Dá a surpresa de ser

Dá a surpresa de ser É alta, de um louro escuro. Faz bem só pensar em ver Seu corpo meio maduro.

Seus seios altos parecem (Se ela estivesse deitada) Dois montinhos que amanhecem Sem ter que haver madrugada.

E a mão do seu braço branco Assenta em palmo espalhado Sobre a saliência do flanco Do seu relevo tapado.

Apetece como um barco. Tem qualquer coisa de gomo. Meu Deus, quando é que eu embarco? Ó fome, quando é que eu como?

10-9-1930 - Poesias. Fernando Pessoa. (Nota explicativa de João Gaspar Simões e Luiz de Montalvor.) Lisboa: Ática, 1942 (15ª ed. 1995) - 123.

sábado, 24 de março de 2012

5MJZ (XII) - Duke Ellington

(Dados Biográficos In Wikipédia e/ou In AllMusic.Com - Todos os excertos das biografias foram adaptados e algumas vezes traduzidos por Ricardo Santos; e ainda In Duarte, José, História do Jazz, 2ª. Edição, Editora Sextante, Novembro de 2009)            
                 
Se Luís Villas-Boas é considerado o pai do Jazz em Portugal, José Duarte é também uma figura proeminente e importante na divulgação deste género musical no nosso País. 
Estamos a passar, com o auxílio do “Youtube”, como é habitual, algumas das músicas, consideradas obrigatórias pelo José Duarte e constantes numa edição de três CD’s sobre o programa “Cinco Minutos de Jazz”, começado na década de 60 (1966), no “Rádio Renascença”, depois na Rádio Comercial e mais tarde na Antena 1, onde ainda hoje e há mais de 40 anos se divulga o improviso na rádio do nosso país.        
                
Edward Kennedy "Duke" Ellington (Washington, EUA, 29-04-1899 — New York, EUA, 24-05-1974) - Foi um compositor de Jazz, pianista e chefe de orquestra norte-americano e eternizado com a alcunha de "The Duke". Foi distinguido com a “Presidential Medal of Freedom” (condecoração norte-americana) em 1969, e com a “Legião de Honra” (condecoração francesa) em 1973. Foi ainda o primeiro músico de Jazz a entrar para a “Academia Real de Música” de Estocolmo, e foi doutor “Honoris Causa” nas mais importantes universidades do mundo.
A música de Duke Ellington foi uma das maiores influências no jazz desde a década de 1920 até à de 1960. Ainda hoje suas obras têm influência apreciável e é, por isso, considerado o maior compositor de Jazz norte-americano de todos os tempos. Entre os seus muitos êxitos encontram-se "Take the A Train" (letra e música por Billy Strayhorn), "Satin Doll", "Rockin' in Rhythm", "Mood Indigo", "Caravan", "Sophisticated Lady", e "It Don't Mean a Thing (If It Ain't Got that Swing)". Durante os anos 20 e 30, Ellington partilhava frequentemente os seus créditos de compositor com seu “manager” Irving Mills, até que no final dos anos 30 desentenderam-se. Billy Strayhorn passou a ser o colaborador de Ellington desde 1940 até à sua morte nos anos 70.
Ellington tinha a preocupação de adaptar as suas composições de acordo com o talento dos músicos que compunham a sua orquestra, entre eles estiveram Johnny Hodges, Bubber Miley, Joe "Tricky Sam" Nanton, Barney Bigard, Ben Webster, Harry Carney, Sonny Greer, Otto Hardwick, e Wellman Braud. Muitos músicos permaneceram ao lado de Ellington durante décadas.
Duke Ellington nasceu na capital dos Estados Unidos, filho de James Edward Ellington e Daisy Kennedy Ellington. O seu pai, James, trabalhava como desenhista na marinha dos Estados Unidos, e também como mordomo na Casa Branca para ganhar mais algum dinheiro.
O seu primeiro emprego, no entanto, não foi na música. A sua grande paixão antes do piano foi o “baseball”, e para poder ver seus ídolos, arranjou um emprego de vendedor de amendoins. Costumava dizer que esse emprego ajudou-o a vencer a timidez, uma vez que tinha de gritar para conseguir vender os amendoisn e ganhar alguns trocos.        
                 
Black Beauty", de 26 de Março de 1928        
                
(*) 1928 – Óscar Carmona é eleito presidente da República Portuguesa e António de Oliveira Salazar, ministro das Finanças; Edwin Hubble apresenta a teoria do “Big Bang” que descreve o nascimento do Universo; Alexander Fleming descobre a penicilina; e Maurice Ravel compõe o seu célebre “Bolero”.         
              

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Eu fiz um Pacto com a minha língua, o Português, língua de Camões, de Pessoa e de Saramago. Respeito pelo Português (Brasil), mas em desrespeito total pelo Acordo Ortográfico de 90 !!!