Dá a surpresa de ser

Dá a surpresa de ser É alta, de um louro escuro. Faz bem só pensar em ver Seu corpo meio maduro.

Seus seios altos parecem (Se ela estivesse deitada) Dois montinhos que amanhecem Sem ter que haver madrugada.

E a mão do seu braço branco Assenta em palmo espalhado Sobre a saliência do flanco Do seu relevo tapado.

Apetece como um barco. Tem qualquer coisa de gomo. Meu Deus, quando é que eu embarco? Ó fome, quando é que eu como?

10-9-1930 - Poesias. Fernando Pessoa. (Nota explicativa de João Gaspar Simões e Luiz de Montalvor.) Lisboa: Ática, 1942 (15ª ed. 1995) - 123.

quarta-feira, 7 de abril de 2021

Eyes Thru Glass (58) – Óbidos (I) – Santuário do Senhor da Pedra

Aqui neste blogue e no “Eyes thru Glass“ mostro aquilo que os meus olhos vêem, através da objectiva.

Aqui ficarão somente as fotos, sem texto ficcional e sem música, apenas uma breve introdução, onde são tiradas e quando, e eventualmente alguma especificação técnica.

Em Setembro de 2016, estive perto de Óbidos a passar uns dias de descanso, e andei na vila e pelos seus arredores, a fazer fotografia, em alguns locais e cidades.

De uma mostra de 8, aqui fica a primeira série de algumas das fotografias “batidas”, no Santuário do Senhor da Pedra.






























28 comentários:

  1. Vivi em Óbidos, da minha casa via-se o Senhor da Pedra.

    ResponderEliminar
    Respostas
    1. Òbidos e vilas e cidades em redor, são maravilhosas.
      Brancas nuvens negras, obrigado

      Eliminar
  2. NÃO conheço Óbidos, mas gostei de ver as fotografias.
    Nunca tinha ouvido falar do Santuário do Senhor da Pedra.

    Gostei do vídeo sobre a artista polaca.

    ResponderEliminar
    Respostas
    1. Pena somente na altura, estarem um pouco deterioradas as paredes exteriores, bem necessitadas de uma pintura.
      Teresa obrigado

      Eliminar
  3. Cheguei a ir a Óbidos talvez duas ou três vezes em anos diferentes, já há muitos anos. Não me recordo se visitei o Santuário. Ao ver estas fotos, gostaria de revisitar Óbidos e ir ao Santuário.

    ResponderEliminar
    Respostas
    1. Pois Catarina, é algo que poderás visitar na tua vinda a Portugal. Vão aparecer por aqui mais fotos da zona.
      Catarina obrigado

      Eliminar
  4. D. João V fez um belo trabalho e tu também.
    Um santuário que tem características muito especiais, desde ser uma construção octogonal e as janelas em espelho.
    Nenhum pormenor te escapou. Gostei do que vi. Parabéns, as fotos estão excelentes.

    ResponderEliminar
    Respostas
    1. Obrigado pela tua apreciação Manuela, como fotógrafa que és. Tento sempre detalhar, ao máximo, todos os pormenores.
      Manuela obrigado

      Eliminar
  5. O que me chamou a atenção é que parece necessitar de algumas reparações externas.

    ResponderEliminar
    Respostas
    1. Pelo menos uma limpeza e pintura nas paredes do exterior. Isto foi em 2016, vai fazer 5 anos, não sei como estará agora !
      Pedro obrigado

      Eliminar
  6. Fantástica foto/reportagem de um monumento a carecer de um restauro.
    Só o conheço de passagem pois nunca entrei no seu interior.
    Abraço
    😉
    Olhar D'Ouro - bLoG
    Olhar D'Ouro - fAcEbOOk
    Olhar D'Ouro – yOutUbE * Visitem & subscrevam

    ResponderEliminar
    Respostas
    1. Vale a pena ver o interior e o exterior em 2016 estava assim. Neste momento nao sei.
      Rui Pires obrigado

      Eliminar
  7. Estive em Óbidos em 2018, da muralha vi este Santuário.
    Pena que não fui visitá-lo.
    Bons pormenores.
    Beijinho

    ResponderEliminar
  8. Já estive em Óbidos mas não visitei esse Santuário, que aqui detalhadamente nos apresentas. De todos as fotos, e por muito belo que seja este monumento, a minha preferida é a última. :)

    ResponderEliminar
    Respostas
    1. Agradeço a tua apreciação e o teu olhar fotográfico sobre as minhas fotos.
      Luísa obrigado

      Eliminar
  9. Também passei por lá há alguns anos (bastantes) perto do
    Santuário do Senhor da Pedra
    e recordo que pensei que o monumento, belo, mas com bastante
    necessidade de obras de conservação.

    ResponderEliminar
    Respostas
    1. Como já o disse, em 2016 estava assim exteriormente, agora não sei.
      Ângela obrigado

      Eliminar
  10. Quando vi pela primeira vez este templo, situado a 1 km, ou nem isso, da maravilhosa vila de Óbidos, na direção das Caldas da Rainha, fiquei espantado. Pensei: «As janelas estão de pernas para o ar!» Só depois reparei que por baixo das janelas "de pernas para o ar" havia outras janelas, que tinham "as pernas para baixo" e eram simétricas daquelas. Este curioso pormenor, por si só, justifica uma visita ao santuário que, aliás, só conheço por fora. Não há dúvida de que esta é uma igreja do séc. XVIII, um século onde eram possíveis todos os excessos e todas as excentricidades. Só é pena que este santuário esteja inacabado, sendo evidente que lhe falta de mais um andar ou, pelo menos, um remate para a sua fachada. Provavelmente faltou o dinheiro para concluir um templo que se pretendia grandioso.

    Quero também chamar a atenção para um outro "Senhor da Pedra", que é uma capela erguida sobre um rochedo na praia de Miramar, em Vila Nova de Gaia. A capela é lindíssima, o seu enquadramento paisagístico é fantástico e a proximidade do mar é impressionante. Chega a ser um milagre que uma tal capela consiga resistir à fúria das ondas nos dias de temporal, mas a verdade é que resiste. Só visto.

    Este Senhor da Pedra gaiense é objeto de uma grande romaria (quando não havia covid-19), que é uma das três ou quatro maiores romarias do Grande Porto. As outras são o Senhor de Matosinhos e o São João do Porto. O Grupo de Cantares de Manhouce gravou uma canção tradicional de romaria ao Senhor da Pedra. Ora Manhouce é uma aldeia puramente serrana que fica a mais de 50 km da Praia de Miramar. A existência deste cantar em Manhouce mostra que havia no passado ranchos que saiam de lá e se dirigiam em romagem a Miramar, a pé, bem entendido, para adorar o Senhor da Pedra e cumprir promessas. A canção de Manhouce está no Youtube e é ilustrada com fotografias do Senhor da Pedra gaiense. Está aqui: https://www.youtube.com/watch?v=zT93MifviA8.

    ResponderEliminar
    Respostas
    1. Fernando obrigado por mais um excelente comentário que, como é costume, enriquece a minha publicação. O santuário estar inacabado, nao sei, o Fernando o diz e poderá ter fontes que sejam conducentes com a prova da falta de mais um andar. É, de alguma maneira sensível, também para mim, que parece que não está terminada a cúpula e faltará mais um andar. Interiormente como pode ver é muito bonito.

      A capela com o nome idêntico em Gaia, na praia de Miramar, não conhecia. Fiquei a conhecer através do video do Youtube, bem como o "Grupo de Cantares de Manhouce".

      Fernando, muito obrigado

      Eliminar
    2. Ricardo,

      Como por certo se deve lembrar, depois do 25 de Abril houve um interesse pela música tradicional portuguesa por parte de um certo número de agrupamentos musicais, tais como a "Brigada Victor Jara", "Vai de Roda", "Maio Moço", etc. Estes agrupamentos eram constituidos por pessoas nadas e criadas em ambiente urbano, que partiram à procura das suas (nossas) raízes musicais rurais, que recriaram e reproduziram em discos de vinil ou CD. O "Pezinho da Vila, pela Brigada Victor Jara, é um exemplo entre muitos.

      Por muito boa vontade que tivessem, estes agrupamentos eram constituidos por pessoas da cidade, que partiam em busca de um som ancestral, que não era o seu próprio som (urbano), mas sim o dos seus pais e avós (rural).

      Até que surgiu na cena musical um grupo de três mulheres naturais de uma aldeia serrana, chamada Manhouce, no concelho de São Pedro do Sul, distrito de Viseu, que cantavam a música da sua própria terra. Este grupo chamou-se Grupo de Cantares de Manhouce e teve como principal intérprete a Isabel Silvestre, que veio a cantar a Pronúncia do Norte com Rui Reininho e os GNR. A razão do êxito do Grupo de Cantares de Manhouce residia na sua autenticidade, pois eram mulheres da aldeia cantando a música dessa mesma aldeia, e não mulheres da cidade em busca das suas raízes.

      Eu conheço Manhouce, já lá fui quatro ou cinco vezes. É uma típica aldeia serrana, rústica até mais não, como o são quase todas as aldeias da Beira Alta, situada no coração de um maciço montanhoso existente entre os rios Douro e Vouga, o Maciço da Gralheira, que é constituído por três serras: Serra da Freita, Serra de Arada e Serra do Arestal. Manhouce fica na Serra do Arestal. Recomendo vivamente uma visita ao Maciço da Gralheira, quando for possível. É verdadeiramente deslumbrante, que enfeitiça quem lá vai.

      Um abraço

      Eliminar
    3. Caro Fernando Ribeiro, estas composições são-me conhecidas e muito agradáveis.
      Mais uma vez volto a agradecer os seus comentários. Pena não viver na cidade "Invicta", porque teria muito e prazer em conhecê-lo pessoalmente.
      Um Abraço

      Eliminar
  11. Um post muito interessante. Já estive imensas vezes em Óbidos. Mas nunca encontrei o Santuário aberto.
    Abraço, saúde e bom domingo

    ResponderEliminar
    Respostas
    1. Pode ser que numa próxima visita possa visitar o seu interior. Se tentar comunicar com a autarquia de Óbidos, ele informam-na certamente desses horários, e sendo assim poderá encontrá-lo aberto.
      Embora eu tenha tirado fotos desses horários, não coloquei aqui a foto porque normalmente eles podem ser alterados.
      Elvira obrigado

      Eliminar
  12. A promessa de ir visitar Óbidos (com tempo) ainda não foi cumprida... só estive lá uma vez de fugida mas prometi voltar.
    Voltei lá hoje em visita através das tuas fotos... e gostei muito.
    Fico à espera das próximas publicações.

    (também gostei muito da última fotografia)
    Beijinhos à luz das velas
    (^^)

    ResponderEliminar
    Respostas
    1. Pois Óbidos é uma vila de visita obrigatória. Ela encerra muita história e é extremamente bonita pela sua antiguidade, retratada nos seus pequenos prédios, de habitação e comerciais.
      Clara obrigado

      Eliminar
  13. Aqui em gaia temos a capela do senhor da pedra, que é uma capela numa rocha no meio do mar.

    ResponderEliminar
    Respostas
    1. O Fernando Ribeiro falou nela num comentário mais acima.
      O ultimo fecha a porta, obrigado

      Eliminar

Eu fiz um Pacto com a minha língua, o Português, língua de Camões, de Pessoa e de Saramago. Respeito pelo Português (Brasil), mas em desrespeito total pelo Acordo Ortográfico de 90 !!!