Dá a surpresa de ser
Dá a surpresa de ser É alta, de um louro escuro. Faz bem só pensar em ver Seu corpo meio maduro.
Seus seios altos parecem (Se ela estivesse deitada) Dois montinhos que amanhecem Sem ter que haver madrugada.
E a mão do seu braço branco Assenta em palmo espalhado Sobre a saliência do flanco Do seu relevo tapado.
Apetece como um barco. Tem qualquer coisa de gomo. Meu Deus, quando é que eu embarco? Ó fome, quando é que eu como?
10-9-1930 - Poesias. Fernando Pessoa. (Nota explicativa de João Gaspar Simões e Luiz de Montalvor.) Lisboa: Ática, 1942 (15ª ed. 1995) - 123.
sexta-feira, 13 de abril de 2018
A Contar pelos Dados (9) – A carta lacrada
A manhã estava fria e o céu coberto de
nuvens. O chapéu
de detective assentava-lhe que nem uma luva. Jorge pertencia às
brigadas da Judiciária, ia fazer cinco anos. Gostava de imitar o vestuário das
séries policiais britânicas que passavam na televisão. Acrescentaria um
cachimbo à Sherlock Holmes se fumasse.
Durante estes anos, tinha ficado célebre
pelo homicídio da "Casca da banana". Um caso que foi muito
badalado na opinião pública e que os "media" encarregaram-se de falar
vezes sem conta.
Guedes o seu colega estava atrasado.
Tinham que ir conversar com duas pessoas, recolher os seus testemunhos e
analisar depois os depoimentos. Olhou para o relógio. Os ponteiros obviamente não
estavam parados e desde as 7:00 que Jorge estava a pé. Fez uma cara de quem
estava chateado, com a falta de pontualidade do colega.
Por uns segundos abstraiu-se da espera e
lembrou-se da carta.
Que carta seria aquela com um lacre em forma de coração
?
Entretanto, o Sol conseguira penetrar através das nuvens. O
dia ia ser longo. Ao longe, finalmente, descortinou Guedes em passo apressado.
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Cada um melhor que o outro. Muito bom.
ResponderEliminarAbraço e bom fim-de-semana
Muito obrigado Elvira!
EliminarBom fim de semana
Abraço
Isto cada vez é mais giro :)
ResponderEliminarEste conto merecia ser continuado! Ficou num ponto tão interessante...
E aquela carta lacrada vai ficar por abrir??
Pensa nisso. Faz um "take 2"... ou quantos mais quiseres, claro.
Gostei muito!!
Beijinhos com suspense
(^^)
Acredito que sim, mas não desvirtuar o que está proposto desde o início. Posso pensar, mas...
EliminarObrigado pela tua opinião Afrodite
Continuação, por favor 😎
EliminarQue bom teres regressado com esta rubrica que eu tanto gosto!
ResponderEliminarExcelente adaptação da história policial, aos dados!
Muito boa, mesmo.
Cada vez apuras mais o estilo; ficas mais desenvolto na escrita e na criatividade.
Parabéns.
Bom FDS.
A rubrica continua e vai continuar, mas escrever implica paz de espírito e serenidade, e ainda muito importante concentração.
EliminarObrigado Janita
Muito giro, essa carta é uma declaração de amor que ficou perdida....alguém está a sofrer...
ResponderEliminarGostei muito.
Sim, calculo que a carta possa ser isso que dizes, Papoila. Obrigado
EliminarUma história de detetives que acaba com um mistério por desvendar. O mistério da carta lacrada... :) Olha que giro! Gostei muito.
ResponderEliminarObrigado Luísa
EliminarCom duas horas de atraso, onde teria estado o Guedes?
ResponderEliminarOh_ooo escorregou também ele na casca da banana?
Está com muita pinta este caso "Casca de banana"!
Bom sábado Ricardo!
Beijinhos :)
O Guedes deve ter acordado tarde. Tem "pinta" disso ! :)
EliminarCarta lacrada é mais o caso ! :)
Obrigado mz
Uma história muito bem engendrada e muita imaginação.
ResponderEliminarAquela carta é que me deixou curiosa, que notícias esconderia?
Bom Domingo Ricardo
A carta como disse à Papoila deveria ser de uma declaração de amor perdida. É uma história de seis dados apenas.
EliminarObrigado Manuela
Como já foi dito,... cada vez mais aprimorados os contos e a técnica !!!
ResponderEliminarEstás a ficar um belo escritor ! :))
Abraço
Rui como já disse, eu devia-me ter dedicado à escrita. Talvez ainda venha a tentar alguma coisa, não sei, vai depender de muita coisa mesmo !
EliminarMuito Obrigado, Abraço