Dá a surpresa de ser
Dá a surpresa de ser É alta, de um louro escuro. Faz bem só pensar em ver Seu corpo meio maduro.
Seus seios altos parecem (Se ela estivesse deitada) Dois montinhos que amanhecem Sem ter que haver madrugada.
E a mão do seu braço branco Assenta em palmo espalhado Sobre a saliência do flanco Do seu relevo tapado.
Apetece como um barco. Tem qualquer coisa de gomo. Meu Deus, quando é que eu embarco? Ó fome, quando é que eu como?
10-9-1930 - Poesias. Fernando Pessoa. (Nota explicativa de João Gaspar Simões e Luiz de Montalvor.) Lisboa: Ática, 1942 (15ª ed. 1995) - 123.
segunda-feira, 25 de maio de 2015
Charlie Parker – Groups & Soloists of Jazz (XXV)
(Dados Biográficos In Wikipédia e/ou In AllMusic.Com - Todos os excertos das biografias foram adaptados e algumas vezes traduzidos por Ricardo Santos)
Charlie Parker Jr. (Kansas, Missouri, EUA, 29-08-1920 – New York, EUA, 12-03-1955) – Foi um saxofonista e compositor norte-americano de jazz.
No início da sua carreira Parker foi apelidado de “Yardbird”. Esse apelido, foi encurtado para “Bird” e permaneceu como “alcunha” de Parker para o resto da sua vida.
Parker é considerado um dos melhores músicos de jazz. Em termos de influência e impacto, a sua contribuição foi tão significativa que Charles Mingus comentou na altura, “…que se Bird fosse vivo hoje, ele poderia pensar que estava a viver numa parede de espelhos”, tal a sua influência sobre Charlie. O talento de “Bird” (Charlie Parker) é comparado, sem contestação, com músicos lendários, tais como Louis Armstrong e Duke Ellington. A sua reputação, como um dos melhores saxofonistas, é tal, que alguns críticos dizem que ele é/foi insuperável. O crítico de jazz Scott Yanow, fala por muitos amadores do jazz e músicos, quando sugere que "…Parker foi, indubitavelmente, o melhor saxofonista de todos os tempos."
Charlie Parker foi figura fundadora do “Bebop”, a forma inovadora para melodia, ritmo e harmonia, e que tem exercido uma incalculável influência no jazz. Várias canções de Parker tornaram-se “standards” do repertório do jazz, e inúmeros músicos têm estudado a música de Parker e absorvido elementos do seu estilo.
Parker tornou-se um ícone para a geração do “Beat”, e foi uma figura chave no desenvolvimento conceptivo do jazz, como um artista descomprometido e intelectual, ao invés de apenas um “entertainer” público. Por várias vezes, Parker fundiu o jazz com outros estilos musicais, do clássico (com Edgard Varese e Stefan Wolpe) à música latina (com Machito), abrindo um caminho seguido mais tarde por outros.
Consumido pelo álcool e pelas drogas, Parker teve uma existência breve e trágica, que inspirou criadores como o escritor argentino Julio Cortázar, que se inspirou nele para delinear o personagem central do conto "O Perseguidor", e o cineasta Clint Eastwood, que recebeu seu primeiro Globo de Ouro com o filme "Bird", de 1988, estreado com Forest Whitaker, o qual, por sua vez, arrebatou o prémio para “Melhor Actor” no Festival de Cannes, graças a este trabalho.
A biografia de Parker contabilizou duas tentativas de suicídio e um longo internamento num sanatório, antes de chegar ao fim. Aos 34 anos, o estrago causado no seu corpo, pela vida desregrada, era tão grande que o médico-legista atribuiu ao morto, a idade de 65 anos. Faleceu em 12 de março de 1955. Encontra-se sepultado no Cemitério Lincoln, Kansas City, Missouri, Estados Unidos.
Ornithology, gravado em 28 de Março de 1946, com Charlie Parker (saxofone alto), Miles Davis (trompete), Lucky Thompson (saxofone tenor), Dodo Marmarosa (piano), Arvin Garrison (guitarra), Vic McMillan (contrabaixo) e Roy Porter (bateria).
Improvisation session, com Coleman Hawkins (saxofone tenor), em 1950.
I've Got Rhythm
April In Paris, com Charlie Parker (saxofone alto), Mitch Miller (oboé), Bronislaw Gimpel, Max Hollander, Milton Lomask (violinos), Frank Brieff (viola), Frank Miller (violoncelo), Myor Rosen (harpa), Stan Freeman (piano); Ray Brown (contrabaixo), Buddy Rich (bateria), Jimmy Carroll (orquestrador e maestro). Gravado no “Reeves Sound Studios”, New York City, 30 Novembro de 1949.
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Este menino gosta mesmo de jazz!!! E que bem toca este saxofonista! (Não conhecia, claro!)
ResponderEliminarBeijinhos musicais
Se o menino á para mim, muito obrigado ! :)
EliminarEste saxofonista é um exemplo de músico na verdadeira acepção da palavra !
Ficaste a conhecer ! :)
Obrigado Graça
Gostei, mas só vi e ouvi o primeiro e segundo video, voltarei amanhã para ouvir os outros dois.
ResponderEliminarBeijinho Ricardo, tenha uma boa semana.
Adélia
Ouves quando te apetecer !
EliminarObrigado Flor de Jasmim
Um dos eternos e obrigatórios.
ResponderEliminarAquele abraço, boa semana
Verdade insofismável !
EliminarObrigado Pedro e um Abraço
Sinto agora pela música Jazz um apreço como nunca senti em toda a minha vida, Ricardo.
ResponderEliminarGraças a ti!
Ouvi os quatro vídeos, ou melhor, ainda estou a ouvir Abril em Paris, enquanto escrevo!
No primeiro fechei os olhos e quase consegui identificar os vários instrumentos. Foi de todos o que mais gostei! É como dizes, Ricardo, o gosto musical também se educa.se apura o ouvido para novas sonoridades.
Muito bom e sinto uma leveza imensa. Foi como um lavar da alma!
Um abraço e obrigada, pelo "serviço público" que prestas aqui no teu blog.
Janita
Janita fico muito sensibilizado com as tuas palavras, e muito satisfeito que tenhas gostado.
EliminarAcrescento somente, algo que não sei se sabes. O saxofone e o violoncelo são os dois instrumentos, um (saxofone) da categoria dos instrumentos de sopro e outro (violoncelo) dos instrumentos de cordas, como dizia o saxofone é como o violoncelo aquele que se assemelha mais à voz humana !
Muito obrigado Janita
Já várias vezes passei por aqui a ouvir, Ricardo ! Arrepiante de belo ! Consegue mexer-nos bem cá por dentro ! Delicioso !...
ResponderEliminarTenho no entanto um reparo/sugestão a fazer-te.
Quando se fala de Jazz ou de grandes compositores de música clássica , sempre nos lembramos daqueles de há 100, ou 200 anos !
Se criasses uma "rubrica" de actuais (vivos e em actividade) creio que seria muito interessante.
Por ex. adoro a Diana Krall e certamente outras/os que não me recordo agora !
Abraço ! :)
Rui ainda bem que gostaste, tenho levado aqui também solistas e grupos ainda em actividade, mas a tua sugestão vou registá-la.
EliminarUm abraço Rui
Eu tenho um fraquinho por músicas de outros tempos e gosto destes ritmos. :)
ResponderEliminarLuísa eu também !
EliminarObrigado
Gostei de todos.
ResponderEliminarVou continuar aqui mais algum tempo a escutar...
Olá Gábi fico satisfeito que venhas ouvir a música que passa !
EliminarObrigado
Mais um conjunto musical que me encantou. Sabes que a seguir ao piano o saxofone é o instrumento que mais gosto de ouvir?
ResponderEliminarNem sempre gostei de jazz e hoje agradeço à pessoa que me ensinou a gostar e para meu grande prazer vens tu que continuas a promover ainda mais esse meu gosto.
Concordo com as palavras do Rui...cá em casa só ouço uns quantos mais actuais, mas , claro gosto de recordar e ouvir os que colocas aqui.
Beijos Ricardo
Eu sou piano faccioso. Ainda hoje tenho uma pena imensa de não me ter dedicado a aprender a tocar piano. Mas em Jazz ouço tudo, voz, piano, saxofone, trompete, clarinete, vibrafone,................... tudo mesmo !
EliminarVer se começo a organizar esta rúbrica com antigos e novos !
Obrigado Manuela
Engraçado, também tive uma pena enorme de não ter aprendido piano.
ResponderEliminarQuando tinha oportunidade de ter um por perto, passava horas a tocar de improviso.
Hoje também ouço tudo e não podia viver sem música.
Beijos Ricardo
Eu nem de improviso toco piano (deve sair coisa linda ! :)), porque sou um leigo em termos musicais. Sou um mero melómano amador que sabe as notas, mas nem sequer as sabe representar, ou talvez saiba um pouco ... No entanto, a música faz parte de mim, habituei-me a ouvir, a entender e a aprender estilos, géneros, sons que gosto !
EliminarImpensável viver sem música !
Obrigado Manuela