Dá a surpresa de ser

Dá a surpresa de ser É alta, de um louro escuro. Faz bem só pensar em ver Seu corpo meio maduro.

Seus seios altos parecem (Se ela estivesse deitada) Dois montinhos que amanhecem Sem ter que haver madrugada.

E a mão do seu braço branco Assenta em palmo espalhado Sobre a saliência do flanco Do seu relevo tapado.

Apetece como um barco. Tem qualquer coisa de gomo. Meu Deus, quando é que eu embarco? Ó fome, quando é que eu como?

10-9-1930 - Poesias. Fernando Pessoa. (Nota explicativa de João Gaspar Simões e Luiz de Montalvor.) Lisboa: Ática, 1942 (15ª ed. 1995) - 123.

segunda-feira, 23 de março de 2020

Jazz Standards (188)

(Sobre o tema em questão, algumas palavras retiradas de “in
http://www.jazzstandards.com/compositions/index.htm” - adaptação e tradução por Ricardo Santos)

She's Funny That Way (#192) - Música de Charles N. Daniels e Letra de Richard A. Whiting
Essa composição de Charles N. Daniels (também conhecido como Neil Moret) e Richard Whiting foi apresentada pelo vocalista Gene Austin e lançada no início de 1929 numa gravação da “Victor Records”. Duas versões da música chegaram às tabelas de venda naquele ano:

Gene Austin (1929, vocal, N.º 3)
Ted Lewis e sua orquestra (1929, vocal, N.º 15)

Austin e Cliff "Ukulele Ike" Edwards foram dois dos mais populares vocalistas pré-época Bing Crosby, especializados no que era conhecido como "crooning", uma maneira suave de cantar perfeitamente adequada ao microfone de condensador elétrico, uma nova invenção em meados da década de 1920. Austin, em particular, teve sucessos de milhões de vendas em 1925 (“Yes Sir, That’s My Baby”), em 1926 (“Five Foot Two, Eyes of Blue”), e uma mega sucesso de 1927 (“My Blue Heaven”). “She’s Funny That Way” gravada em 1928, estava destinada a ser um sucesso.

Andrea Motis (Barcelona, Espanha, 09-05-1995)


Erroll Garner (Pittsburgh, Pennsylvania, 15-06-1921 – Los Angeles, California, 02-01-1977) – gravação de 1949


Joe Pass (New Brunswick, New Jersey, EUA, 13-01-1929 – Los Angeles, California, EUA, 23-05-1994)


Ella Fitzgerald (Newport News, EUA, 25-04-1917 — Beverly Hills, EUA, 15-06-1996) – com a orquestra de Nelson Riddle


Letra

I never had nothing
No one to care
That’s why I seem
To have more than my share
I’ve got a woman
Crazy for me
She’s funny that way
I hurt her feelings
Once in a while
Her only answer
Is one little smile
I’ve got a woman
Crazy for me
She’s funny that way
I can see no other way
No better plan
End it all and let her go
To some better man
But I’m only human
A coward at best
I’m more than certain
She’d follow me west
I’ve got a woman
Crazy for me
She’s funny that way
Though she loves to work
And slave for me everyday
She'd be so much better off
If I went away
But why should I leave her?
Why should I go?
I’ve got a woman
Crazy for me
She’s funny that way

Lamento, algumas eventuais falhas nas letras, encontradas na Internet, devido à própria improvisação dada pelos seus intérpretes, e muitas vezes de difícil entendimento. (Ricardo Santos).

7 comentários:

  1. Ella, Ella é sempre única.
    Aquele abraço, boa semana

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  2. Tudo boas escolhas, vou ficar por aqui a ouvir enquanto navego na net.

    Um abraço Ricardo

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  3. Sempre boa musica por aqui.
    :)

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  4. Não conhecia este tema, ou pelo menos não me lembrava dele, e gostei muito. Ella Fitzgerald é sempre Ella Fitzgerald. Inigualável.

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Eu fiz um Pacto com a minha língua, o Português, língua de Camões, de Pessoa e de Saramago. Respeito pelo Português (Brasil), mas em desrespeito total pelo Acordo Ortográfico de 90 !!!