Dá a surpresa de ser
Dá a surpresa de ser É alta, de um louro escuro. Faz bem só pensar em ver Seu corpo meio maduro.
Seus seios altos parecem (Se ela estivesse deitada) Dois montinhos que amanhecem Sem ter que haver madrugada.
E a mão do seu braço branco Assenta em palmo espalhado Sobre a saliência do flanco Do seu relevo tapado.
Apetece como um barco. Tem qualquer coisa de gomo. Meu Deus, quando é que eu embarco? Ó fome, quando é que eu como?
10-9-1930 - Poesias. Fernando Pessoa. (Nota explicativa de João Gaspar Simões e Luiz de Montalvor.) Lisboa: Ática, 1942 (15ª ed. 1995) - 123.
domingo, 3 de novembro de 2013
Autorização Camarária - Interacção Humorística (CIX)
Em 09-05-2011. Obrigado.
Autorização Camarária (verídico ???)
Conto, aliás, uma história que ouvi recentemente. Um cidadão
português, que sempre desejou ter uma casa com vista para o Tejo, descobriu
finalmente umas águas-furtadas algures numa das colinas de Lisboa que cumpria
essa condição. No entanto, uma das assoalhadas não tinha janela.
Falou então com um arquitecto amigo para que ele fizesse o
projecto e o entregasse à câmara de Lisboa, para obter a respectiva autorização
para a obra. O amigo dissuadiu-o logo: que demoraria bastantes meses ou mesmo
anos a obter uma resposta e que, no final, ela seria negativa. No entanto,
acrescentou, ele resolveria o problema.
Assim, numa sexta-feira ao fim da tarde, uma equipa de pedreiros
entrou na referida casa, abriu a janela, colocou os vidros e pintou a fachada.
O arquitecto tirou então fotos do exterior, onde se via a nova janela e
endereçou um pedido à CML, solicitando que fosse permitido ao proprietário
fechar a dita cuja janela.
Passado alguns meses, a resposta chegou e era avassaladora:
invocando um extenso número de artigos dos mais diversos códigos, os serviços
da câmara davam um rotundo não à pretensão do proprietário de fechar a dita
cuja janela.
E assim, o dono da casa não só ganhou uma janela nova, como ficou
com toda a argumentação jurídica para rebater alguém que, algum dia, se atreva
a vir dizer-lhe que tem de fechar a janela! [....]
Nicolau Santos, in "Expresso online" [...]
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Remarkable!!!
ResponderEliminarEspero mesmo que esta história seja verídica!!
Beijinhos de janelas abertas de par em par!
(^^)
(atchim... já sei porque me constipei... hehehe)
Esta história contaram-ma como verdadeira, o que não será de estranhar tal situação ter acontecido.
ResponderEliminarObrigado e as melhoras da constipação !
O arquiteto lá sabia como fazer... :)
ResponderEliminarSim e se calhar é bem provável que esta história, mesmo que não seja verdadeira, possa muito bem acontecer.
EliminarObrigado Luísa
5 estrelas!!! :))
ResponderEliminarIsto é como cozinha bacalhau, são mil e uma maneiras ! :))
EliminarObrigado Pedro e um Abraço