Dá a surpresa de ser

Dá a surpresa de ser É alta, de um louro escuro. Faz bem só pensar em ver Seu corpo meio maduro.

Seus seios altos parecem (Se ela estivesse deitada) Dois montinhos que amanhecem Sem ter que haver madrugada.

E a mão do seu braço branco Assenta em palmo espalhado Sobre a saliência do flanco Do seu relevo tapado.

Apetece como um barco. Tem qualquer coisa de gomo. Meu Deus, quando é que eu embarco? Ó fome, quando é que eu como?

10-9-1930 - Poesias. Fernando Pessoa. (Nota explicativa de João Gaspar Simões e Luiz de Montalvor.) Lisboa: Ática, 1942 (15ª ed. 1995) - 123.

sábado, 5 de outubro de 2013

Jazz Standards (CII)

(Dados Biográficos In Wikipédia e In AllMusic.Com - Todos os excertos das biografias foram adaptados e algumas vezes traduzidos por Ricardo Santos)             
             
(Sobre o tema em questão, algumas palavras retiradas de “in
http://www.jazzstandards.com/compositions/index.htm” - adaptação e tradução por Ricardo Santos)      
         
Stormy Weather (Keeps Rainin' All the Time) (#106) - Música de Harold Arlen e Letra de Ted Koehler
"Stormy Weather" foi originalmente escrito por Harold Arlen e Ted Koehler para o vocalista e chefe de banda Cab Calloway, que em conjunto com sua “big band” eram uma constante no “New York’s Cotton Club”. Calloway assumiu a vaga, em termos de prestígio, deixada por Duke Ellington, em Fevereiro de 1931. Antes do de entrar em produção, o espectáculo de 1933 “Cotton Club Parade”, Calloway deixou “Cotton Club” e Ellington regressou. Isto deixou os produtores do espectáculo com problemas visto que Ellington não cantava e eles precisavam de um “nome” para caracterizar a melodia. Por um acaso, o vocalista Ethel Waters voltou de Chicago para New York. Os produtores do programa e compositores da canção reuniram-se com Miss Waters, e ela concordou em interpretar a composição no espectáculo, que por sinal era a sua única aparição no musical.
Waters cantou de imediato a canção. Ela estava a acabar de passar por um divórcio, e a canção quase parecia ter sido escrita com os seus sentimentos, na sua mente. Na biografia de Edward Jablonski, sobre Harold Arlen, “Rhythm & Blues, Rainbows, Waters” é citado: "Quando eu cheguei ao centro do chão Cotton Club, eu dizia coisas que eu não poderia traduzir em palavras. Eu estava a cantar a história da minha confusão e miséria, dos mal-entendidos na minha vida eu não consegui endireitar, a história de injustiças e ultrajes feitos em mim por pessoas que eu amava e confiava”.
A primeira interpretação de Waters no espectáculo, obrigou a doze “encores”.       
        
Ella Fitzgerald (Newport News, EUA, 25-04-1917 — Beverly Hills, EUA, 15-06-1996) – Do álbum “Ella Fitzgerald Sings The Harold Arlen Song Book Vol. 1” de 1964, para a etiqueta “Verve Records”.        
         
         
       
Billie Holiday (Filadélfia, EUA, 07-04-1915 — New York, EUA, 17-07-1959) – Do álbum “An Evening with Billie Holiday” de 1953, para a etiqueta “Clef (Verve Records)”.       
          
           
               
Jack Payne (Leamington Spa,  Warwickshire, Grã-Bretanha, 22-08-1899 - Tonbridge, Grã-Bretanha, 04-12-1969) e Orquestra – Voz do próprio Jack Payne.           
             
           
               
Sidney Bechet (New Orleans, Louisiana, EUA, 14-05-1897 - Paris, França, 14-05-1959) – Em 1956.         
             
            
          
Letra       
          
Don't know why there's no sun up in the sky
Stormy weather
Since my man and I ain't together,
Keeps rainin' all the time
Life is bare, gloom and mis'ry everywhere
Stormy weather
Just can't get my poorself together,
I'm weary all the time
So weary all the time
When he went away the blues walked in and met me.
If he stays away old rockin' chair will get me.
All I do is pray the Lord above will let me walk in the sun once more.
Can't go on, ev'ry thing I had is gone
Stormy weather
Since my man and I ain't together,
Keeps rainin' all the time       
         
Lamento, algumas eventuais falhas nas letras, encontradas na Internet, devido à própria improvisação dada pelos seus intérpretes, e muitas vezes de difícil entendimento. (Ricardo Santos)

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Eu fiz um Pacto com a minha língua, o Português, língua de Camões, de Pessoa e de Saramago. Respeito pelo Português (Brasil), mas em desrespeito total pelo Acordo Ortográfico de 90 !!!