Dá a surpresa de ser

Dá a surpresa de ser É alta, de um louro escuro. Faz bem só pensar em ver Seu corpo meio maduro.

Seus seios altos parecem (Se ela estivesse deitada) Dois montinhos que amanhecem Sem ter que haver madrugada.

E a mão do seu braço branco Assenta em palmo espalhado Sobre a saliência do flanco Do seu relevo tapado.

Apetece como um barco. Tem qualquer coisa de gomo. Meu Deus, quando é que eu embarco? Ó fome, quando é que eu como?

10-9-1930 - Poesias. Fernando Pessoa. (Nota explicativa de João Gaspar Simões e Luiz de Montalvor.) Lisboa: Ática, 1942 (15ª ed. 1995) - 123.

sexta-feira, 26 de março de 2021

Poesia (7) – Álvaro de Campos e Eugénio de Andrade

Álvaro de Campos (13 ou 15-10-1890 – 1935)

Estou Cansado, dita por Pedro Moreira (?)

Eugénio de Andrade (19-01-1923 – 13-06-2005)

Palavras Gastas, dita por Mário Viegas

10 comentários:

  1. Tenho saudades do Mário Viegas.
    Abraço, bfds

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    1. Alguém que sabia interpretar poesia, como ninguém !
      Pedro obrigado

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  2. Dois grandes poemas e... bem ditos. Obrigado pela partilha.
    Um abraço

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  3. Dois belos poemas.
    Mário Viegas é sempre bom de ouvir, um grande declamador.
    Gostei de ouvir o Pedro Pereira, tal como disse, também eu estou cansada.

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  4. Gostei muito do Pedro Moreira...

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    1. Infelizmente o video do Mário Viegas não está em grandes condições de audição.
      Catarina obrigado

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  5. Bela, bela, bela partilha, Ricardo.
    Desconhecia o Pedro Moreira.
    Beijo, fica bem.

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    1. Sem ofender quem quer que seja, gostava que houvesse mais pessoas a declamar poesia em português, no meu português !!!
      Teresa obrigado

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Eu fiz um Pacto com a minha língua, o Português, língua de Camões, de Pessoa e de Saramago. Respeito pelo Português (Brasil), mas em desrespeito total pelo Acordo Ortográfico de 90 !!!