Dá a surpresa de ser

Dá a surpresa de ser É alta, de um louro escuro. Faz bem só pensar em ver Seu corpo meio maduro.

Seus seios altos parecem (Se ela estivesse deitada) Dois montinhos que amanhecem Sem ter que haver madrugada.

E a mão do seu braço branco Assenta em palmo espalhado Sobre a saliência do flanco Do seu relevo tapado.

Apetece como um barco. Tem qualquer coisa de gomo. Meu Deus, quando é que eu embarco? Ó fome, quando é que eu como?

10-9-1930 - Poesias. Fernando Pessoa. (Nota explicativa de João Gaspar Simões e Luiz de Montalvor.) Lisboa: Ática, 1942 (15ª ed. 1995) - 123.

sábado, 15 de dezembro de 2018

7.ª Arte - Anthony Minghella

Breves palavras sobre o que é para mim, o Cinema.

Durante os anos da minha juventude houve algo que me despertou o interesse e fez com que a minha ligação com os audiovisuais se tornasse, desde então, preponderante na minha vida. Esse algo foi o Cinema. A chamada 7.ª arte (arte da imagem) que quando dado o nome e na minha modesta opinião, ela reflectia somente a realidade do cinema mudo, por isso “arte da imagem”. Posteriormente a 7.ª arte tornou-se em algo muito mais complexo. A obra/filme tornou-se num conjunto de várias e ricas variáveis: a imagem, o texto, a cenografia, o som, o guarda-roupa, a interpretação, etc.. Tudo isso conglomerado e orientado de alguma maneira, por uma pessoa na arte de dirigir, o realizador.

Um bom filme, é como uma boa música ou um bom livro, é algo que deve ser visto mais que uma vez, para que nos apercebamos de coisas que numa só, é impossível. Um amante de cinema vê um filme duas, três vezes, para que nele possa visualizar todas essas variáveis de que falei anteriormente.

Vão passar por aqui alguns realizadores que fizeram e fazem parte do meu imaginário de cinéfilo. Nessa época, quando frequentei as salas de cinema em Lisboa, as filmografias de eleição eram: a italiana, a francesa, a alemã, a sueca, a espanhola, a nipónica, a americana. Mas passarão também, e obviamente, realizadores brasileiros e portugueses

Esta nova publicação intitulada 7.ª Arte, será muito de uma pequena mostra do que se via cinematograficamente em Lisboa, nos finais da década de 60 e 70, mas não só, porque teremos filmes muito mais actuais !!!
Tal qual, como todos vós, me reconhecem como um melómano amador, eu também sou um cinéfilo amador. O que vou trazer aqui foram/são obras que gostei/gosto e vi/revejo, e as minhas escolhas são apenas opiniões e gostos, livres de qualquer pretensiosismo !!!

No nome do realizador (se estrangeiro) e na maioria dos títulos dos filmes existem “links” para a Wikipedia (versão inglesa), por ser a plataforma mais abrangente e mais completa. Se pretenderem, na coluna esquerda dessas mesmas páginas, em baixo, tem normalmente, a escolha da tradução para a língua portuguesa.

(Dados Biográficos In Wikipédia e/ou In Imdb - Todos os excertos das biografias foram adaptados e algumas vezes traduzidos por Ricardo Santos)

Do cinema inglês trago-vos Anthony Minghella (06-01-1954 – 18-03-2008), realizador e chairman da administração do British Film Institute. Com 9 películas e alguns prémios. Dele escolhi 1 films que vi.

(1996) The English PatientO Paciente Inglês


Entrevista com Anthony Minghella

12 comentários:

  1. Vi "O Paciente Inglês" pouco tempo depois dele ter sido estreado entre nós.
    Infelizmente, só o vi naquela altura e não me recordo de o ter visto passar na televisão. Curiosamente não conhecia o cineasta. Hoje já não, mas hei-de pesquisar mais filmes de Anthony Minghella, quem sabe não tenha visto outros?
    Este é um filme 'forte' e com algum dramatismo, segundo me lembro.

    Tem uma boa noite, Ricardo!

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    1. É um excelente filme carregado de dramatismo. Do Minghella, não me lembro de ter visto mais nada.
      Obrigado Janita

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  2. O Paciente Inglês é um "filmaço"!!
    Já o vi há alguns anos... e é daqueles que é preciso rever de vez em quando para apurar os pormenores do filme e reavivar memórias. Acho que não o fiz ainda porque... é daqueles filmes em que se "sofre" muito. Eu pelo menos sofro imenso com filmes dramáticos.

    Tenho de o procurar! Vou espreitar ao STREMIO para ver se está lá. Quem sabe aproveito este fim de semana para o rever...

    Obrigada pela lembrança.
    Beijinhos e bom fim de semana
    (^^)

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    1. É um grande filme sim, muito doloroso de ver porque queremos que as histórias acabem bem, o que não é o caso. Mas os filmes são o retrato da vida e a vida também muitas vezes acaba mal.
      Obrigado Afrodite

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  3. Mas desta vez temos charada, não é verdade?!

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    1. Charada ? Claro que temos !
      Somente o Walt Disney não a teve, todos os outros que ainda faltam, a terão.
      Obrigado Teresa

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  4. Sabias que o livro The English Patient é da autoria de um escritor canadiano? Michael Ondaatje.
    Anthony Minghella morreu tão novo!! Dele também vi os filmes Cold Mountain, The Interpreter e The Talented Mr. Ripley.

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    1. Tu dizes absolutamente tudo o que eu queria escrever aqui, Catarina.

      Eu até diria que Michael Ondaatje é um dos melhores escritores canadianos e até mesmo mundiais.

      Vi todos os filmes aqui mencionados, sendo The Talented Mr Ripley o meu favorito. Embora The English Patient tenha tido um sucesso popular extraordinário, pelo menos, aqui na Alemanha.

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    2. Sim sabia depois de ter visto e pesquisado sobre o filme. Como já disse, não vi mais nenhum filme do Minghella.
      Obrigado pela informação adicional aqui no blogue, Catarina

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    3. Não vi os outros, não me vou pronunciar. Este é uma obra de arte e, obviamente, uma história de amor, excepcionalmente, bem contada, faz bilheteira !
      Obrigado Teresa

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  5. António Minghella tem um CV notável, pena ter falecido tão cedo.
    Vi o Paciente Inglês, um filme que me marcou, vou ver se consigo ver de novo.
    Obrigada pela partilha Ricardo

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    1. Já disse tudo o que tinha para dizer. Penso que o filme já passou na televisão, aqui há uns tempos, mas não o revi na altura.
      Obrigado Manuela

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Eu fiz um Pacto com a minha língua, o Português, língua de Camões, de Pessoa e de Saramago. Respeito pelo Português (Brasil), mas em desrespeito total pelo Acordo Ortográfico de 90 !!!