Dá a surpresa de ser

Dá a surpresa de ser É alta, de um louro escuro. Faz bem só pensar em ver Seu corpo meio maduro.

Seus seios altos parecem (Se ela estivesse deitada) Dois montinhos que amanhecem Sem ter que haver madrugada.

E a mão do seu braço branco Assenta em palmo espalhado Sobre a saliência do flanco Do seu relevo tapado.

Apetece como um barco. Tem qualquer coisa de gomo. Meu Deus, quando é que eu embarco? Ó fome, quando é que eu como?

10-9-1930 - Poesias. Fernando Pessoa. (Nota explicativa de João Gaspar Simões e Luiz de Montalvor.) Lisboa: Ática, 1942 (15ª ed. 1995) - 123.

sexta-feira, 5 de março de 2021

Jazz Standards (201)

(Sobre o tema em questão, algumas palavras retiradas de “in

http://www.jazzstandards.com/compositions/index.htm” - adaptação e tradução por Ricardo Santos)

Love Walked In (#201) - Música de George Gershwin e Letra de Ira Gershwin

“Love Walked In”, escrita por George e Ira Gershwin, foi apresentada no filme “Goldwyn Follies” de 1938 e cantada por Kenny Baker, um cantor popular que apareceu no programa de rádio de Jack Benny, apresentou a sua própria versão e estreiou a cantá-la na produção da Broadway “One Touch of Venus” (1943). A música esteve na tabela de vendas da Billboard, várias vezes:

Sammy Kaye e a sua orquestras (1938, 16 semanas, 3 delas em 1.º lugar);

Jimmy Dorsey e a sua orquestra (1938, 7 semanas, subindo ao 7.º lugar);

Jan Garber e a sua orquestra (1938, 8 semanas subindo ao 7.º lugar);

Kenny Baker (3 semanas, subindo ao 14.º lugar); e

Hilltoppers (1953, 10 semanas, subindo ao 8.º lugar)

Sarah Vaughan (Newark, EUA, 27-03-1924 — Los Angeles, EUA, 03-04-1990) – do álbum “Sarah Vaughan Sings George Gershwin” editado em 1958, pela etiqueta “EmArcy”. Orquestra e arranjos de Hal Mooney. 

Sonny Stitt (Boston, Massachusetts, EUA, 02-02-1924 – Washington, D.C., EUA, 22-07-1982) com a Quincy Jones (Chicago, Illinois, EUA, 14-03-1933) Orchestra – do álbum “"Sonny Stitt with Quincy Jones Orchestra / Pen Of Quincy", New York, 1955. Sonny Stitt (saxofone alto), Quincy Jones (orquestração e direcção de orquestra), Jimmy Nottingham, Ernie Royal (trompetes), J.J. Johnson (trombone), Anthony Ortega (flauta, e saxofone alto), Seldon Powell (saxofone tenor), Cecil Payne (saxofone baixo), Hank Jones (piano), Freddie Green (guitarra), Oscar Pettiford (contrabaixo), Jo Jones (bateria). 


 Tony Bennett (Queens, New York, EUA, 03-08-1926)    

Warren Bernhardt (Wausau, Wisconsin, EUA ??-11-1938) – do álbum de 1989 “Heat of the Moment”, com Jay Anderson (contrabaixo), Peter Erskine (bateria), Mike DeMicco (guiitarra), Gordon Gottlieb (percussão) e Warren Bernhardt (teclas).

Letra

Love walked right in and drove the shadows away

Love walked right in and brought my sunniest day

One magic moment and my heart seemed to know that love said hello

Though not a word was spoken

One look, and I forgot the gloom of the past

One look and I had found my future at last

One look and I had found a world completely new

When love walked in with you

One magic moment and my heart seemed to know that love said hello

Though not a word was spoken

One look and I had found a world completely new

When love walked in with you

Lamento, algumas eventuais falhas nas letras, encontradas na Internet, devido à própria improvisação dada pelos seus intérpretes, e muitas vezes de difícil entendimento. (Ricardo Santos).

8 comentários:

  1. Este tema parece-me familiar...
    Pelo menos foi o que senti ao escutar a versão cantada por Sarah Vaughan.
    Terá este tema feito parte da banda sonora de algum filme?
    É um tema bastante cinéfilo.

    Sei que gostas mais das versões instrumentais, mas a esta hora da noite, as vozes soaram-me melhor ao ouvido.

    Boa noite, embalada pelos Gershwin
    (^^)

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    1. A canção entrou num filme norte-americano intitulado "Goldwyn Follies" do realizador George Marshall, de 1938. Penso que nunca terá sido exibido aqui em Portugal. No link https://en.wikipedia.org/wiki/The_Goldwyn_Follies, está a informação sobre.

      O motivo porque gosto mais do instrumental tem a ver com as centenas de vozes que existem, agradáveis certamente, mas que todas elas têm na maioria timbres muito idênticos de voz, nas femininas e nas masculinas.

      Por isso, eu costumo dizer que as vozes diferentes são "ouro", porque são aquelas que irão ser mais recordadas (Billie Holiday, Stacey Kent, são disso exemplo). Pelo motivos de haverem centenas de vozes idênticas, eu prefiro as versões instrumentais porque são "n" vozes de instrumentos a tocarem e "cantarem" a mesma canção.

      Habituei-me a ouvir instrumental e conseguir distinguir nas várias vezes que ouço um determinado tema, os vários instrumentos em separado. Faço sempre por fazê-o para poder apreciar a complexidade e a composição na sua totalidade.

      Clara obrigado

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  2. Um colar de pérolas!!!!
    Um abraço, bfds

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  3. Um conjunto de interpretações que me deixaram encantada.
    Gosto sobretudo de instrumentais.
    Obrigada pela partilha Ricardo.

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    1. Ainda bem que gostaste dos instrumentais.
      Não é comum, para as pessoas que não houvem jazz (e até pode não ser o teu caso!) gostar de instrumentais.

      Manuela obrigado

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  4. Mais um prazer passar cá e ouvir boa música.

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Eu fiz um Pacto com a minha língua, o Português, língua de Camões, de Pessoa e de Saramago. Respeito pelo Português (Brasil), mas em desrespeito total pelo Acordo Ortográfico de 90 !!!