Dá a surpresa de ser

Dá a surpresa de ser É alta, de um louro escuro. Faz bem só pensar em ver Seu corpo meio maduro.

Seus seios altos parecem (Se ela estivesse deitada) Dois montinhos que amanhecem Sem ter que haver madrugada.

E a mão do seu braço branco Assenta em palmo espalhado Sobre a saliência do flanco Do seu relevo tapado.

Apetece como um barco. Tem qualquer coisa de gomo. Meu Deus, quando é que eu embarco? Ó fome, quando é que eu como?

10-9-1930 - Poesias. Fernando Pessoa. (Nota explicativa de João Gaspar Simões e Luiz de Montalvor.) Lisboa: Ática, 1942 (15ª ed. 1995) - 123.

domingo, 2 de dezembro de 2012

Avis Rara

Com “Os Gaiteiros de Lisboa” e Sérgio Godinho          
                  

2 comentários:


  1. Não conhecia, mas estava a ouvir e de repente lembrei-me desta:

    http://www.youtube.com/watch?v=V4k9qJd66zE


    Beijinho gaiteiro
    (^^)

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  2. Pois o Zé Mário tambe+m habita o meu imaginário.
    Bjinho

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Eu fiz um Pacto com a minha língua, o Português, língua de Camões, de Pessoa e de Saramago. Respeito pelo Português (Brasil), mas em desrespeito total pelo Acordo Ortográfico de 90 !!!