Dá a surpresa de ser

Dá a surpresa de ser É alta, de um louro escuro. Faz bem só pensar em ver Seu corpo meio maduro.

Seus seios altos parecem (Se ela estivesse deitada) Dois montinhos que amanhecem Sem ter que haver madrugada.

E a mão do seu braço branco Assenta em palmo espalhado Sobre a saliência do flanco Do seu relevo tapado.

Apetece como um barco. Tem qualquer coisa de gomo. Meu Deus, quando é que eu embarco? Ó fome, quando é que eu como?

10-9-1930 - Poesias. Fernando Pessoa. (Nota explicativa de João Gaspar Simões e Luiz de Montalvor.) Lisboa: Ática, 1942 (15ª ed. 1995) - 123.

quinta-feira, 20 de outubro de 2016

Pat Metheny Group – Para quem quiser ouvir (IX)

(In Wikipédia ou http://www.patmetheny.com - Os excertos das biografias foram adaptados e traduzidos, o resto dos textos são da minha autoria – Ricardo Santos)

O “jazz fusão”, “jazz rock” ou simplesmente “fusão” é um género musical que se desenvolveu nos finais de 1960, de uma mistura de elementos de jazz, tal como o seu foco na improvisação com os ritmos e tons de “funk” e “R&B”, instrumentos eléctricos altamente amplificados e efeitos electrónicos de “rock”. Enquanto o termo “jazz rock” é muitas vezes utilizado como um sinónimo de “jazz fusão”, ele também se refere à música executada nos finais de 1960 e na época de 1970 das bandas rock, quando eles adicionaram elementos de jazz à sua música, como uma forma livre de improvisação.
Depois de uma década de desenvolvimento durante os anos 70, a “fusão” expandiu-se nas capacidades de improvisação e nas tentativas experimentais durante os anos 80 e 90.
Álbuns de “fusão”, mesmo aqueles que são feitos pelo mesmo grupo ou artista, podem incluir uma variedade de estilos. Diferentemente de serem um estilo musical codificado, a “fusão” pode ser vista como uma música tradicional ou aproximação a ela.
Alguma música de “rock progressivo” é também etiquetada por “fusão”. A música de fusão é tipicamente instrumental, muitas vezes com complexas assinaturas temporais, métricas e padrões rítmicos, e também extensas faixas, com improvisações longas. Muitos proeminentes músicos de fusão são reconhecidos, como tendo um alto nível de virtuosismo, combinado com composições complexas e música improvisada complexas ou de um amalgamado de métricas.

A música de PMG, algumas vezes de “jazz fusão” ou “fusão”, que irá passar por aqui contem na maioria das vezes um tema que a inicia e que, de seguida, dá origem aos espaços improvisados de melodias complexas, com Pat Metheny (guitarra e guitarra sintetizada) e os outros músicos. Para terminar, ela retorna ao tema principal para os momentos finais da composição.
As interpretações textuais de algumas músicas são minhas. Como um livro, a música também pode tentar ter uma interpretação, baseada no seu título, porque não ?

SPEAKING OF NOW

“Speaking of Now” de composição total de Pat Metheny e Lyle Mays com excepção de uma música, somente, da autoria de PM.
Foi gravado em 2001 em New York (Right Track Studio). Músicas escolhidas, a faixa nº. 4 “The Gathering Sky” de 9’ 22” e a faixa nº. 5 “You” de 8´24”, exibida anteriormente.

Formação:

Pat Metheny (guitarra e guitarras acústica e sintetizada);
Lyle Mays (piano e teclas);
Steve Rodby (baixos acústico e eléctrico);
Antonio Sanchez (bateria);
Richard Bona (vocal, percussão e vários instrumentos); e
Cuong Vu (vocal, trompete e vários instrumentos).

Produção de Pat Metheny e Co-produção de Steve Rodby e Lyle Mays.

A versão aqui exibida é do DVD ao vivo gravado em Tóquio no Japão, em 19 e 20 de Setembro de 2002

The Gathering Sky (1ª. Parte)

Esta música poderia ser também o chamado “cavalo de batalha”. “O céu e as nuvens vão-se reunindo…” é bem definido do que é a introdução, um tema, os solos e novamente o tema para finalizar. A versão do Youtube é de relativa qualidade e está separada em dois “clips”. Aqui vão as minhas indicações para o primeiro:

00:08 – Introdução e Tema (guitarra de Metheny e de Richard Bona, piano Mays e grupo);
01:16 – O tema continua a ser explorado;
02:30 – Acordes finais do piano e saída do tema, para os solos;
02:43 – Cuong Vu (trompete);
03:20 – Pat Metheny (guitarra);
05:52 – Grupo termina o solo de Metheny;


The Gathering Sky (2ª. Parte)

Aqui vão as minhas indicações para o segundo:

00:00 – 04:25 – Antonio Sanchez (bateria), para quem julgava que já tinha ouvido e visto tudo, em matéria de solos de bateria, ouçam com muita atenção, este exímio baterista!;
04:34 – Vamos voltar ao tema, o grupo vai novamente introduzi-lo para nós. Um crescendo até lá;
05:47 – Tema até ao fim, com todo o grupo e a voz de Richard Bona.

13 comentários:

  1. Para quem quiser ouvir...claro que quero e ouvi.
    Impressionante o solo de bateria.
    Gostei destes momentos em que cada instrumento se mistura com muito engenho.
    Obrigada pela partilha Ricardo

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    1. Obrigado Manuela pelo teu comentário. Fico feliz que tenhas gostado !

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  2. Estive atenta ao solo de bateria, como indicaste.
    Bolas... que o homem ficou desfeito em água! No fim, parecia o estourar dos morteiros no final de uma sessão de fogo de artifício! :)

    Sabes que gosto de temas melodiosos e o tema desta música é alegre e compreensível para se acompanhar. A Guitarra de PM até parece que canta, trauteia mesmo... e no final junta-se a voz de R.Bona e os sons encaixam na perfeição.

    Gostei muito!
    Beijinhos em contagem decrescente
    (^^)

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    1. Os bateristas num concerto perdem algum peso, não sei bem quanto, mas também, como é óbvio, depende sempre das músicas tocadas, se exigem muito trabalho de bateria.
      Um grupo que todos deviam conhecer porque a sua música é Excelente e extraordinariamente bem conseguida e orquestrada.
      Obrigado Afrodite

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  3. Excelente.
    O texto está optimo. Claro que da música também.
    Gostei muito.
    bjs

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    1. Papoila fico satisfeito que tenhas gostado e a música é Muito Boa. Como já disse anteriormente assisti a 3 espectáculos do grupo e dá prazer ouvi-los ao vivo !
      Obrigado

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  4. Gostei imenso! Conhecer novos estilos e diferentes formas de música só nos enriquecem!
    Um abraço

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  5. Excelente música...Que todos gostamos de ouvir. Ver a forma frenética da execução do baterista até me deixou sem fôlego.
    Sempre bem acompanhados com as tuas pré informações preciosas.
    Boa rubrica esta. Gosta-se sempre de ouvir P.M. e a sua banda.

    Um abraço, Ricardo

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    1. Janita fico satisfeito por teres gostado de ouvir. Muito Obrigado

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  6. Tinhas razão ! A partir dos 3:30 o solo de bateria é absolutamente estonteante ! Não sei como é possível tanta energia !
    No anterior, o PM fantástico como sempre no seu solo !
    Sabes que nos (me) dás uma enorme com essa informação do faseamento de cada tema ?
    Adorei acompanhar com as tuas informações ! :)

    Abraço ... até amanhã ! :)

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    1. Rui e respondendo sobre o baterista a ti e à Janita, o Antonio Sanchez é um músico de primeira água. Começou a tocar bateria aos 5 e a partir dos seus 16, 17, 18 (teen years !... até podia ter sido mais cedo !) já tocava profissionalmente, parece incrível, mas é verdade.

      http://www.antoniosanchez.net/bio.html
      https://en.wikipedia.org/wiki/Antonio_S%C3%A1nchez_(drummer)

      Poucas palavras tenho para dizer sobre esta composição que me parece ser de muita qualidade. Aliás eu sou sempre suspeito por o grupo sempre foi um dos meus predilectos !

      Ainda bem que gostaste ... até amanhã ! Abraço

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  7. Henrique espero que estejas a ter uma boa recuperação. Um Abraço de rápidas melhoras.

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Eu fiz um Pacto com a minha língua, o Português, língua de Camões, de Pessoa e de Saramago. Respeito pelo Português (Brasil), mas em desrespeito total pelo Acordo Ortográfico de 90 !!!