És muito habilidoso !
ResponderEliminar:)
Todos nós temos sempre algo que gostamos de fazer. Escrever e desenhar, são duas coisas que gosto de fazer.
EliminarObrigado Catarina
Eu gostava de saber desenhar.
ResponderEliminarSou um desastre!
Aquele abraço, boa semana
Pois apesar de melómano convicto também não conheço notas de música ou pauta musical !
EliminarAbraço Pedro e Obrigado
Mais uma vez constato que o Zeca Afonso era muito superior a todos os outros. Inimitável ! ... Nem os "Xutos" ! :(( ... por muito meritória que tenha sido a homenagem ao Z.A.
ResponderEliminarPois Rui é mais uma versão diferente. Não creio que o intuito seja imitar, como sabes !
EliminarGrande Abraço e Obrigado
Estava convencida que tinha comentado este post...
ResponderEliminarÉ que por acaso não gosto muito deste tema e os Xutos também não vieram nada ajudar à festa! :D
E já vais no 2º CD deste álbum duplo... o que quer dizer que a publicação vai a meio.
Continuo a acompanhar esta tua excelente rubrica.
Beijinhos de Primavera
(^^)
Como tenho vindo a dizer as versões sobre músicas do Zeca Afonso, foram uma homenagem importante de um grande Homem do panorama musical português e da cidadania. Principalmente aquelas versões que não se limitam a ser "cópias" e trazem algo de diferente, essas sim são para mim, claro, as mais importantes. Alguém que conseguiu ver outras tonalidades, outros sons na música do José Afonso. Verdade, vou no segundo CD.
EliminarMuito obrigado pela tua apreciação, Afrodite
Gostei de ouvir os dois temas, embora partilhe da mesma opinião que o Rui!
ResponderEliminarO Zeca é fantástico e adorei ouvir esta canção e ao mesmo tempo ir lendo a letra.
Obrigada pela partilha Ricardo
Obrigado Manuela pela tua opinião e comentário
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