Nome: Por Este Rio Acima
Autor: Fausto
Bordalo Dias
Ano: 1982
Produção: Eduardo
Paes Mamede
Intérprete/s: Fausto
Bordalo Dias
Editora: Triângulo TR 002/3
Texto:
Mais uma obra de arte da “Música Popular Portuguesa”. Esta da autoria de Fausto Bordalo Dias.
É o primeiro disco de uma trilogia que inclui ainda, os álbuns “Crónicas da Terra Ardente” (1994) e “Em Busca das Montanhas Azuis” (2011). Este “Por Este Rio Acima” baseia-se nas viagens de Fernão Mendes Pinto, relatadas no seu livro “Peregrinação” de 1614, enquanto que o seguinte, “Crónicas da Terra Ardente” foi inspirado pela “História Trágico-Marítima” de 1735, reunido por Bernardo Gomes de Brito.
“Por Este Rio Acima” é considerado geralmente pela crítica um dos álbuns mais marcantes da “Música Popular Portuguesa” das últimas décadas. Em 2009, este trabalho foi considerado o 4.º melhor álbum da década de 1980, pela revista Blitz, que recorreu a um grupo de mais de 50 personalidades ligadas ao mundo da música.
(In Wikipedia)
Comentário de Fernando Ribeiro (do blogue "A Matéria do Tempo) que aqui transcrevo dada a sua importância:
Magnífico disco de um magnífico cantautor. Fica indelevelmente para a história da música portuguesa.
Já agora, quero chamar a atenção para o livro que inspirou Fausto, a "Peregrinação" de Fernão Mendes Pinto, que é o mais emocionante livro de aventuras que alguma vez já li. Os filmes de Indiana Jones, que Spielberg realizou, não lhe chegam aos calacanhares. E há muito mais de verdadeiro na "Peregrinação" do que se imagina.
A frase que dá o título ao disco, "Por este rio acima", é usada pelo próprio Fernão Mendes Pinto, quando ele e um grupo de portugueses subiram por um rio acima na China, para assaltarem um templo cheio de riquezas. O assalto correu mal, eles foram capturados e levados para Pequim, a fim de serem julgados e condenados.
A viagem até Pequim permitiu a Fernão Mendes Pinto fazer uma descrição vivíssima da China rural, que ele percorreu então. Em Pequim, ele e os seus companheiros terão sido mantidos durante três dias numa cisterna, com água cheia de sanguessugas pelo peito! Foram julgados e condenados, ocasião que Fernão Mendes Pinto aproveita para reconhecer que eles mereceram o castigo e faz um grande elogio à justiça chinesa. A condenação consistiu na sua deportação para a fronteira do império, a fim de combaterem contra os atacantes tártaros. Foram colocados, portanto, na Grande Muralha da China.
Uma das razões pelas quais Fernão Mendes Pinto foi alcunhado Fernão Mentes Minto, foi porque se achava que era impossível existir uma muralha tão grande como a que ele diz que encontrou na China. Ora todos nós sabemos que Fernão Mendes Pinto não mentiu e que a Grande Muralha da China existe mesmo.
Muitos outros factos contados por ele na "Peregrinação" foram comprovadamente verdadeiros. Por exemplo, escavações arqueológicas feitas em Pequim mostram que a descrição que ele faz da cidade, tal como era no séc. XVI, é verdadeira, a tal ponto que os chineses consideram que a descrição dele é a mais exata que existe. Os japoneses, por seu lado, tomam com verdadeira a descrição que Fernão Mendes Pinto faz do primeiro desembarque de portugueses no Japão, assim como da introdução das armas de fogo no país. Etc.
Que Fernão Mendes Pinto tenha vivido todas as aventuras que conta no livro, parece altamente inverosímil. Mas se as não viveu, pelo menos informou-se muito bem informado.
Enfim, um disco e um livro a não perder.
Fotos:
Músicas:
O Barco Vai de Saída – Fausto Bordalo Dias, espectáculo no CCB.
A Guerra é a Guerra – Fausto Bordalo Dias, espectáculo no CCB.
A Voar Por Cima Das Águas – Fausto Bordalo Dias, com Orlando Costa, , espectáculo no CCB.
Por Este Rio Acima – Fausto Bordalo Dias, espectáculo no CCB.
Navegar, Navegar – Fausto
Bordalo Dias, espectáculo no CCB.
Uma bela homenagem ao Fausto Bordalo Dias, que adoro.
ResponderEliminarO álbum 'Por este Rio Acima' é um dos melhores da MPP.
Obrigada, Ricardo.
É verdade, está considerado um dos melhores álbuns da MPP.
EliminarJanita obrigado
Navegar, navegavas.
ResponderEliminarVotos de Santo Natal
Igualmente e obrigado Pedro
Eliminar__ Fernão Mendes Pinto mentes?!
ResponderEliminar__ Minto!
“Peregrinação” um dos livros da minha vida.
Gostaste das músicas e das letras ?
EliminarTeresa obrigado
Gosto tanto das músicas do Fausto!!
ResponderEliminarCheguei a saber cantar algumas de cor.
Obrigada pela partilha Ricardo
Dão mesmo vontade de cantar com elas.
EliminarManuela obrigado
Ora bem, já tenho música (boa) para ouvir no fim-de-semana... e recordar bons (velhos) momentos.
ResponderEliminarValeu Ricardo!
Beijo, bom fim-de-semana.
Boas cantorias, é música muito boa e agradável !
EliminarTeresa obrigado
ResponderEliminarGosto taaanto!!
Beijinhos por esse rio acima
(^^)
Eu já fui rio acima aqui no Tejo, aqui há uns anos. Este álbum é assombroso de qualidade.
EliminarClara obrigado
Magnífico disco de um magnífico cantautor. Fica indelevelmente para a história da música portuguesa.
ResponderEliminarJá agora, quero chamar a atenção para o livro que inspirou Fausto, a "Peregrinação" de Fernão Mendes Pinto, que é o mais emocionante livro de aventuras que alguma vez já li. Os filmes de Indiana Jones, que Spielberg realizou, não lhe chegam aos calacanhares. E há muito mais de verdadeiro na "Peregrinação" do que se imagina.
A frase que dá o título ao disco, "Por este rio acima", é usada pelo próprio Fernão Mendes Pinto, quando ele e um grupo de portugueses subiram por um rio acima na China, para assaltarem um templo cheio de riquezas. O assalto correu mal, eles foram capturados e levados para Pequim, a fim de serem julgados e condenados.
A viagem até Pequim permitiu a Fernão Mendes Pinto fazer uma descrição vivíssima da China rural, que ele percorreu então. Em Pequim, ele e os seus companheiros terão sido mantidos durante três dias numa cisterna, com água cheia de sanguessugas pelo peito! Foram julgados e condenados, ocasião que Fernão Mendes Pinto aproveita para reconhecer que eles mereceram o castigo e faz um grande elogio à justiça chinesa. A condenação consistiu na sua deportação para a fronteira do império, a fim de combaterem contra os atacantes tártaros. Foram colocados, portanto, na Grande Muralha da China.
Uma das razões pelas quais Fernão Mendes Pinto foi alcunhado Fernão Mentes Minto, foi porque se achava que era impossível existir uma muralha tão grande como a que ele diz que encontrou na China. Ora todos nós sabemos que Fernão Mendes Pinto não mentiu e que a Grande Muralha da China existe mesmo.
Muitos outros factos contados por ele na "Peregrinação" foram comprovadamente verdadeiros. Por exemplo, escavações arqueológicas feitas em Pequim mostram que a descrição que ele faz da cidade, tal como era no séc. XVI, é verdadeira, a tal ponto que os chineses consideram que a descrição dele é a mais exata que existe. Os japoneses, por seu lado, tomam com verdadeira a descrição que Fernão Mendes Pinto faz do primeiro desembarque de portugueses no Japão, assim como da introdução das armas de fogo no país. Etc.
Que Fernão Mendes Pinto tenha vivido todas as aventuras que conta no livro, parece altamente inverosímil. Mas se as não viveu, pelo menos informou-se muito bem informado.
Enfim, um disco e um livro a não perder.
Fernando, mais uma vez a sua experiência e cultura vêm enriquecer uma publicação do meu blogue. Faço questão de acrescentar o seu texto ao corpo da publicação, por achá-la extremamente importante relativamente ao escritor português Fernão Mendes Pinto e ao seu livro "Peregrinação".
EliminarFernando, um Muito Obrigado pelos seus comentários !!!
EliminarExcelente decisão Ricardo, os comentários do Fernando Ribeiro são magníficos.
O Fernando Ribeiro é uma das pessoas que se o nosso grupo fizer um novo almoço, faço tenções de ir buscar, pessoalmente. O seu Blogue "A Matéria do Tempo" é um blogue de cultura e de assuntos diferentes e interessantes que nos levam a outros destinos. Tem publicado sobre muitos artistas em Portugal e divulga sempre que pode a Cultura Portuguesa.
EliminarClara obrigado
Já conhecia muitas destas faixas musicais de Fausto... mas não o que teria inspirado, tão notável disco! Grata por tão enriquecedora partilha, Ricardo!
ResponderEliminarUm grande abraço!
Ana
Ana a partilha está enriquecida com o texto que o Fernando Ribeiro do blogue "A Matéria do Tempo" me comentou e eu incluí no corpo da publicação.
EliminarAna obrigado