Dá a surpresa de ser
Dá a surpresa de ser É alta, de um louro escuro. Faz bem só pensar em ver Seu corpo meio maduro.
Seus seios altos parecem (Se ela estivesse deitada) Dois montinhos que amanhecem Sem ter que haver madrugada.
E a mão do seu braço branco Assenta em palmo espalhado Sobre a saliência do flanco Do seu relevo tapado.
Apetece como um barco. Tem qualquer coisa de gomo. Meu Deus, quando é que eu embarco? Ó fome, quando é que eu como?
10-9-1930 - Poesias. Fernando Pessoa. (Nota explicativa de João Gaspar Simões e Luiz de Montalvor.) Lisboa: Ática, 1942 (15ª ed. 1995) - 123.
terça-feira, 26 de março de 2019
7.ª Arte - António Lopes Ribeiro
Breves palavras sobre o que é para mim, o Cinema.
Durante os anos da minha juventude houve algo que me despertou o interesse e fez com que a minha ligação com os audiovisuais se tornasse, desde então, preponderante na minha vida. Esse algo foi o Cinema. A chamada 7.ª arte (arte da imagem) que quando dado o nome e na minha modesta opinião, ela reflectia somente a realidade do cinema mudo, por isso “arte da imagem”. Posteriormente a 7.ª arte tornou-se em algo muito mais complexo. A obra/filme tornou-se num conjunto de várias e ricas variáveis: a imagem, o texto, a cenografia, o som, o guarda-roupa, a interpretação, etc.. Tudo isso conglomerado e orientado de alguma maneira, por uma pessoa na arte de dirigir, o realizador.
Um bom filme, é como uma boa música ou um bom livro, é algo que deve ser visto mais que uma vez, para que nos apercebamos de coisas que numa só, é impossível. Um amante de cinema vê um filme duas, três vezes, para que nele possa visualizar todas essas variáveis de que falei anteriormente.
Vão passar por aqui alguns realizadores que fizeram e fazem parte do meu imaginário de cinéfilo. Nessa época, quando frequentei as salas de cinema em Lisboa, as filmografias de eleição eram: a italiana, a francesa, a alemã, a sueca, a espanhola, a nipónica, a americana. Mas passarão também, e obviamente, realizadores brasileiros e portugueses
Esta nova publicação intitulada 7.ª Arte, será muito de uma pequena mostra do que se via cinematograficamente em Lisboa, nos finais da década de 60 e 70, mas não só, porque teremos filmes muito mais actuais !!!
Tal qual, como todos vós, me reconhecem como um melómano amador, eu também sou um cinéfilo amador. O que vou trazer aqui foram/são obras que gostei/gosto e vi/revejo, e as minhas escolhas são apenas opiniões e gostos, livres de qualquer pretensiosismo !!!
No nome do realizador (se estrangeiro) e na maioria dos títulos dos filmes existem “links” para a Wikipedia (versão inglesa), por ser a plataforma mais abrangente e mais completa. Se pretenderem, na coluna esquerda dessas mesmas páginas, em baixo, tem normalmente, a escolha da tradução para a língua portuguesa.
(Dados Biográficos In Wikipédia e/ou In Imdb - Todos os excertos das biografias foram adaptados e algumas vezes traduzidos por Ricardo Santos)
Do cinema português trago-vos António Lopes Ribeiro (16-04-1908 – 14-04-1995), realizador com uma obra notável. Imensos filmes, curtas metragens e filmografia publicitária do regime salazarista. Foi sempre conotado com o anterior regime. 56 películas entre longas e curtas. Dele escolhi 4 filmes que vi.
(1934) Gado Bravo (filme completo, não se encontra somente apresentação !)
(1941) O Pai Tirano (filme completo, não se encontra somente apresentação !)
(1943) Amor de Perdição (filme completo, não se encontra somente apresentação !)
(1950) Frei Luís de Sousa (filme completo, não se encontra somente apresentação !)
Entrevista com António Lopes Ribeiro
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"Ai... a menina Tatão!" :))
ResponderEliminarO "Pai Tirano" é um dos meus filmes eleitos da era de ouro do Cinema português.
Destes quatro, acho que não vi o primeiro, "Gado Bravo". Ou se vi... não me recordo.
Pena muitos destes filmes (mesmo depois de recuperados) estarem em más condições de reprodução.
Gostei de rever um bocadinho de cada um destes filmes!
Beijinhos generosos
(^^)
O "Pai Tirano" é um excelente filme para a época. Uma comédia marcante no Cinema Português.
EliminarObrigado Clara
Este cineasta português, conheço eu bem e gosto muito.
ResponderEliminarDos filmes que apresentas só não me lembro de ter visto, o Gado Bravo.
Amanhã virei ouvir a entrevista e ver os vídeos...agora já é demasiado tarde e estou a cair de sono.
Boa noite, Ricardo!
Obrigado Janita
EliminarO Pai Tirano é inolvidável!
ResponderEliminarCompletamente!
EliminarObrigado Pedro e abraço
Nunca me ri tanto como ao ver o PAI TIRANO.
EliminarComo tenho o DVD vou ver esta esta noite pela milésima vez esse filme português absolutamente uma pérola inolvidável:-*
Excetuando o primeiro vi todos. Meu Deus, com o Amor de Perdição ia uma choradeira no cinema incrível. Lembro-me bem. Porque a mim a emoção deu-me para rir. Tive um ataque de riso que quase me levou ao hospital. Eu nem já conseguia andar sem forças. À saída do cinema havia um chafariz. Meu pai arrastou-me até ele como pode, abriu a torneira e meteu-me a cabeça por baixo. Foi assim que me conseguiu controlar.
ResponderEliminarAbraço
Que história Elvira :) !
EliminarObrigado pelo teu comentário que enriqueceu de alguma maneira a minha publicação.
Espero que estejas já quase na totalidade recuperada! Abraço
Olá, Ricardo!
ResponderEliminarDos quatro filmes que indicas vi apenas dois: O Pai Tirano e Amor de Perdição. Duas pérolas!
Venham mais, senhor cinéfilo amador.
Beijo, boa semana.
Obrigado Teresa
EliminarAbraço
Conhecido como "O Senhor Cinema" ! ... O cineasta que mais conhecia o Cinema e o soube divulgar !
ResponderEliminarEu adorava e não perdia um dos seus programas na RTP, "Museu do Cinema" e via sempre até ao último momento só para ouvir as duas únicas palavras do maestro António Melo ! eheheh
Nos fins do programa, o ALR virava-se para o maestro e dizia-lhe : vá lá António, despede-te nos nossos telespectadores !... e ouvia-se então, muito "entre-dentes" : "bua noute" ! eheheh
Quanto aos filmes (estes pelo menos), claro que os vi todos ! :)
Não costumava perder o "Museu do Cinema" com filmes do Max Linder, do Charlie Chaplin, do Buster Keaton e de outros cómicos do cinema mudo. E a despedida do maestro António Melo, era "bua noute" habitual!
EliminarObrigado Rui, abraço
Um grande senhor do cinema!
ResponderEliminarVi o Pai Tirano e outros que hoje não trouxeste aqui,..O Pátio das Cantigas e o Leão da Estrela, esses vi.
Tenho estado entretida a ver aqui cada um deles, uma bela partilha Ricardo.
O Pátio das Cantigas, realizado por Francisco Ribeiro (https://pt.wikipedia.org/wiki/O_P%C3%A1tio_das_Cantigas) e o Leão da Estrela realizado pelo Arthur Duarte (https://pt.wikipedia.org/wiki/O_Le%C3%A3o_da_Estrela) e que aqui irá passar em breve.
EliminarO "Pai Tirano" sim realizado pelo António Lopes Ribeiro. Todos estes filmes fazem parte do nosso prazer em ver cinema !
Obrigado Manuela
Boa tarde, Antonio Lopes ribeiro, grande realizador bem conhecido dos portugueses, de todos os filmes, lembro-me de ver, o Amor de Perdição e o Pai Tirano, não me lembro é, das imagens e do que se passou em cada um deles.
ResponderEliminarAG
António podes revê-los aqui se assim o quiseres, visto que estão completos !
EliminarObrigado
Os clássicos, não são para ficar no arquivo… jamais!
ResponderEliminarMemórias da minha infância.
Beijinhos e boas recordações!
Os clássicos devem de quando em vez, voltar-se a ver !
EliminarObrigado mz
UM TOREIRO | UM CARNICEIRO
ResponderEliminarA melhor frase do filme GADO BRAVO
:)... Obrigado Teresa
EliminarAdorava ouvir este senhor mo programa " Museu do Cinema".
ResponderEliminarBelos tempos.
Muito bom programa !
EliminarObrigado Maria