Dá a surpresa de ser

Dá a surpresa de ser É alta, de um louro escuro. Faz bem só pensar em ver Seu corpo meio maduro.

Seus seios altos parecem (Se ela estivesse deitada) Dois montinhos que amanhecem Sem ter que haver madrugada.

E a mão do seu braço branco Assenta em palmo espalhado Sobre a saliência do flanco Do seu relevo tapado.

Apetece como um barco. Tem qualquer coisa de gomo. Meu Deus, quando é que eu embarco? Ó fome, quando é que eu como?

10-9-1930 - Poesias. Fernando Pessoa. (Nota explicativa de João Gaspar Simões e Luiz de Montalvor.) Lisboa: Ática, 1942 (15ª ed. 1995) - 123.

quinta-feira, 14 de abril de 2022

Alfredo Marceneiro – Fado (7)

Alfredo Marceneiro – Fado (7)

O Fado é, desde Novembro de 2011, Património Cultural e Imaterial da Humanidade (UNESCO).

Não sou grande admirador, com uma excepção para o fado de Coimbra, mas reconheço o valor deste género musical que representa muito bem, alguma da Boa Música Portuguesa.

Alfredo Marceneiro (1891 – 1982)

É Tão Bom Ser Pequenino

9 comentários:

  1. Canção/fado de Coimbra, sim.
    Este fado, sobretudo o faduncho, não obrigado.
    Páscoa Feliz

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  2. Nunca fui muito amante de fado, mas deste gosto,até o sei de cor.
    Dia feliz, Ricardo.

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  3. Vou ouvindo um ou outro fado, mas o de Coimbra ou fã.
    Alfredo Marceneiro era diferente.

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    1. Também prefiro o de Coimbra, mas estou a trazer esta rúbrica porque me parece que o fado tradicional/de Lisboa, tem excelentesd composições e grandes intérpretes !
      Maria obrigado

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  4. Eu farto-me de dizer que não gosto do fado e depois... dão-me a ouvir o Alfredo Marceneiro! Isso não se faz, caro Ricardo! É uma maldade... :-) Claro que gosto de ouvir o Marceneiro, tão autêntico, tão genuinamente popular. Mesmo os fados mais lamechas são interpretados por ele com uma sensibilidade e uma sinceridade que são completamente desarmantes. Grande Alfredo Marceneiro!

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    1. Verdade, autêntico e popular. Um fadista que se via nas suas interpretações, o gosto que tinha pelo canto.
      Fernando obrigado

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Eu fiz um Pacto com a minha língua, o Português, língua de Camões, de Pessoa e de Saramago. Respeito pelo Português (Brasil), mas em desrespeito total pelo Acordo Ortográfico de 90 !!!