A turba rompeu
Dá a surpresa de ser
Dá a surpresa de ser É alta, de um louro escuro. Faz bem só pensar em ver Seu corpo meio maduro.
Seus seios altos parecem (Se ela estivesse deitada) Dois montinhos que amanhecem Sem ter que haver madrugada.
E a mão do seu braço branco Assenta em palmo espalhado Sobre a saliência do flanco Do seu relevo tapado.
Apetece como um barco. Tem qualquer coisa de gomo. Meu Deus, quando é que eu embarco? Ó fome, quando é que eu como?
10-9-1930 - Poesias. Fernando Pessoa. (Nota explicativa de João Gaspar Simões e Luiz de Montalvor.) Lisboa: Ática, 1942 (15ª ed. 1995) - 123.
sexta-feira, 1 de setembro de 2017
MadreDeus (1) Maio Maduro Maio
(Dados Biográficos In Wikipédia e/ou In AllMusic.Com - Todos os excertos das biografias foram adaptados e algumas vezes traduzidos por Ricardo Santos)
Este será a 1ª. publicação de 21, que irão contemplar as músicas do CD Duplo “Os Filhos da Madrugada” editado em 27 de Abril de 1994, onde o Grande José Afonso, foi homenageado pelos artistas das principais bandas portuguesas. É também a minha homenagem a esta figura IMPORTANTÍSSIMA na vida musical portuguesa e no respeito que demonstrava e defendia pela liberdade de todos os cidadãos.
José Manuel Cerqueira Afonso dos Santos (Aveiro, 02-08-1929 – Setúbal, 23-02-1987)
Desenho meu, feito a lápis de carvão, no ano de 1988, após a morte do Artista
MadreDeus (1985)
Maio maduro Maio
Quem te pintou
Quem te quebrou o encanto
Nunca te amou
Raiava o sol já no sul
E uma falua vinha
Lá de Istambul
Sempre depois da sesta
Chamando as flores
Era o dia da festa
Maio de amores
Era o dia de cantar
E uma falua andava
Ao longe a varar
Maio com meu amigo
Quem dera já
Sempre no mês do trigo
Se cantará
Qu'importa a fúria do mar
Que a voz não te esmoreça
Vamos lutar
Numa rua comprida
El rei-pastor
Vende o soro da vida
Que mata a dor
Anda ver, Maio nasceu
Que a voz não te esmoreça
A turba rompeu
A turba rompeu
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Homenagem mais do que merecida.
ResponderEliminarO desenho é uma excelente surpresa. Gostei muito. Parabéns. :)
Pois pareceu-me que tinha chegado a hora de homenagear o Zeca Afonso, aqui no meu "Pacto". Por vários motivos e mais um:
EliminarSempre o admirei e vivi a minha juventude a ouvir o Zeca;
Comprei alguns LP dele, à socapa, porque estavam proibidos pelo anterior regime;
Escutar a sua excelente voz e poesia fazia-nos sentir bem e de alguma maneira "contra a opressão";
A sua defesa da liberdade de expressão de todos os cidadãos;
E tantas outras coisas que me fazem pensar e dizer que ele é uma figura ímpar na História Musical Portuguesa, como compositor, intérprete e ser humano !!!
O meu carvão é algo que já não faço há muitos anos e que o meu Pai me ensinou. Sempre gostei imenso de desenhar e era a minha disciplina mais forte no Liceu.
Obrigado Luísa
Temos artista! :)
ResponderEliminarE tu estás imparável com as novas rubricas!
Nesta, começaste da melhor forma. Esta música do Zeca na voz da Teresa ficou tão linda...
Acho que não cheguei a ouvir muitas músicas deste álbum de homenagem. Vou ficar agora a conhecer melhor.
Obrigada por trazeres mais uma vez aqui o Zeca.
Beijinhos maduros
(^^)
Precisava dar uma volta aqui no Blogue, com algumas coisas novas. É o caso do "A contar pelos dados", "Nascidos Aqui", "Moddy Blues", "Homenagem ao Zeca", "Ennio Morricone" e "Clássica". Vão terminar algumas, como, por exemplo "Inesquecíveis".
EliminarDo Zeca vou passar aqui todas elas em formato versão do grupo que homenageou e versão Zeca Afonso.
Obrigado Afrodite
O desenho está absolutamente fantástico. Não sabia do teu talento artístico, RICARDO 😘 Uma surpresa muitíssimo agradável.
ResponderEliminarBom fim de semana 🌹
O desenho ficou bom sim. Como já disse anteriormente aprendi com o meu Pai.
EliminarObrigado
O teu desenho, uma bela surpresa e os meus parabéns !!! :) ...
ResponderEliminarA múltipla homenagem (tua, dos Madredeus e de todos os outros que o fizeram do mesmo modo), uma grande justiça, sempre !!!
Ouvir esta composição, uma bela recordação sua e uma passagem de bons momentos !
Abraço, Ricardo :)
Vão passar aqui bons momentos espero. O Zeca continua a ouvir-se e as suas canções são muito bonitas.
EliminarObrigado Rui
Mais uma nova rubrica aqui no Pacto, e não poderias começar melhor do que com esta dupla homenagem. Aliás, diria, tripla homenagem, já que vejo ali no teu soberbo desenho - outra agradável surpresa - a figura do Eça de Queiroz, ou estarei enganada?
ResponderEliminarPenso que te inspiraste, um pouco, no monumento erigido em Grândola, à memória do cantautor. E daí, talvez não...já que dizes ter feito o desenho aquando o falecimento do Zeca, e as homenagens públicas nunca acontecem em vida de quem as merece...
Boa semana, Ricardo.
Janita a imagem do Zeca Afonso foi feita com esquadria e aumentada da fotografia original, de um livro onde consta uma longa entrevista feita pelo jornalista Viriato Teles. Os outros desenhos sobrepostos aparecem em algumas capas de álbuns do Zeca.
EliminarObrigado Janita
Grande Zéca Afonso!
ResponderEliminarGostei de saber que tem este jeito de artista.
Parabéns, foi uma belíssima homenagem.
Bjs
Vai continuar a homenagem !
EliminarObrigado mz
Primeiro quero felicitar-te pelo desenho, está muito bem, mais um talento teu que desconhecíamos.
ResponderEliminarA homenagem é mais que justa e gostei de ouvir este tema interpretado pelos Madredeus.
Quando miúda adorava trautear as canções do Zeca e do José Mário Branco, sem me dar conta que corria alguns riscos.
Obrigada pela partilha Ricardo
Como já disse aqui o meu é que me ensinou a desenhar a carvão e foi bom ter aprendido.
EliminarO Zeca merece sem ser homenageado, pelo Homem que era, com toda a sua verticalidade.
Eu também ainda conheço de cor muitas músicas de alguns dos nossos cantores ditos de intervenção.
Obrigado Manuela !
Madredeus foram uma pedrada no charco no panorama da música em Portugal.
ResponderEliminarAquele abraço, boa semana
Sem sombra de qualquer dúvida Pedro !
EliminarAbraço