Dá a surpresa de ser

Dá a surpresa de ser É alta, de um louro escuro. Faz bem só pensar em ver Seu corpo meio maduro.

Seus seios altos parecem (Se ela estivesse deitada) Dois montinhos que amanhecem Sem ter que haver madrugada.

E a mão do seu braço branco Assenta em palmo espalhado Sobre a saliência do flanco Do seu relevo tapado.

Apetece como um barco. Tem qualquer coisa de gomo. Meu Deus, quando é que eu embarco? Ó fome, quando é que eu como?

10-9-1930 - Poesias. Fernando Pessoa. (Nota explicativa de João Gaspar Simões e Luiz de Montalvor.) Lisboa: Ática, 1942 (15ª ed. 1995) - 123.

sábado, 18 de fevereiro de 2012

5MJZ (VII) – Gerry Mulligan Quartet


(Dados Biográficos In Wikipédia e/ou In AllMusic.Com - Todos os excertos das biografias foram adaptados e algumas vezes traduzidos por Ricardo Santos; e ainda In Duarte, José, História do Jazz, 2ª. Edição, Editora Sextante, Novembro de 2009)            
                 
Se Luís Villas-Boas é considerado o pai do Jazz em Portugal, José Duarte é também uma figura proeminente e importante na divulgação deste género musical no nosso País.
Estamos a passar, com o auxílio do “Youtube”, como é habitual, algumas das músicas, consideradas obrigatórias pelo José Duarte e constantes numa edição de três CD’s sobre o programa “Cinco Minutos de Jazz”, começado na década de 60 (1966), no “Rádio Renascença”, depois na Rádio Comercial e mais tarde na Antena 1, onde ainda hoje e há mais de 40 anos se divulga o improviso na rádio do nosso país.                
                 
Gerald Joseph "Gerry" Mulligan (Queens Village, Queens, New York, EUA, 06-04-1927 - 20-01-1996) -  Foi um saxofonista de jazz norte-americano, clarinetista, compositor e orquestrador. Apesar de Mulligan ser principalmente conhecido, como um dos principais saxofonistas barítono - tocava o instrumento com um tom leve e arejado na era do “Jazz Cool” – ele era, também, um notável orquestrador. Trabalhou com Claude Thornhill, Miles Davis, Stan Kenton, entre outros. O quarteto sem piano de Mulligan dos anos 1950 com o trompetista Chet Baker ainda é considerado como um dos mais importantes grupos de “Jazz Cool”. Mulligan era também um hábil pianista e tocava vários instrumentos de palheta. Em termos amorosos, Mulligan teria tido um relacionamento com a actriz Judy Holliday até à morte desta em 1965, e com a actriz Sandy Dennis, de 1965 até à separação do casal, em 1976.
Gerry Mulligan nasceu em Queens Village, Queens, New York, filho de George e Louise Mulligan. Seu pai era um Wilmington, nativo de Delaware, de ascendência irlandesa, a sua mãe oriunda de Filadélfia, de meia ascendência irlandesa e meia alemã. Gerry era o mais novo dos quatro filhos do casal: George; Phil; Don; e Gerry.
A carreira do pai Mulligan, como engenheiro, exigia mudanças frequentes através de várias cidades. Quando Gerry tinha menos de um ano de idade, a família mudou-se para Marion, Ohio, onde o seu pai aceitou um emprego com a “Marion Power Shovel Company”.          
                   
What Is There to Say?", pertence ao álbum de 1959, gravado para a Columbia (Columbia Jazz Masterpieces), entre 17 de Dezembro de 1958 e 15 de Janeiro de 1959 (*), e tendo como produtor Teo Macero. Scott Yanow da “Allmusic” afirma: "…o último dos álbuns do quarteto sem piano que Gerry Mulligan gravou na década de 1950, é um dos melhores." e "…virtualmente cada música é memorável, sendo no entanto pontos altos, "What Is There to Say," "Just in Time," "Festive Minor," "My Funny Valentine," e "Utter Chaos”.
O quarteto era composto por Gerry Mulligan (saxofone barítono),  Art Farmer (trompete), Bill Crow (contrabaixo) e Dave Bailey (bateria).               
                  
(*) 1959 – Morre Billie Holiday; António Carlos Jobim e João Gilberto gravam “Chega de Saudade”, dando início à “Bossa-Nova”; Jack Kilby inventa o circuito integrado (“microchip”).
                     

1 comentário:

  1. Pois venho cá continuar a minha perseguição lol

    O meu blogue Doce-ou-Travessura-Júnior(publicitado aqui ao lado) está parado... mas no outro Doce-ou Travessura tem saído posts quase todos os dias... agradeço comentários :)

    Bjos

    Agora com 2 palavras para conseguir publicar aqui o comentário, por vezes é uma dor de cabeça... uma das palavras está sempre tão disfarçada que nem a percebo... vamos a ver se desta sai :)

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Eu fiz um Pacto com a minha língua, o Português, língua de Camões, de Pessoa e de Saramago. Respeito pelo Português (Brasil), mas em desrespeito total pelo Acordo Ortográfico de 90 !!!