Dá a surpresa de ser

Dá a surpresa de ser É alta, de um louro escuro. Faz bem só pensar em ver Seu corpo meio maduro.

Seus seios altos parecem (Se ela estivesse deitada) Dois montinhos que amanhecem Sem ter que haver madrugada.

E a mão do seu braço branco Assenta em palmo espalhado Sobre a saliência do flanco Do seu relevo tapado.

Apetece como um barco. Tem qualquer coisa de gomo. Meu Deus, quando é que eu embarco? Ó fome, quando é que eu como?

10-9-1930 - Poesias. Fernando Pessoa. (Nota explicativa de João Gaspar Simões e Luiz de Montalvor.) Lisboa: Ática, 1942 (15ª ed. 1995) - 123.

terça-feira, 13 de agosto de 2013

Lisboa (IV) – Edifício esquina Berna com a República

Esta semana trago-vos as fotos de um edifício no cruzamento Avenida da República com a Avenida de Berna.
Esta construção, dentro da minha apreciação e dado que sou um leigo e não possuo conhecimentos de arquitecto, poderia ter ganho um Prémio Valmor.
Do lado da Avenida da República encontra-se vandalizado com meia dúzia de hieróglifos, feitos, de certeza, por alguns “anormais” habitantes desta cidade, capital do país mais a ocidente da Europa, que é Lisboa. Mas como vivemos numa sociedade de abusos, basta vermos as aldrabices que se fazem e que ninguém condena, legalmente, nem o braço da justiça julga, para percebermos que ninguém se importa com uns “gatafunhos” insignificantes na fachada de alguns edifícios, até somos capazes de achar graça.
Relativamente bem conservado, embora bastante sujo, nada que uma boa lavagem e pintura, com a mesma cor, não pudesse mudar.
Para o lado da Avenida de Berna encontram-se três bandeiras, uma de Lisboa, uma Portuguesa e uma da CEE. Não consegui ver nenhuma inscrição que me dissesse o possível proprietário actual ou sequer a instituição que ali habita e não preserva.
A música do Jáfumega “Nó Cego” é a ilustração viva daquilo que a cidade nos tem transformado com a sua destruição “foi o que fizeste em mim rapariga…. deste-me cabo da vida”. Nó cego é também aquilo que estes malditos políticos de trazer por casa estão a fazer de nós portugueses e das coisas boas que ainda existem na mente de muita gente. Eu não fui/sou/serei saudosista, mas não suporto mentira e estamos a ficar um autêntico “Nó Cego”.

Jáfumega (1980-1965). Originário da cidade do Porto, o projecto Jafumega (por vezes grafado Jáfumega, Jafu-mega, Jafu'mega ou Jáfu'mega) é uma banda de música portuguesa da década de 80.
A banda nasceu como consequência do fim do quarteto de adolescentes Mini Pop. Um grupo com os irmãos Barreiros (Mário, Eugénio e Pedro) que chegou a ter algum sucesso na década de 70.
O disco de estreia dos Jáfumega, totalmente em inglês, foi editado em 1980 com o nome “Estamos Aí”.
Aproveitando a onda musical que acontecia em Portugal no início dos anos 80, os Jáfumega decidem cantar em português, lançando o single "Dá-me Lume" que teve bastante sucesso graças ao tema "Ribeira".
Em 1982, os Jáfumega lançaram o álbum homónimo que inclui temas como "Latin'América", "Kasbah" e "Nó Cego". Algumas das letras eram da autoria de Carlos Tê. O álbum foi bem recebido pelo público e crítica e nesse ano tocam em Vilar de Mouros.
Em 1983 editaram o álbum Recados, com temas como "Romaria" e "La Dolce Vita", mas que não é tão bem recebido e o grupo faz uma paragem.
Em 1985 ainda é anunciada a intenção da banda lançar um novo disco, “São João Brejeiro” mas não se chegou a concretizar.
(In Wikipedia adaptado por Ricardo Santos)

Os excelentes músicos dos Jáfumega, são: Mário Barreiros (guitarra); Eugénio Barreiros (teclado e voz); Pedro Barreiros (baixo); José Nogueira (sopro); Álvaro Marques (bateria) e Luís Portugal (voz principal).
Alguns deles viriam a ter papel importante na música dita de “jazz” ao lado de António Pinho Vargas.       
           

2 comentários:

  1. Este leigo acha o edifício simplesmente lindo.

    ResponderEliminar
  2. Tb acho o edifício muito bonito.
    E a propósito de edifício... li hoje na net que algures em Espanha (esqueci exatamente onde) estão a construir um prédio bastante alto onde se esqueceram do “espaço” para o elevador.
    Que irão “eles” fazer nesta fase da construção?! Há com cada uma! : ))


    P.S. Finalmente consigo comentar! : )

    ResponderEliminar

Eu fiz um Pacto com a minha língua, o Português, língua de Camões, de Pessoa e de Saramago. Respeito pelo Português (Brasil), mas em desrespeito total pelo Acordo Ortográfico de 90 !!!