Busto, em bronze, do
Visconde de Valmor, da autoria do escultor Teixeira Lopes, datada de 1904 e situada no Largo da Academia Nacional de Belas-Artes. 1249-058 Lisboa
O
Prémio Valmor (reedição) vai andar de novo por aqui. Durante uns meses a partir
de 20 de Julho. Estas publicações serão praticamente todas novas. A
primeira mostra de Valmor, foi no meu anterior blogue “Mudam-se os Tempos, Mudam-se
as Vontades” (apagado!). A documentação foi toda reescrita, com o material da
nova pesquisa feita, principalmente, no que respeita às biografias dos
arquitectos. Esta foi a terceira volta a estas construções, sendo a primeira em
2008 (270 fotografias), depois em 2013 (755 fotografias) e voltei, agora, em
2018. A próxima visita será, se Deus quiser, em 2023. Desta vez, fiz à volta de
540 fotos que serão exibidas n'O Pacto Português e mais 28 fotos de 2013, referentes
a dois Prémios Valmor que não fotografei desta vez. A aplicação que escolhi,
foi o Google Slides, porque me pareceu simples e de fácil visualização, e
felizmente e para já, não tem publicidade.
Palavras minhas
Estas palavras minhas da
edição anterior mantêm-se actuais.
Porquê deixar destruir
Lisboa? Ela está hoje e cada vez mais, uma cidade descaracterizada
arquitectonicamente. Será que isto é um mal das cidades que são a capital? Duvido!
Conheço muito pouco do estrangeiro, mas sei que em muitos países europeus e por
esse Mundo, se preservam as zonas mais antigas, das urbes principais. Tristemente,
como país europeu que queremos ser e que somos geograficamente, não adoptámos
essa conduta cultural, embora tenhamos vindo a melhorar, lamentamos o mal que
está irremediavelmente feito.
Percebo muito pouco de arquitectura,
tirando aquilo que aprendi na escola, em disciplinas como a História e o
Desenho. Lembro-me do gótico, do barroco, do romano, e lembro-me da oval, da
ogiva, do arco querena, da elipse, da hipérbole e da parábola. Apesar de ser
leigo neste assunto, decidi investigar um pouco mais sobre o dito prémio e que
melhor meio para o fazer e mostrar, do que a fotografia. Por isto tudo e durante
alguns meses, no meu blogue “O Pacto Português”, mostrar-vos-ei, através da
fotografia, um pouco do que se fez em termos arquitectónicos, nos primeiros 40
anos do século XX, e o que vai restando de alguma daquela arquitectura, que a sociedade
moderna ainda não destruiu, na nossa maravilhosa capital que é a cidade de
Olisipo.
O meu trabalho será centrado,
unicamente, entre os anos 1902 e 1943, das obras premiadas com o Prémio Valmor.
Nesse intervalo de anos, foram premiadas 40 construções, entre 28 prémios
Valmor e 12 menções honrosas. Dessas 40 premiadas, 11 já foram demolidas, 2
estão para venda, e ainda 1, está, infelizmente e completamente, em ruínas.
Também nesses quarenta e
um anos, existiram uma dúzia deles, nos quais não foram atribuídos prémios ou
menções honrosas.
Não vou chamar a atenção
para toda a arquitectura premiada e ainda existente. Ficará nesta mostra, algo
mais para descobrirem, “in loco”, se o quiserem fazer, parando e olhando com um
olho mais clínico para estas obras de arte. Elas estão aí espalhadas pela metrópole
mais ocidental da Europa e se calhar valerá a pena ir vê-las, enquanto estão de
pé.
Possivelmente, mais dia,
menos dia, o dinheiro e o “poder” encarregar-se-ão de deitar abaixo mais
algumas. Dessas restarão somente os registos fotográficos e cinematográficos.
“…O dinheiro não compra
tudo!”, mas infelizmente, muitos de nós, estamos convencidos do contrário.
Breve História
“…Instituído há mais
de um século, o Prémio Valmor surge na sequência de indicações deixadas no
testamento do segundo e último visconde de Valmor, Fausto Queiroz Guedes,
diplomata, político, membro do Partido Progressista, par do reino, governador
civil de Lisboa e grande apreciador de belas artes.
Falecido em França
em 1878, segundo o seu testamento, uma determinada quantia de dinheiro era
doada à cidade de Lisboa de modo a criar-se um fundo. Este passaria a
constituir um prémio a ser distribuído em partes iguais ao proprietário e ao
arquitecto autor do projecto da mais bela casa ou prédio edificado.
Surge assim, com o nome
do seu instituidor, o Prémio Valmor de Arquitectura, cuja atribuição era da
responsabilidade da Câmara Municipal de Lisboa, ficando esta sob fiscalização
do Asilo de Mendicidade de Lisboa. A Câmara elaborou então um regulamento
segundo o qual seria anualmente nomeado um júri de três membros, todos
arquitectos, que avaliariam as várias edificações.
Adaptando-se a
mudanças, quer de mentalidade, quer no modo de fazer arquitectura, quer ainda a
nível de regulamento, é um dos mais prestigiados prémios de arquitectura em
Portugal.
O Prémio Valmor
continua a ser sinónimo de uma certa qualidade arquitectónica que reflecte,
tanto pelos bons como pelos maus exemplos, os gostos dominantes das diferentes
épocas…”
Bibliografia e
Agradecimentos
A restante documentação, tal como, biografia dos
arquitectos, etc., foi recolhida no GEO
(Gabinete de Estudos Olisiponenses, http://geo.cm-lisboa.pt/).
Uma palavra de agradecimento à Dr.ª. Manuela Canedo que me ajudou na
consolidação da documentação que era necessária para o trabalho que eu
pretendia executar.
Agradecimentos aos Bibliotecários:
Fátima Coelho, da OASRS
(Ordem dos Arquitectos Secção Regional
Sul), que me indicou literatura disponível na Biblioteca Nacional, para
consulta e que, também ajudou neste trabalho.
Madalena Marques Sousa, Zélia de Sousa e Castro, Luís de
França e Sá, e ainda Carlos Manuel da Graça Vences da Biblioteca Nacional de Portugal.
Dar a conhecer
às pessoas a nova reedicção, em BCC:
Maria Manuela Canedo; Madalena Marques Sousa; Carlos Manuel da Graça Vences; e Luís de França e Sá.
As publicações Prémio Valmor começam dia 20-07-2020. Abrimos com a Introdução (aqui atrás) e de seguida as construções já demolidas. Na minha “Newsletter” vão sempre sabendo de todas as publicações. Espero que gostem!!!