A Pilita Alentejana
Rija, enquanto durou.
Agora q'amolengou
e antes q'a morda a cobra,
Vou atá-la c'uma corda
Pra ela nã me fugiri.
Leva tempo pá'cordari
Já nem se sabe esticari.
Enrola-se-me no lençoli.
Já só dá em preguiçari.
Nada a faz alevantari
E já nã dá com o monti,
Nem água bebe na fonti.
Deu-lhe p'ra enjoari,
Nem lh'apetece cheirari.
Jovem, metia inveja.
Com más gás q'uma cerveja,
Sempre pronta p'ra brincari.
Era de nôte e de dia.
Marcavam lugar na fila,
P'ra eu lha poder mostrari !
Uma moura a trabalhari,
Motivo do mê orgulho.
Entrava pelos quintais,
Inté espantava os animais.
Da cozinha até ao quarto
E até debaixo da cama.
Esta bicha tinha fama.
Desde o mê tempo de moço.
A idade nã perdoa,
Acabô-se a vida boa !
Já merece descansari.
Contava já mê avô:
"Niuma rata lhe escapou !"
É o sangui das gerações.
Mas nada de confusões,
É da minha gata, a Pilita !
A Pilita tb envelhece... : 0
ResponderEliminarTudo envelhece, mingua e encaraquilha ! ;)
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