Dá a surpresa de ser

Dá a surpresa de ser É alta, de um louro escuro. Faz bem só pensar em ver Seu corpo meio maduro.

Seus seios altos parecem (Se ela estivesse deitada) Dois montinhos que amanhecem Sem ter que haver madrugada.

E a mão do seu braço branco Assenta em palmo espalhado Sobre a saliência do flanco Do seu relevo tapado.

Apetece como um barco. Tem qualquer coisa de gomo. Meu Deus, quando é que eu embarco? Ó fome, quando é que eu como?

10-9-1930 - Poesias. Fernando Pessoa. (Nota explicativa de João Gaspar Simões e Luiz de Montalvor.) Lisboa: Ática, 1942 (15ª ed. 1995) - 123.

segunda-feira, 25 de abril de 2022

Poesia (12) – Joaquim Pessoa e Alberto Caeiro

Joaquim Pessoa (22-02-1948)

Balada para Uma Mulher, dita por Vitor de Sousa

Alberto Caeiro (16-04-1889)

Quando vier a Primavera, dita por Pedro Lamares

8 comentários:

  1. Dois craques a declamar poesia.
    Abraço, boa semana

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  2. Dois declamadores de mão cheia, mas o meu preferido é Pedro Lamares

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    1. Primeiro os poetas e depois os declamadores :) !
      Também prefiro o Pedro Lamares !
      Manuela obrigado

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  3. Desconhecia o primeiro poema, que adorei descobrir através da declamação de Vitor de Sousa.
    O segundo vídeo, já o conhecia há algum tempo, e adorei recordar! Foi um blogger belga que mo deu a conhecer, sempre um grande apreciador do nosso país em tantas e distintas vertentes... :-)
    Dois poemas notáveis!!!
    Abraço!
    Ana

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    1. Joaquim Pessoa e Alberto Caeiro (Fernando Pessoa). Grandes poetas !
      Fernando Pessoa o que deveria ter sido o nosso primeiro Prémio Nobel da Literatura, conjuntamente com Almada Negreiros !
      Ana abraço e obrigado

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Eu fiz um Pacto com a minha língua, o Português, língua de Camões, de Pessoa e de Saramago. Respeito pelo Português (Brasil), mas em desrespeito total pelo Acordo Ortográfico de 90 !!!