Dá a surpresa de ser

Dá a surpresa de ser É alta, de um louro escuro. Faz bem só pensar em ver Seu corpo meio maduro.

Seus seios altos parecem (Se ela estivesse deitada) Dois montinhos que amanhecem Sem ter que haver madrugada.

E a mão do seu braço branco Assenta em palmo espalhado Sobre a saliência do flanco Do seu relevo tapado.

Apetece como um barco. Tem qualquer coisa de gomo. Meu Deus, quando é que eu embarco? Ó fome, quando é que eu como?

10-9-1930 - Poesias. Fernando Pessoa. (Nota explicativa de João Gaspar Simões e Luiz de Montalvor.) Lisboa: Ática, 1942 (15ª ed. 1995) - 123.

sexta-feira, 13 de setembro de 2019

Eyes Thru Glass (41) – Ruínas Convento do Carmo em Lisboa

Aqui neste blogue e no “Eyes thru Glass“ mostro aquilo que os meus olhos vêem, através da objectiva.

Aqui ficarão somente as fotos, sem texto ficcional e sem música, apenas uma breve introdução, onde são tiradas e quando, e eventualmente alguma especificação técnica.

No dia 12 de Novembro de 2018, fotografei as Ruínas do Convento do Carmo em Lisboa.












Vídeo realizado por mim, durante o espectáculo "Lisbon Under Stars" pelo "O Cubo". Filmado através de um Smartphone Samsung Galaxy A3 no dia 23 de Junho de 2018.

14 comentários:

  1. Muitos monumentos estão em ruínas. Devido à falta de fundos ou negligência.
    Bonitas fotos. Como sempre! : )

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    1. Alguns aqui em Portugal sofreram o terramoto de 1755 e alguma ainda ficou no ar !
      Obrigado Catarina

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  2. Também por lá andei em 2017 a fotografá-las embora as minhas não tenham a qualidade das suas.
    Abraço e bom fim-de-semana

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    1. É um lugar muito agradável. Inclusivé vi lá tempos depois, um espectáculo com luzes, projecções e música, de excelente qualidade !
      Obrigado Elvira

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  3. Já tinha visto algo, em fotografia, sobre estas ruínas, mas nada tão magnífico e pormenorizado!
    Excelente trabalho, Ricardo.
    Parabéns.

    Bom fim-de-semana.

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    1. Nos monumentos, edifícios, acho que se deve pormenorizar para realçar precisamente aquilo que é bonito ou fora de vulgar, ou que marque um estilo, ou uma época. É o que tento fazer !
      Obrigado Janita

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  4. Este é, sem dúvida nenhuma, um dos meus monumentos preferidos em toda a cidade de Lisboa. Há qualquer coisa que me faz arrepiar nestas ruínas nuas, que se erguem contra o luminoso céu de Lisboa, sem esquecer (nunca!) o antigo convento do Carmo propriamente dito. As ruínas da igreja foram provocadas pelo terramoto de 1755, mas o resto do convento foi reconstruído e acabou convertido em quartel da GNR, o denominado Quartel do Carmo, que foi o palco principal da gloriosa jornada de libertação do dia 25 de Abril de 1974, com o heróico capitão Salgueiro Maia à cabeça.

    As ruínas da igreja do convento do Carmo, que se podem ver nas fotografias, são dignas de se ver, e muitíssimo. Além das ruínas da igreja propriamente ditas, são de destacar no seu interior diversos restos arquitetónicos de várias origens e proveniências, que constituem o chamado Museu Arqueológico, alguns dos quais estão também aqui fotografados. Permito-me salientar, em particular, os restos de colunas e de capitéis de arte visigótica, que são anteriores, portanto, à invasão dos mouros ocorrida no séc. VIII. Tanto quanto é do meu conhecimento, em Portugal só na cidade de Beja (concretamente na antiga igreja de S. Dinis) se encontra um conjunto de arte visigótica tão rico como este.

    A visitar sem falta.

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    1. Obrigado pelo seu comentário, mais uma vez explicativo e ilustrado pelas fotos que realizei. São dignas de ser vistas "as ruínas", bem como o museu.
      Fernando muito obrigado

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  5. Já visitei. As tuas fotos estão excelentes e o vídeo foi um óptimo complemento🤗

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    1. As fotos não estão más, não senhor !
      Obrigado Manuela

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  6. O terramoto de 1755 deve ter sido o desastre natural mais grave que Portugal assistiu. Quem o viveu, quer tenha perecido quer lhe tenha sobrevivido, terá vivido momentos de horror! Tanta coisa se perdeu... que seria impossível reconstruir tudo! Muito fez o Marquês de Pombal a serviço de D. José I.

    Também tenho algumas fotos tiradas aí. Mas de telemóvel... já sabes como é! Uma incógnita!

    Beijinhos carmelitas
    (^^)

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    1. Na realidade o terramoto foi certamente algo horroroso que aconteceu em Lisboa. As ruínas conseguiram resistir ao mesmo e apesar de ruínas são bem bonitas, acho !
      Clara obrigado

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  7. O terramoto de 1755 foi horroroso, causou muitos milhares de mortos e um número incontável de feridos, mas não foi o único. Já tinha havido antes e (o que é muito assustador) poderá haver outros no futuro. Nesta página da Wikipedia pode ver-se uma lista de terramotos havidos em Portugal.

    A zona ribeirinha de Lisboa sofreu com particular violência o terramoto de 1755 e o tsunami que se lhe seguiu. Incalculáveis riquezas ficaram sepultadas sob os escombros do Paço da Ribeira (ainda hoje há quem chame Terreiro do Paço à Praça do Comércio) e da Casa da Índia, nomeadamente, que ficavam à beira-rio.

    Muitas outras construções sofreram avultados estragos, como o Mosteiro dos Jerónimos, que só foi reconstruído nos sécs. XIX e XX. A igreja de S. José (no largo da Anunciada) e a igreja da Luz (no largo da Luz) ficaram reduzidas à capela-mor e ainda agora só são a capela-mor. O convento da Madre de Deus também sofreu danos muito consideráveis. Etc., etc.

    Mas houve uma construção que resistiu ao terramoto sem sofrer estragos de qualquer espécie: o Aqueduto das Águas Livres. Ainda por cima, aquela monumental arcada que atravessa o Vale de Alcântara passa por cima de uma falha geológica! Seria de esperar que tudo aquilo viesse abaixo, mas não veio! O que ali está é uma extraordinária obra de engenharia.

    Na Baixa Pombalina, que o Marquês mandou construir, encontram-se as primeiras construções antissísmicas do mundo! As paredes das casas compreendidas entre o Rossio e o Tejo, e entre a Rua do Ouro e a Rua dos Fanqueiros, estão reforçadas por flexíveis estruturas de pinho, destinadas a vergar e não quebrar. Mais depressa vão abaixo os prédios da Av. Almirante Reis, por exemplo, do que as casas da Baixa Pombalina.

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    1. Fernando mais uma vez obrigado pelas suas propositadas explicações que enriqueceram mais esta minha mostra fotográfica.
      Esperemos que a Natureza tenha em conta todos os sismos que por aqui passaram e nos esqueça !
      Muito obrigado Fernando Ribeiro

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Eu fiz um Pacto com a minha língua, o Português, língua de Camões, de Pessoa e de Saramago. Respeito pelo Português (Brasil), mas em desrespeito total pelo Acordo Ortográfico de 90 !!!