Dá a surpresa de ser

Dá a surpresa de ser É alta, de um louro escuro. Faz bem só pensar em ver Seu corpo meio maduro.

Seus seios altos parecem (Se ela estivesse deitada) Dois montinhos que amanhecem Sem ter que haver madrugada.

E a mão do seu braço branco Assenta em palmo espalhado Sobre a saliência do flanco Do seu relevo tapado.

Apetece como um barco. Tem qualquer coisa de gomo. Meu Deus, quando é que eu embarco? Ó fome, quando é que eu como?

10-9-1930 - Poesias. Fernando Pessoa. (Nota explicativa de João Gaspar Simões e Luiz de Montalvor.) Lisboa: Ática, 1942 (15ª ed. 1995) - 123.

sábado, 13 de outubro de 2018

7.ª Arte - Werner Herzog

Breves palavras sobre o que é para mim, o Cinema.

Durante os anos da minha juventude houve algo que me despertou o interesse e fez com que a minha ligação com os audiovisuais se tornasse, desde então, preponderante na minha vida. Esse algo foi o Cinema. A chamada 7.ª arte (arte da imagem) que quando dado o nome e na minha modesta opinião, ela reflectia somente a realidade do cinema mudo, por isso “arte da imagem”. Posteriormente a 7.ª arte tornou-se em algo muito mais complexo. A obra/filme tornou-se num conjunto de várias e ricas variáveis: a imagem, o texto, a cenografia, o som, o guarda-roupa, a interpretação, etc.. Tudo isso conglomerado e orientado de alguma maneira, por uma pessoa na arte de dirigir, o realizador.

Um bom filme, é como uma boa música ou um bom livro, é algo que deve ser visto mais que uma vez, para que nos apercebamos de coisas que numa só, é impossível. Um amante de cinema vê um filme duas, três vezes, para que nele possa visualizar todas essas variáveis de que falei anteriormente.

Vão passar por aqui alguns realizadores que fizeram e fazem parte do meu imaginário de cinéfilo. Nessa época, quando frequentei as salas de cinema em Lisboa, as filmografias de eleição eram: a italiana, a francesa, a alemã, a sueca, a espanhola, a nipónica, a americana. Mas passarão também, e obviamente, realizadores brasileiros e portugueses

Esta nova publicação intitulada 7.ª Arte, será muito de uma pequena mostra do que se via cinematograficamente em Lisboa, nos finais da década de 60 e 70, mas não só, porque teremos filmes muito mais actuais !!!
Tal qual, como todos vós, me reconhecem como um melómano amador, eu também sou um cinéfilo amador. O que vou trazer aqui foram/são obras que gostei/gosto e vi/revejo, e as minhas escolhas são apenas opiniões e gostos, livres de qualquer pretensiosismo !!!

No nome do realizador (se estrangeiro) e na maioria dos títulos dos filmes existem “links” para a Wikipedia (versão inglesa), por ser a plataforma mais abrangente e mais completa. Se pretenderem, na coluna esquerda dessas mesmas páginas, em baixo, tem normalmente, a escolha da tradução para a língua portuguesa.

(Dados Biográficos In Wikipédia e/ou In Imdb - Todos os excertos das biografias foram adaptados e algumas vezes traduzidos por Ricardo Santos)

Do cinema alemão trago-vos Werner Herzog (05-09-1942), realizador com uma obra notável. O realizador do Novo Cinema Alemão. Com 64 películas (longas, curtas, documentários, séries de televisão) e uns quantos galardões. Dele escolhi 3 filmes marcantes que vi, mas tem uma vasta obra para ser descoberta.

(1972) Aguirre, der Zorn GottesAguirre, o Aventureiro. Outro que também tenho a certeza ter visto no Consulado Alemão, por volta de 73.


(1979) Nosferatu: Phantom der NachtNosferatu: O Fantasma da Noite


(1979) WoyzecWoyzec


(2012) Entrevista com Werner Herzog

19 comentários:

  1. Bem...aqui, acho que me vou ver em palpos-de-aranha! Não conheço o trabalho do cineasta alemão nem nenhum dos filmes que apresentas.
    Não importa, vou à sorte e à morte e logo se verá!
    Tal como das vezes anteriores, só na hora de pôr os olhos em cima dos actores escolhidos para esta "Charada cinematográfica", pesquisarei o que for necessário.

    Bom Domingo, Ricardo.

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    1. A charada vai ser fácil, como de costume.
      Obrigado Janita

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  2. A relação Werner Herzog e Klaus Kinski Foi sempre MUITÍSSIMO conflituosa com cenas terríveis de violência.

    Cobra Verde foi o quinto e último filme com Klaus Kinski.

    Voyzeck e Fitzcarraldo são os meus preferidos.

    Saudações 😘 já de Düsseldorf.

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    1. Teresa obrigado por complementares a minha publicação !

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    2. Não foi a minha intenção completar a tua publicação, Ricardo.
      Então, tinha que falar sobre as encenações de ópera realizadas pelo Werner Herzog.

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  3. Não conheço esta 7.a Arte mas gostei de conhecer as suas escolhas! Bj

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    1. Gracinha se quiseres podes seguir as publicações pela etiqueta "7.ª Arte"!
      Obrigado

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  4. Já eu raramente vejo filmes. Do que gosto mesmo é de ler!
    Beijinhos

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    1. Livos acredito, mas acho que o teu principal negócio são bolos mesmo ! :))).... Culinária queria eu dizer ! :)
      Muito obrigado por teres tido a pachorra de vir aqui !!!

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  5. Não faz parte da minha galeria de favoritos.
    Mas venha de lá o desafio.
    Aquele abraço, boa semana

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    1. O desafio vai ser simples. Como disse o meu interesse é divulgar !
      Obrigado e abraço

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  6. Acho que nunca vi cinema alemão, mas gosto muito da língua alemã, ainda cheguei a ter umas aulitas.
    Gostei de ouvir as palavras de Werner.

    Boa semana Ricardo

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    1. Eu vi algum Bom Cinema Alemão e aprendi alemão no Liceu. É uma língua difícil, porque implica saber bem português, gramaticalmente e decorar as declinações alemãs, para substantivos, adjectivos, etc., etc., etc..

      Obrigado Manuela

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  7. Boa tarde, fui um adepto de cinema, via filmes e mais filmes, alguns repetidos, fui perdendo o gosto pela cinema, de vez enquanto vejo um filme na TV.
    Boa semana,
    AG

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    1. Eu nunca perdi o interesse pelo Cinema. Acho uma Arte impressionante. Mas não sou adepto de Cinema feito em computador. Para mim Cinema é pessoas, câmaras, microfones, cenários, guarda-roupa, paisagem, etc., etc., etc..

      Obrigado António

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  8. Acho que não vi nenhum filme deste realizador...

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    1. Desculpa, esqueci-me de te responder. Ainda podes vê-los ! :)
      O Woyzec vale a pena !
      Obrigado Luísa

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  9. Uma interessante partilha. Estamos sempre a aprender vs ganhar conhecimentos.
    O meu "cinema" tem sido em casa ao sofá, sempre que me é possível, com os imensos canais que há.
    Abraço

    Olhar d'Ouro - bLoG
    Olhar d'Ouro - fAcEbOOk
    Novidade: Olhar d'Ouro - yOutUbE

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    1. Hoje infelizmente trocamos tudo pelo virtual, em vez de uma boa saída para jantar e depois ir a um cinema. Sentar-mo-nos numa cadeira e presenciarmos um bom filme !
      Obrigado Rui

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Eu fiz um Pacto com a minha língua, o Português, língua de Camões, de Pessoa e de Saramago. Respeito pelo Português (Brasil), mas em desrespeito total pelo Acordo Ortográfico de 90 !!!