Dá a surpresa de ser
Dá a surpresa de ser É alta, de um louro escuro. Faz bem só pensar em ver Seu corpo meio maduro.
Seus seios altos parecem (Se ela estivesse deitada) Dois montinhos que amanhecem Sem ter que haver madrugada.
E a mão do seu braço branco Assenta em palmo espalhado Sobre a saliência do flanco Do seu relevo tapado.
Apetece como um barco. Tem qualquer coisa de gomo. Meu Deus, quando é que eu embarco? Ó fome, quando é que eu como?
10-9-1930 - Poesias. Fernando Pessoa. (Nota explicativa de João Gaspar Simões e Luiz de Montalvor.) Lisboa: Ática, 1942 (15ª ed. 1995) - 123.
sábado, 21 de novembro de 2015
Estou ?! Posso pedir um disco ? (V)
O pedido de hoje é da bloguer Janita, do Blogue “O Cantinho da Janita”. Um Blogue que nos traz poesia, histórias e alguma música, de uma pessoa sensível, mas sem “papas na língua”. Deixou uma mensagem do que o levou a escolher esta música:
Bom, se não te der muito trabalho a canção que eu gostaria de ouvir é "Cartas de Amor". Se bem me lembro é este o título.
De preferência pelo cantor - que já partiu há muito - Francisco José.
Este artista não é bem do 'meu tempo' pois eu era muito miúda quando ele apareceu no mercado da música com esta canção, mas o tema ficou para a posteridade.
A razão do meu pedido é porque anos mais tarde, teria eu quinze anos, recebi um pedido de namoro por carta. Uma verdadeira e linda carta de amor. Com a particularidade de me ter sido entregue em mão...pelo próprio pretendente!!
Francisco José (16-08-1924 – 31-07-1988)
Tony de Matos (28-09-1924 – 08-06-1989)
Alguma história sobre os discos, antigo suporte magnético que, actualmente, continua a ter imensos adeptos, dado que está cientificamente provado que a qualidade sonora do vinil é superior à do CD, dizem !
Os 78 rpm (rotações por minuto) eram os antigos discos, de goma-laca, que tocaram durante alguns anos nos gramofones dos nossos avós.
Os 33 rpm (rotações por minuto) eram os antigos “LP” (Long Play) de vinil que tocavam nos nossos antigos gira-discos.
Os 45 rpm (rotações por minuto) era os “singles” ou “EP” (Extended Play), também em vinil. Ambos fizeram a delícia das gerações de 60 e 70.
Esta nova publicação viverá, exclusivamente, dos vossos pedidos por “mail” para o meu “email” ricardosantos1953@gmail.com, da música que pretendem ouvir e umas breves palavras sobre o porquê que ela vos foi/é querida.
Peçam uma de cada vez e de vez em quando. Podem começar a enviá-los já hoje. Os pedidos serão atendidos por ordem de chegada dos “mails”.
Serão apresentados dois vídeos, do Youtube. Um será com a escolha de quem me enviou o “mail” e o outro uma escolha minha. Também darei algumas indicações adicionais sobre a composição, compositor e intérprete. Isto caso a música exista e haja informação adicional sobre ela.
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Obrigada, Ricardo!
ResponderEliminarDeixaste-me comovida com a introdução que fazes acerca da minha pessoa - acertando em cheio no sensível mas sem papas na língua - e, sobretudo pela escolha linda do vídeo com imagens maravilhosamente enquadradas no contexto da canção!
Amanhã virei ouvir o Tony de Matos e, com mais calma, apreciar este mimos com que nos tens vindo, gentilmente, a presentear..
Um beijo grato,
Janita
Acho que é isso exactamente o que és. Ainda bem que gostaste das minhas palavras e do video !
EliminarObrigado pelo beijo ! :)
Ouvindo-a agora, parece-me familiar. Gosto. Essa carta de amor não é para esquecer, Janita. : ))
ResponderEliminarCatarina,
Eliminardeveria não ser esquecida, mas acontece que foi devolvida quando se acabou o namorico! Antigamente era assim que se fazia. Acabado o namoro devolvia-se tudo à procedência. :))
Só me lembro do quanto gostei daquela carta e, sobretudo, do final:
"Amo-a. Perdoe-me se lhe sou indiferente".
Viva eu 100 anos e nunca esquecerei estas palavras...que o vento levou! :)
Beijos. :)
As cartas de amor nunca se esquecem. Antigamente eram reais, em papel. Agora é tudo artificial e virtual :(
EliminarObrigado Catarina
Lembro desse cantor cantando coisas lindas e a mais marcante foi uma chamada 'Foi Deus'.
ResponderEliminarFaz algum tempo mas as músicas permaneceram na memória .
A Janita foi buscar distante até porque as cartas de amor_ tão apaixonantes perderam para a mensagens com x caracteres ... rs Muito bonita e uma lembrança de amor, inesquecível.
Parabens a Janita e a voce pelo quadro tão especial.
abraço
Lis,
EliminarO Francisco José foi, mais tarde, viver para o Brasil e tornou-se um cantor muito conhecido do outro lado do Atlântico. Também gosto muito do fado que referes, "Foi Deus", mas a nossa Amália Rodrigues foi a fadista o internacionalizou:
Obrigada, Lis. Um beijinho.
Para o Ricardo, um abraço!
O Francisco José cantava na realidade, muito bem. O seu maior êxito, mais falado pelo menos, deve ter sido a canção Olhos Castanhos
EliminarObrigado Lis
A "introdução" do Ricardo está mesmo "au point" Janita ! rsrs... "sensível e sem papas na língua" ! rsrs
ResponderEliminarE então "a menina" recebia mesmo cartas ? ... :)) ... No meu tempo eram só bilhetes ! :)))
Esses dois "monstros" do meu tempo, que eu tentava imitar neste Marco do Correio , principalmente o Francisco José ! :))
Creio eu, que tinha uma voz mais romântica ! O Tony de Matos cantava com uma dicção mais "vincada" , muito característica dele, mas ambos fantásticos e uma boa recordação ! :))
Depois diz qual foi a resposta à carta que a gente quer saber ! :)))
.
Assim, entregue em mão e de Amor, foi só esta, Rui!! :))
EliminarSe te lembras do Chico Zé, também te lembras da canção" Olhos Castanhos". Ah, esta fez as delícias da minha irmã ( 6 anos mais velha ) e das amigas.
Eu também a cantava, pois sempre gostei muito de cantar! Lol
Beijinhos.
PS. Quando o Ricardo chegar vai dizer que lhe tomámos a casa de assalto!
Eu gostava mais de imitar o Tony de Matos a cantar Só Nós Dois
EliminarAqui não há assaltos há amigos e pessoas simpáticas que vêm aqui comentar e são sempre bem-vindos.
Obrigado Rui e obrigado Janita
"Só nós dois é que sabemos quanto nos queremos bem..."
EliminarDesta também eu gostava, Ricardo! Mas nunca senti grande simpatia pelo Tony de Matos.
Obrigada e um beijo!! ;) ( Não gostas mas lá terás de fazer o frete)
Gosto de ouvir canções de outros tempos e esta, lembro-me de ouvir a minha mãe cantá-la... :)
ResponderEliminarA música portuguesa, não teve a divulgação que deveria ter lá fora. Tivemos compositores e poetas excepcionais que deveriam ter tido outra projecção no Mundo das Artes Literárias e Musicais.
EliminarObrigado Luísa
Ó Janita, a minha mãe cantava esta canção, aliás, como muitas das canções da nossa infância.
ResponderEliminarAdorei a história da carta de amor que recebeu. Antigamente, havia namoros por carta, e muitos davam certo.
Muito boa escolha.
Beijinho
Esta canção e outras do mesmo cantor, marcou mais do que uma geração, Maria! :)
EliminarAgora até já os livros são em formato digital. Para mim nada é melhor do que sentir e cheirar o papel. Assim , eram as cartas, de amor ou outras. Guardo, como se jóias se tratassem, as cartas que a minha Mãe me escrevia quando vim viver para o Porto. São recordações que nunca se perdem.
Um beijinho e obrigada, de coração! :)
Canções que fazem recordar a infância de alguns de nós !
EliminarObrigado Maria
Que romântico!!! Só mesmo com a Janita!!! Mas é, de facto, uma bela canção de amor!
ResponderEliminarParabéns, Janita, por despertares amores assim sinceros e românticos! Beijinhos
Oh, minha querida Graça...Isso foi nos bons velhos tempos de menina e moça!
EliminarMas a canção ainda hoje me faz suspirar!
Outros tempos...outras eras!! :))
Beijinhos
Eu não disse que ela era sensível ! :)
EliminarObrigado Graça
A minha tia Nela tinha uma paixão pelo Tony de Matos!!!
ResponderEliminarAquele abraço, boa semana
Acho que o Tony apesar de feio, era um homem muito apreciado pelas mulheres !
EliminarAbraço Pedro
Boa tarde, clássicos que ainda passam na radio publica antena 1.
ResponderEliminarAG
Sim, felizmente, ainda bem que temos rádio com qualidade nos nossos aparelhos !
EliminarObrigado António
Ricardo, peço desculpa de só agora estar a comentar o pedido da nossa amiga Janita, mas acho que ainda vou a tempo :)
ResponderEliminarTambém sou do tempo das cartas de amor :)
Aliás o namoro com o meu marido foi através de muitas destas cartas.
Lembro-me muito bem desta canção e da voz inesquecível de Francisco José.
Parabéns pela escolha Janita !.
Beijinhos para ambos.
Fê
Amiga Fê,
EliminarApanhaste-me já quando saía de casa do Ricardo e voltei para trás!! :)
Amiga, perante a tua experiência é caso para dizer: "Cartas de Amor, quem as não tem?"
Obrigada, minha querida, mas a minha escolha de discos pedidos à moda antiga. só poderia ser esta!
Beijinhos e um abraço para o nosso amável anfitrião!
:)
Fê podes vir comentar quando quiseres. A minha casa, é dos amigos, conhecidos e das pessoas que querem comentar e ou criticar !
EliminarObrigado Fernanda
Ainda chego aqui mais tarde do que a Fê mas não podia deixar de vir ouvir a bela e romântica canção que a nossa amiga Janita escolheu.
ResponderEliminarTambém não é do meu tempo, mas isso não quer dizer que não a cantasse quando ainda passava na rádio. Confesso que se me perguntassem, eu diria que esta música era do Tony de Matos... pois de facto associo de imediato ao Francisco José os «Olhos Castanhos». Tony era um galã... o verdadeiro cantor romântico.
Gostei imenso de ouvir as duas versões... e por isso parabéns à homenageada e parabéns (mais uma vez) a ti também por teres mais uma rubrica fantástica aqui no teu Pacto Português.
Beijinhos para todos, em especial para a nossa Janita
(^^)
Pois, a música mais conhecida do Francisco José é "Olhos Castanhos". E também é verdade que o Tony era um verdadeiro cantor romântico e paixão de muitas mulheres.
EliminarTempos áureos da canção romântica em Portugal !
Obrigado Afrodite
Então não é que só hoje dei conta que a nossa Deusa andou por aqui, Ricardo?
EliminarMas por onde é que ela anda? Tenho que ir a Braga buscá-la por uma orelha!!
Beijinhos e obrigada, Afrodite! Vê lá se apareces!!
Um abraço, Ricardo!