Dá a surpresa de ser
Dá a surpresa de ser É alta, de um louro escuro. Faz bem só pensar em ver Seu corpo meio maduro.
Seus seios altos parecem (Se ela estivesse deitada) Dois montinhos que amanhecem Sem ter que haver madrugada.
E a mão do seu braço branco Assenta em palmo espalhado Sobre a saliência do flanco Do seu relevo tapado.
Apetece como um barco. Tem qualquer coisa de gomo. Meu Deus, quando é que eu embarco? Ó fome, quando é que eu como?
10-9-1930 - Poesias. Fernando Pessoa. (Nota explicativa de João Gaspar Simões e Luiz de Montalvor.) Lisboa: Ática, 1942 (15ª ed. 1995) - 123.
domingo, 19 de julho de 2020
Prémios Valmor Demolidos
Prémio Valmor, Ano de 1907
Em 1907 foi a vez de uma moradia, a chamada Casa Empis, na Avenida Duque de Loulé N.º 77, propriedade de Ernesto Empis e arquitectura de António Couto de Abreu (1874-1946). Edificado em estilo Francisco I, inspirado na Renascença Francesa, lembrava o castelo de Blois e a casa de Diana de Poitiers. Foi o primeiro edifício premiado com Valmor a ser demolido, em 1954.
Prémio Valmor, Ano de 1908
Houve também uma Menção Honrosa, em 1908, atribuída a um prédio na Avenida da República, N.º 36, propriedade de Henrique Pereira Barreiros e arquitetura de Manuel Norte Júnior (1878-1962). Foi demolido nos anos 1949-1950.
Prémio Valmor, Ano de 1909
Menção Honrosa, o edifício da Avenida Duque de Loulé, N.º 72-74, da autoria de Adolfo A. Marques da Silva (1876-1939) para Fortunato Jorge Guimarães, teve um destino semelhante. Demolido em 1965.
Prémio Valmor, Ano de 1909
Menção Honrosa, o edifício da Rua Tomás Ribeiro, N.º 4-6, com projecto do arquitecto António Couto de Abreu (1874-1946), propriedade de João António Marques Sena foi demolido em 1954.
Prémio Valmor, Ano de 1910
Em 1910 o Prémio Valmor foi atribuído a um edifício de habitação, sito na Avenida Fontes Pereira de Melo, N.º 30. O autor do projecto foi o arquitecto Ernesto Korrodi (1870-1944), suíço naturalizado português. O edifício pertencia a António Macieira. Este edifício reflectia um certo gosto provinciano com a sua entrada abrindo para um estreito corredor lateral. Demolido em 1961 e no seu lugar foi erigido, o Teatro Villaret.
Prémio Valmor, Ano de 1914
Ainda em 1914 foram distinguidas mais três obras com Menções Honrosas, duas delas atribuídas a projectos idealizados por não arquitectos e cujos edifícios já foram demolidos. Referimo-nos a duas habitações unifamiliares, uma na Rua Pascoal de Melo, N.º 5-7 e outra na Rua Cidade de Liverpool, 16 pertencente a José Simões de Sousa. Os seus autores foram o "condutor de obras públicas" António da Silva Júnior e o "desenhador" Rafael Duarte de Melo, respectivamente.
Prémio Valmor, Ano de 1919
O Prémio Valmor, desse ano, foi mais uma vez foi atribuído a uma moradia unifamiliar, situada na Avenida Duque de Loulé, N.º 47, que pertencia a Alfredo May de Oliveira com projecto do arquitecto Álvaro Machado (1874-1944).
Esta moradia possuía três pisos de linhas sóbrias e era uma obra de estrutura essencialmente urbana. Demolida em 1961.
Prémio Valmor, Ano de 1928
Coube ao Palacete Vale Flor, na Calçada de Santo Amaro, N.º 83-85, projectado pelo arquitecto Pardal Monteiro (1897-1957) sendo a Sociedade Agrícola Vale Flor sua proprietária. Era uma habitação isolada de estrutura ainda bastante clássica. O júri recomendou a moradia com jardim como um “modelo de um género de construções que muito conviria desenvolver nas encostas de Lisboa, para interromper com manchas de verdura a monotonia do casario banal e para multiplicar os terraços de onde se possam desfrutar os incomparáveis panoramas da cidade”. Foi demolido em 1953.
Prémio Valmor, Ano de 1930
O primeiro Prémio Valmor atribuído nesta década, em 1930, coube a uma moradia na Rua Castilho, N.º 64-66, um projecto do arquitecto Raúl Lino da Silva (1879-1974) para Sacadura Cabral, que não viria a ocupá-la, tendo sido vendida nesse mesmo ano a Manuel Duarte. Esta moradia reflectia as preocupações do arquitecto com a temática da “casa portuguesa”, sobre a qual se debruçou durante vários anos, traduzidos nas formas arquitectónicas portuguesas tradicionais, com jardim circundante e o uso de elementos característicos como o alpendre, os beirais, as cantarias e o azulejo. Demolida em 1982, as cantarias, colunas e portões foram posteriormente utilizados na construção do Pátio Alfacinha.
Nesse ano foi também atribuída uma Menção Honrosa a um edifício de habitação, na Avenida da República, N.º 54, com projecto de Porfírio Pardal Monteiro (1897-1957) para Isidoro Sampaio de Oliveira. Edifício de características modernistas. Foi demolido em 1962.
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Vou amanhã publicar uma coisa acerca dos presentistas.
ResponderEliminarQue tem tudo a ver com esta pressa de demolir, riscar.
Aquele abraço, boa semana
Irei lá certamente Pedro!
EliminarObrigado e boa semana também
Visitá-lo-ei!
ResponderEliminarObrigado Luiz Gomes
Por aqui aprende-se sempre.
ResponderEliminarDesconhecia tudo o li e as imagens que deixaste aqui.
Muito obrigada pela partilha, Ricardo.
Esta é uma outra maneira de fazer fotografia. Na próxima "newsletter" já terei fotos minhas, e começaremos com o célebre edifício na Avenida da Liberdade, do Consulado Espanhol.
EliminarObrigado pela visita Manuela