Mais uma célebre Ópera, obrigatória conhecer.
A escolha erudita desta vez recai sobre a ópera de Giuseppe Verdi, “La Traviata”.
Resumo da história desta Ópera
A acção decorre em Paris e nos seus arrabaldes, O primeiro acto decorre em Agosto, o segundo e terceiro em Janeiro e quarto em Fevereiro.
1º. Acto
Há festa em casa de Violeta Valéry, prometida ao Barão de Douphol. Violeta é apresentada pelo amigo, do Barão, Gastão Letorières ao seu amigo Alfredo Germont. Gastão diz que ele (Alfredo) já a conhecia há algum tempo e a amava em segredo. Alfredo faz então um brinde a Violeta e declara-se a ela. Violeta diz que sendo um mulher mundana, não sabe amar e que somente lhe pode oferecer amizade. Ele que procure outra mulher. No entanto, oferece-lhe uma camélia e diz-lhe para voltar no dia seguinte.
A festa acaba e Violeta pensa nas palavras que Alfredo lhe dirigiu na declaração de amor.
2º. Acto
Violeta e Alfredo começam um relacionamento amoroso e vão morar numa casa de campo, nos arredores de Paris. A criada de Violeta, Aninhas, conta a Alfredo as dificuldades financeiras porque Violeta passa, indo constantemente a Paris vender os seus bens. Jorge Germont, pai de Alfredo, visita Violeta e pede-lhe para abandonar Alfredo para sempre. Jorge conta-lhe sobre a sua família e especialmente da sua filha, na Provença, e crê que se Alfredo continuar envolvido com Violeta, isso irá prejudicar a sua reputação. Violeta acede ao pedido do pai de Alfredo e escreve uma carta a Alfredo. Parte para uma festa em casa de sua amiga Flora Bervoix. Alfredo ao ler a carta de Violeta pensa que o esta o vai trair e dirige-se de imediato a casa de Flora.
3º. Acto
A festa inicia-se com um grupo de mascarados que animam os convidados. Violeta chega acompanhado do Barão Douphol. Alfredo surge logo em seguida. Alfredo começa a jogar com o Barão e ganha. Quando o jantar é servido ela e Alfredo ficam sós no salão, e Alfredo força-a a confessar a verdade. Violeta mente dizendo que ama o Barão. Furioso, Alfredo chama todos os convidados para o salão, atira com todo o dinheiro ganho no jogo, na cara dela e desafia Douphol para um duelo. Violeta desmaia.
4º. Acto
Violeta adoece e está sem dinheiro nenhum. A tuberculose atinge-a e recebe cartas de vários amigos, entre elas, uma que lhe chama a atenção. É do pai de Alfredo, Jorge Germont, arrependido por a obrigado a ficar contra Alfredo.
Pai e filho visitam a doente. Violeta, Alfredo e Jorge reconciliam-se os três e começam a fazer planos. A doença de Violeta não vai deixá-la viva e após entregar um retrato seu a Alfredo, morre.
Personagens de La Traviata
Violeta Valéry ……………………………………Soprano
Flora Bervoix …………………………………….Meio-Soprano
Aninhas …………………………………………..Soprano
Alfredo Germont ………………………………...Tenor
Jorge Germont, seu pai ……………………… Barítono
Visconde Gastão de Letorieres……………. Tenor
Barão de Douphol ………………………………. Barítono
Marquês de Obigny …………………………….. Baixo
Dr. Grenvil ………………………………………..Baixo
José, criado de Violeta ………………………....Tenor
Criado de Flora ………………………………….Baixo
Moço de recados ………………………………..Baixo
Amigos e criados de Flora e Violeta, mascarados ou não.
Do autor Giuseppe Verdi, … (excertos)
Nascido a 10 de Outubro de 1813, na aldeia de Roncole (Busseto / Parma), desde muito começou a demonstrar uma inequívoca propensão musical. Em criança, Verdi ficava boquiaberto a ouvir os músicos ambulantes e os cegos tocadores de sanfona (instrumento musical de corda friccionada), que vagueavam por estas zonas. Filho de família pobre, para a qual o dinheiro chegava à rasa para o seu sustento, valeu-lhe um músico retirado, chamado Biastrocchi que fazia de organista na freguesia que o iniciou na arte da música. Por essa altura, morreu nas redondezas um certo sacerdote em cujo espólio, figurava velha espineta (espécie de cravo, instrumento com teclado, idêntico ao cravo e ao piano), meio desmantelada, que o pai de Verdi comprou por dez reis de mel coado e que um tal Estêvão Cavaletti - primeiro admirador de Verdi – consertou de graça, em 1821, dando-se, unicamente, por satisfeito “com a boa disposição que o pequeno mostrava para aprender a tocar o instrumentos”. Três anos depois, Verdi já substituía o professor Biastrocchi, a tocar no órgão da igreja. Seu pai, no entanto, decidiu mandar José (Giuseppe) Verdi para a escola, em Busseto. A partir dessa data, todos os Domingos e dias santos, chovesse ou fizesse Sol de rachar, José palmilhava duas vezes o caminho para ir tocar o órgão da velha igreja paroquial de Roncole, sua terra natal.
…
Durante trinta anos rara foi a temporada em que o Teatro Nacional de São Carlos, não voltou a ouvir “La Traviata”. Depois começou a ser dada com intermitências cada vez maiores, ao passo que devinha (1) de obrigação no cartaz do Coliseu dos Recreios.
A 14 de Fevereiro de 1901 prestou-se em São Carlos um preito (2) de homenagem a Verdi que falecera com mais de 87 anos, em Milão, a 27 de Janeiro anterior. Representou-se “La Traviata” e o terceto final de “Os Lombardos” completou o espectáculo.
(1) devinha (devir) - do Lat. Devenire; v. int., dar-se, suceder, acontecer; vir a ser, tornar-se; transformar-se; s. m., o futuro, o porvir
Texto extraído e adaptado de:
Colecção "Ópera", Volume 18, Direcção Mário de Sampayo Ribeiro, Editor Manuel B. Calarrão, Lisboa, Janeiro de 1948, Preço 4$00.
Trechos Musicais
1º. Acto
2º. Acto
Pura siccome na Angelo - Edita Gruberová, Violeta (soprano) e Giorgio Zancanaro (barítono)
3º. Acto
Ogni suo aver (Ao vivo, em 9 de Março de 2008. No Teatro Dante em Campi Bisenzio, Florença, Itália, com Simonida Miletic – Violeta Valery ; Tiziano Barbafiera - Alfredo Germont; direcção maestro Alan Freiles; Orquestra Nuova Europa)
4º. Acto
Prendi… quet’é l’immagine - Final morte de Violeta; Anna Netrebko – Violeta Valery (soprano)