Dá a surpresa de ser

Dá a surpresa de ser É alta, de um louro escuro. Faz bem só pensar em ver Seu corpo meio maduro.

Seus seios altos parecem (Se ela estivesse deitada) Dois montinhos que amanhecem Sem ter que haver madrugada.

E a mão do seu braço branco Assenta em palmo espalhado Sobre a saliência do flanco Do seu relevo tapado.

Apetece como um barco. Tem qualquer coisa de gomo. Meu Deus, quando é que eu embarco? Ó fome, quando é que eu como?

10-9-1930 - Poesias. Fernando Pessoa. (Nota explicativa de João Gaspar Simões e Luiz de Montalvor.) Lisboa: Ática, 1942 (15ª ed. 1995) - 123.

terça-feira, 7 de janeiro de 2014

Jazz Standards (CVIII)

(Dados Biográficos In Wikipédia e In AllMusic.Com - Todos os excertos das biografias foram adaptados e algumas vezes traduzidos por Ricardo Santos)

(Sobre o tema em questão, algumas palavras retiradas de “in
http://www.jazzstandards.com/compositions/index.htm” - adaptação e tradução por Ricardo Santos)

Billie’s Bounce (#112) - Música e Letra de Charlie Parker
A composição de Charlie Parker, "Billie’s Bounce" em “F major blues”, foi gravada em Novembro de 1945, para a editora “Savoy Records”. O seu quinteto incluía o jovem Miles Davis (trompete), Curley Russell (contrabaixo), Max Roach (bateria) e Dizzy Gillespie (trompete e piano). Enquanto muitos associam o título da canção, com Billie Holiday, Brian Priestley em “Chasin’ the Bird: The Life and Legacy of Charlie Parker” diz que o título refere-se a Billie, o secretário de Dizzy Gillespie, o agente Billy Shaw, ex-trompetista para quem Gillespie nomeou a sua composição "Shaw ‘Nuff ".
Na sua análise do estilo de Parker e na sua contribuição para o “bop”, Priestley diz: "Na verdade, é a primazia absoluta da variedade rítmica no seu toque, que agora é totalmente aceite - em teoria, pelo menos - como sendo uma das suas principais conquistas."
Priestley salienta, mais tarde, que “…a música de Parker é altamente compatível com secções rítmicas afro-latinas. ‘Billie’s Bounce’ ou ‘Moose the Mooche’ podem ser tocadas em ritmo ‘latino’, ou nos seus derivados ‘soul’ e ‘funk’, sem alterar a linha melódica ou a acentuação."

Charlie Parker (Kansas, Missouri, EUA, 29-08-1920 – New York, EUA, 12-03-1955)


Ella Fitzgerald (Newport News, EUA, 25-04-1917 — Beverly Hills, EUA, 15-06-1996) – Ao vivo no Festival de jazz de Montreux, em 1977.


George Benson (Pittsburgh, Pennsylvania, EUA, 22-03-1943 - 20xx)


Manuela Mameli (nnnn – 20xx) – Com Manuela Mameli (voz), Oscar Fridolfsson (bateria), Robin Jonsson (contrabaixo), Carl Sjöström (guitarra), Marina Cyrino (flauta), Denis Diaz (percussão), Davod Basiri (pandeiro) e Gustav Afshai (piano).


Letra

You know it's hard to fall out of love with you
'cos you do feel the blue
With everything I wanted you to
I never felt so good about loving you
You were the one to take me up
I hope you never stop
Doing the things you do
Billy's Bounce
You know it's hard to fall out of love with you
'cos you do feel the blue
With everything I wanted you to
I never felt so good about loving you
You were the one to take me up
I hope you never stop
Doing the things you do
Billy's Bounce
You know it's hard to fall out of love with you
'cos you do feel the blue
With everything I wanted you to
I never felt so good about loving you
You were the one to take me up
I hope you never stop
Doing the things you do
Billy's Bounce

Lamento, algumas eventuais falhas nas letras, encontradas na Internet, devido à própria improvisação dada pelos seus intérpretes, e muitas vezes de difícil entendimento. (Ricardo Santos)

7 comentários:

  1. Uma colecção de talentos imortais.
    Muitos a fazerem-me companhia diariamente.
    Grande abraço!!

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    1. É exactamente isso que eu pretendo que a música que aqui coloco sirva de alguma companhia e que traga boa disposição às pessoas que por aqui passam !
      Obrigado Pedro

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  2. Ricardo, sei muto pouco de Jazz.

    Sempre gostei, mas quando acompanhado de trompete, não sou capaz de ouvi~lo por mais de 30 mn e sempre tive a sensação que se o ouvisse ao vivo, não me cansaria. Ouvi hoje o sketch de Luis Villas-Boas e compreendi que o meu instinto não me enganara: de "vivos para vivos".
    Embora o piano não me canse tanto.

    Vou tentar aprender alguma coisa contigo.

    Sobre a postagem de hoje, devo confidenciar-te que adoro ser transportada para um passado em que o mundo era simples, não superlotado, por globalizar, em que se apreciavam sons puros.

    Não aprecio muito "Scat", reconheço que estes são excelentes, mas as vozes são excecionais e. a meu ver, mal empregadas.

    Um pedacinho do céu...

    A Manuela Mameli é uma excelente intérprete e se aparecer em Lisboa, não te esqueças de avisar.

    ----- Obridada e beijinho -----

    PS - Não percebo o que tem a haver a letra indicada com a postagem!



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    1. Vou começar pelo fim do teu comentário. A letra é a da canção que ouves nas versões cantadas. Obviamente como se trata de jazz, existem frases criadas pelos próprios intérpretes que não fazem parte da letra original, que é normalmente a que eu coloco.
      O "scat" é soberbo em muito cantoras/cantores de jazz. Existe um cantor português que o faz exemplarmente. É ele o Paulo de Carvalho.
      Vou repetir o que já disse. O meu interesse é basicamente dar a conhecer outras sonoridades, e misturo para a mesma composição versões instrumentais e vocais, para que as pessoas percebam que afinal a voz humana, pode ser imitada por um instrumento. Penso que saibas que o violoncelo e o saxofone, são os instrumentos mais próximas da voz humana.
      Eu sou melómano amador, não sei nada de música, ou por oura sei o elementar. No meu Liceu toquei ferrinhos e bilha :))) e já foi bom. O piano é o meu instrumento preferido e ao mesmo tempo a minha mágoa, porque gostava de saber tocá-lo, mas o curso é longo e para tocar um instrumento é preciso tê-lo e vivendo num condomínio é complicado.
      Voltando aqui ao teu post, o melhor é ouvir mesmo e de preferência ao vivo como diz o Villas-Boas, embora isso não seja fácil. Mas ouve e não fujas se for somente instrumental
      Obrigado pelo teu comentário

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  3. Estive a ver "Billie's bounce", na wikipédia e ouvi versões instrumentais. Gostei muito da interpretação de Sirley Horn.
    Não encontrei nenhuma versão cantada.
    Aprendi mais um pouco. Obrigada Ricardo. Tem um ótimo dia.

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  4. Deveria constar Shirley Horn.

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    1. Possivelmente existem no Youtube videos privados de colecções que não são partilhadas publicamente somente por plateia restrita, como deves imaginar. Aí devem haver versões com mais qualidade, tanto instrumentais como vocais.
      Vai andando por aqui, publicidade à parte, porque quizenalmente publico "Standards de Jazz" e, Solistas/Grupos ou Vozes.

      Já pensaste em criares o teu próprio Blogue e juntares-te à nossa plateia enorme, cujo palco é o Blogue do Rui Espírito Santo. Eu já cá ando há alguns anos, no Blogue do Rui e entusiasta com esta plateia há alguns meses largos. Se precisares de ajuda para o Blogue é só dizeres.

      Obrigado Maria José

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Eu fiz um Pacto com a minha língua, o Português, língua de Camões, de Pessoa e de Saramago. Respeito pelo Português (Brasil), mas em desrespeito total pelo Acordo Ortográfico de 90 !!!