Dá a surpresa de ser

Dá a surpresa de ser É alta, de um louro escuro. Faz bem só pensar em ver Seu corpo meio maduro.

Seus seios altos parecem (Se ela estivesse deitada) Dois montinhos que amanhecem Sem ter que haver madrugada.

E a mão do seu braço branco Assenta em palmo espalhado Sobre a saliência do flanco Do seu relevo tapado.

Apetece como um barco. Tem qualquer coisa de gomo. Meu Deus, quando é que eu embarco? Ó fome, quando é que eu como?

10-9-1930 - Poesias. Fernando Pessoa. (Nota explicativa de João Gaspar Simões e Luiz de Montalvor.) Lisboa: Ática, 1942 (15ª ed. 1995) - 123.

quinta-feira, 13 de agosto de 2020

7.ª Arte - Stanley Kubrick

Breves palavras sobre o que é para mim, o Cinema.

Durante os anos da minha juventude houve algo que me despertou o interesse e fez com que a minha ligação com os audiovisuais se tornasse, desde então, preponderante na minha vida. Esse algo foi o Cinema. A chamada 7.ª arte (arte da imagem) que quando dado o nome e na minha modesta opinião, ela reflectia somente a realidade do cinema mudo, por isso “arte da imagem”. Posteriormente a 7.ª arte tornou-se em algo muito mais complexo. A obra/filme tornou-se num conjunto de várias e ricas variáveis: a imagem, o texto, a cenografia, o som, o guarda-roupa, a interpretação, etc.. Tudo isso conglomerado e orientado de alguma maneira, por uma pessoa na arte de dirigir, o realizador.

Um bom filme, é como uma boa música ou um bom livro, é algo que deve ser visto mais que uma vez, para que nos apercebamos de coisas que numa só, é impossível. Um amante de cinema vê um filme duas, três vezes, para que nele possa visualizar todas essas variáveis de que falei anteriormente.

Vão passar por aqui alguns realizadores que fizeram e fazem parte do meu imaginário de cinéfilo. Nessa época, quando frequentei as salas de cinema em Lisboa, as filmografias de eleição eram: a italiana, a francesa, a alemã, a sueca, a espanhola, a nipónica, a americana. Mas passarão também, e obviamente, realizadores brasileiros e portugueses

Esta nova publicação intitulada 7.ª Arte, será muito de uma pequena mostra do que se via cinematograficamente em Lisboa, nos finais da década de 60 e 70, mas não só, porque teremos filmes muito mais actuais !!!
Tal qual, como todos vós, me reconhecem como um melómano amador, eu também sou um cinéfilo amador. O que vou trazer aqui foram/são obras que gostei/gosto e vi/revejo, e as minhas escolhas são apenas opiniões e gostos, livres de qualquer pretensiosismo !!!

No nome do realizador (se estrangeiro) e na maioria dos títulos dos filmes existem “links” para a Wikipedia (versão inglesa), por ser a plataforma mais abrangente e mais completa. Se pretenderem, na coluna esquerda dessas mesmas páginas, em baixo, tem normalmente, a escolha da tradução para a língua portuguesa.

Do cinema norte-americano trago-vos Stanley Kubrick (26-07-1928 – 07-03-1999), realizador com uma obra notável. Um dos grandes realizadores do cinema mundial, com 13 películas e também algumas curtas. Vou apenas dizer que essas 13 longas-metragens são excelentes e vou relembrar aqui apenas 7 delas. Vi as 13 obras na totalidade, e mais que uma vez.

(1957) Paths of GloryHorizontes de Glória


(1962) Lolita


(1964) Dr. StrangeloveDr. Estranhoamor


(1968) 2001: A Space Odyssey2001: Odisseia no Espaço


(1971) A Clockwork OrangeLaranja Mecânica


(1975) Barry Lindon


(1980) The Shining


(1999) Entrevista com Stanley Kubrick

10 comentários:

  1. Um mestre da ARTE CINEMATOGRÁFICA.

    Dois dos seus filmes, NUNCA tive a coragem de os ver.
    Calculas, Ricardo, quais sejam?!

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    1. Penso que "The Shining" e a "A Clockwork Orange", dois filmes violentos, principalmente o segundo, já a mostrar o que se passava na sociedade da altura, da violência, e dos gangues que se faziam e fazem sobressair pelas atitudes negativas, pelo racismo e pela criminalidade gratuita.
      Obrigado Teresa

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    2. Exatamente, Ricardo.
      Mas um dia tenho que ganhar coragem e ver essas duas obras-primas da história do cinema.

      Vi os outros filmes, alguns deles, como por exemplo LOLITA, várias vezes.

      Abraço de Düsseldorf.

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    3. Ambos são belíssimos filmes. Excelentes interpretações do Jack Nicholson no primeiro e do Malcolm McDowell no segundo. São situações completamente diferentes, mas ambas violentas. "The Shining" trata de problemas psíquicos de pessoas; "A Clockwork Orange", o segundo, das situações gravíssimas da nossa doente sociedade.
      São alertas para a humanidade realizadas por seres humanos preocupados com isso !!!

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  2. The Shining é incrível.
    Here's Johny!!!
    Aquele abraço, bfds

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  3. Não vi todos, mas reconheço que Kubrick foi um génio :)

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    1. Kubrick foi na realidade um notável cineasta!
      Obrigado Manuela

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  4. Não aprecio filmes de ficção científica, mas gosto de suspense e até de terror. Destes que apresentas vi «Shining» duas vezes e vi na TV «Laranja Mecânica». Conheço a história de «Lolita», mas não vi o filme.
    Realizador fantástico este Mr. Kubrick.

    Abraço e bom fim de semana, Ricardo.

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    1. Um realizador que segui na minha época de cinéfilo !
      Obrigado Janita

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Eu fiz um Pacto com a minha língua, o Português, língua de Camões, de Pessoa e de Saramago. Respeito pelo Português (Brasil), mas em desrespeito total pelo Acordo Ortográfico de 90 !!!