Dá a surpresa de ser

Dá a surpresa de ser É alta, de um louro escuro. Faz bem só pensar em ver Seu corpo meio maduro.

Seus seios altos parecem (Se ela estivesse deitada) Dois montinhos que amanhecem Sem ter que haver madrugada.

E a mão do seu braço branco Assenta em palmo espalhado Sobre a saliência do flanco Do seu relevo tapado.

Apetece como um barco. Tem qualquer coisa de gomo. Meu Deus, quando é que eu embarco? Ó fome, quando é que eu como?

10-9-1930 - Poesias. Fernando Pessoa. (Nota explicativa de João Gaspar Simões e Luiz de Montalvor.) Lisboa: Ática, 1942 (15ª ed. 1995) - 123.

sábado, 10 de abril de 2021

7.ª Arte - Blake Edwards

Breves palavras sobre o que é para mim, o Cinema.

Durante os anos da minha juventude houve algo que me despertou o interesse e fez com que a minha ligação com os audiovisuais se tornasse, desde então, preponderante na minha vida. Esse algo foi o Cinema. A chamada 7.ª arte (arte da imagem) que quando dado o nome e na minha modesta opinião, ela reflectia somente a realidade do cinema mudo, por isso “arte da imagem”. Posteriormente a 7.ª arte tornou-se em algo muito mais complexo. A obra/filme tornou-se num conjunto de várias e ricas variáveis: a imagem, o texto, a cenografia, o som, o guarda-roupa, a interpretação, etc.. Tudo isso conglomerado e orientado de alguma maneira, por uma pessoa na arte de dirigir, o realizador.

Um bom filme, é como uma boa música ou um bom livro, é algo que deve ser visto mais que uma vez, para que nos apercebamos de coisas que numa só, é impossível. Um amante de cinema vê um filme duas, três vezes, para que nele possa visualizar todas essas variáveis de que falei anteriormente.

Vão passar por aqui alguns realizadores que fizeram e fazem parte do meu imaginário de cinéfilo. Nessa época, quando frequentei as salas de cinema em Lisboa, as filmografias de eleição eram: a italiana, a francesa, a alemã, a sueca, a espanhola, a nipónica, a americana. Mas passarão também, e obviamente, realizadores brasileiros e portugueses

Esta nova publicação intitulada 7.ª Arte, será muito de uma pequena mostra do que se via cinematograficamente em Lisboa, nos finais da década de 60 e 70, mas não só, porque teremos filmes muito mais actuais !!!

Tal qual, como todos vós, me reconhecem como um melómano amador, eu também sou um cinéfilo amador. O que vou trazer aqui foram/são obras que gostei/gosto e vi/revejo, e as minhas escolhas são apenas opiniões e gostos, livres de qualquer pretensiosismo !!!

No nome do realizador (se estrangeiro) e na maioria dos títulos dos filmes existem “links” para a Wikipedia (versão inglesa), por ser a plataforma mais abrangente e mais completa. Se pretenderem, na coluna esquerda dessas mesmas páginas, em baixo, tem normalmente, a escolha da tradução para a língua portuguesa.

Do cinema norte-americano trago-vos Blake Edwards (26-07-1922 – 15-12-2010), realizador com uma obra notável. Com 37 películas, e ainda 31 como produtor, e 43 como argumentista. Uns quantos galardões. Dele escolhi 5 filmes que vi, embora para além destes tenha visto outros, nomeadamente os vários da “Pink Panther” (Pantera Cor-de Rosa).

(1959) Operation Petticoat - Operation Petticoat

(1961) Breakfast at Tiffany's – Boneca de Luxo

(1963) The Pink PantherA Pantera Cor-de-Rosa

(1974) The Tamarind SeedSementes de Tamarindo (filme completo, não se encontra somente apresentação !)

(1982) Victor, VictoriaVictor, Victória

(2003) Entrevista com Blake Edwards

31 comentários:

  1. Vi alguns filmes Pink Panther, não creio que tivesse o segundo e gosto imenso dos principais autores, recordo-me do título do terceiro, mas não o vi

    ResponderEliminar
    Respostas
    1. Os filmes da "Pink Panter" primam pelas histórias meio-loucas e pelas interpretações de grandes actrizes e actores.
      Catarina obrigado

      Eliminar
  2. E eu que nunca sei o nome dos realizadores (shame on me, i know)... e por isso também não saberia associar o nome Blake Edwards a estes tão conhecidos filmes!

    O Peter Sellers é impagável encarnando o Inspetor-Chefe Clouseau, na série de filmes A Pantera Cor de Rosa.
    A Julie Andrews é uma das minhas atrizes preferidas da minha infância e adolescência.
    Que saudades dos tempos em que eu via tudo que passava na TV! 😊

    Gostava de rever estes filmes...
    Talvez agora com estas plataformas de partilha de filmes eu os consiga encontrar para voltar a dar umas boas gargalhadas.

    (^^)

    ResponderEliminar
    Respostas
    1. Clarinha, por onde tens andado?!! :)
      Sou como tu, nem sempre associo os filmes ao realizador com a excepção de Clint Eastwood, Spielberg, Scorcese, Kubrick e mais uns quantos. Tive que ler a lista dos filmes que este realizou para me aperceber que foi ele o responsável por "10" que todo o mundo viu. :))

      Eliminar
    2. Eu também fui ver a lista... e de facto ele realizou uns quantos e bons que eu já vi.

      (Por onde tenho andado!? Por sítio nenhum, infelizmente!)

      Eliminar
    3. Na realidade Peter Sellers era um cómico excelente e neste papel de Inspector Closeau é um prazer vê-lo representar !
      Clara obrigado

      Eliminar
  3. Victor | Victoria é o meu filme favorito, que é um „remake“ de um filme alemão 🎥

    ResponderEliminar
    Respostas
    1. Remake do filme alemão de 1933, do realizador Reinhold Schünzel: https://en.wikipedia.org/wiki/Victor_and_Victoria
      Teresa obrigado

      Eliminar
    2. Exactamente!!
      Embora eu goste ainda mais filme de Blake Edwards.

      NUNCA achei piada ao Peter Sellers.

      Eliminar
    3. Eu sempre achei muita piada ao Peter Sellers :) !
      Teresa obrigado

      Eliminar
  4. Respostas
    1. Catarina,
      Eu também! 😊

      Como poderá o Ricardo ter-se esquecido de o mencionar!?? 😀

      Eliminar
    2. Escreveste às 00:22 e eu 00:23!

      Eliminar
    3. O costume entre nós. Ou escrevíamos exatamente à mesma hora ou com 1 minuto de diferença. Já bebeste o teu leitinho? :)) Dorme bem!😴😴😴

      Eliminar
    4. Ainda não! Mais daqui a uns minutos.
      Ainda estou a deitar a minha mãe... (takes ages!)

      Obrigada Catarina, tu também, mais logo!
      (^^)

      Eliminar
    5. O "10" é um filme feito para mostrar o físico da Bo Derek, mais nada. Ela até nem era bem feita de corpo, se considerarmos o conceito mais comum da estética do corpo feminino.
      Por isso, não o referenciei !...
      Acredito que me tenham falhado destacar mais dois, pelo menos, "The Notorious Landlady" e "Breakfast at Tiffany's", pelo menos estes eu deveria ter referenciado, porque também os vi !

      Eliminar
    6. Foi graças ao filme "Breakfast at Tiffany's" que me apaixonei pela grande e única Audrey Hepburn. 😍

      Eliminar
    7. Sim, Audrey Hepburn era uma excelente actriz.
      Clara obrigado

      Eliminar
  5. Filmes que gostei de ver, mas nunca associei ao realizador, que me pareceu ter bastante sentido de humor.
    Como disse a Clara, Julie Andrews, será sempre uma referência no meu passado mais juvenil.

    ResponderEliminar
    Respostas
    1. No meu tempo que era o teu, os "cinéfilos" amadores, como eu, viam os filmes consoante os realizadores. Gostava de seguir as suas carreiras cinematográficas. Quem é cinéfilo, gosta de ver o filme mais que uma vez, para poder apreciar todo o engenho que nele coloca o realizador, que é o "mestre" que reúne tudo, história, argumento, cenografia, guarda-roupa, interpretações, etc., etc., daí que a 7.ª arte já não seja somente a arte da imagem, ela é bem mais coomplexa que isso.

      Eliminar
  6. Para mim os realizadores são mais importantes do que os actores, quando quero ver um filme.

    ResponderEliminar
    Respostas
    1. Estamos absolutamente de acordo. A obra é o sumo que se extrai do filme realizado seja por quem for. É o realizador que leva o filme para onde quer !

      Eliminar
  7. Muitas e válidas opiniões já por aqui passaram, mas o que me apraz dizer é que, conhecendo eu todos estes filmes que nos apresentas e mais os outros de que falas e não trouxeste, ( para mim) no que a cineastas respeita se não forem; Tarantino, Spielberg, Fellini, Scorsese ou Hitchcock, TODOS os outros me passam ao lado.
    No entanto, gosto bastante de cinema.

    Bom Domingo.

    ResponderEliminar
    Respostas
    1. Houve uma altura que se podiam ver ciclos de cinema em Lisboa. Sei que sou um privilegiado, viver na capital tem, como é óbvio as suas vantagens. Nessa altura haviam ciclos que levavam os filmes de alguns realizadores, nomeadamente, franceses, italianos, alemães, americanos, japoneses. No Cinema/Teatro Monumental existia um programa que se chamava "Quinzenas do Bom Cinema", acho que era esse o nome, e o cinma que lá passava era do melhor. A sala estava sempre cheia e havia dificuldade em arranjar bilhetes.
      Janita obrigado

      Eliminar
  8. Fiquei com vontade de rever "Victor Vitoria". :)

    ResponderEliminar
    Respostas
    1. Hoje com Netflix e outros produtos de Internet não deve ser fácil ver esses filmes. Principalmente os norte-americanos, os outros já duvido que tenham cópias disponíveis.
      Luísa obrigado

      Eliminar

    2. Verdade, hoje estive a ver o 1º filme da Pantera cor de rosa... e já tenho os seguintes "na calha"! :))

      Eliminar

Eu fiz um Pacto com a minha língua, o Português, língua de Camões, de Pessoa e de Saramago. Respeito pelo Português (Brasil), mas em desrespeito total pelo Acordo Ortográfico de 90 !!!