Dá a surpresa de ser
Dá a surpresa de ser É alta, de um louro escuro. Faz bem só pensar em ver Seu corpo meio maduro.
Seus seios altos parecem (Se ela estivesse deitada) Dois montinhos que amanhecem Sem ter que haver madrugada.
E a mão do seu braço branco Assenta em palmo espalhado Sobre a saliência do flanco Do seu relevo tapado.
Apetece como um barco. Tem qualquer coisa de gomo. Meu Deus, quando é que eu embarco? Ó fome, quando é que eu como?
10-9-1930 - Poesias. Fernando Pessoa. (Nota explicativa de João Gaspar Simões e Luiz de Montalvor.) Lisboa: Ática, 1942 (15ª ed. 1995) - 123.
sábado, 21 de setembro de 2013
Bill Evans – Groups & Soloists of Jazz (VI)
Hoje
publico mais um dos meus pianistas de Jazz preferidos, conjuntamente com o
exuberante canadiano Oscar Peterson, Bill Evans impressiona-me imenso, pela sua
capacidade de criar harmonias extremamente sofisticadas. Por causa dele chego
muitas vezes a pensar, o motivo porque abomino e odeio a droga. Ele não teve
essa sorte !
(Dados
Biográficos In Wikipédia e/ou In AllMusic.Com - Todos os excertos das
biografias foram adaptados e algumas vezes traduzidos por Ricardo Santos)
William
"Bill" John Evans (Plainfield, EUA, 16-08-1929 — New York, EUA,
15-09-1980) – Foi
um pianista norte-americano, considerado um dos mais importantes músicos de
jazz da história, sendo até hoje uma das referências do piano de jazz pós anos 50.
O seu uso da harmonia impressionista, as suas
interpretações inventivas do repertório tradicional de jazz e as suas linhas
melódias sincopadas e polirrítmicas influenciaram toda uma geração de
pianistas, incluindo Herbie Hancock, Denny Zeitlin, Chick Corea e Keith
Jarrett. O seu trabalho continua a influenciar jovens pianistas como Fred
Hersch, Esbjörn Svensson, Bill Charlap e Lyle Mays, e músicos que tocam outros instrumentos,
como o guitarrista John McLaughlin.
A sua mãe era pianista amadora e interessada em
compositores clássicos modernos, o que originou a sua formação clássica ao
piano a partir dos 6 anos de idade. Aprendeu flauta aos 13 anos e também tocava
violino.
Nos anos 40, tocou “boogie woogie” em vários clubes de
New York. Recebeu uma bolsa na “Southeastern Louisiana University” e formou-se
em piano e ensino de música, em 1950. Mais tarde, estudou composição na “Mannes
College of Music”. Depois de algum tempo no exército, tocou em vários clubes de
dança, com clarinetistas e guitarristas de jazz.
Trabalhando em Nova Iorque nos anos 50, Evans ganhou
fama como “sideman” (músico convidado a tocar) em bandas tradicionais e as
chamadas “Third Stream”.
Durante esta época, ele teve a oportunidade de gravar
em vários contextos com alguns dos maiores nomes do jazz, entre eles George
Russell (piano), Charles Mingus (contrabaixo), Oliver Nelson (saxofone) e Art
Farmer (trompete).
Em 1956 lançou o seu álbum de estreia, “New Jazz
Conceptions”, para a editora “Riverside Records”, já incluindo aquela que se
tornaria a sua mais conhecida composição, "Waltz for Debbie".
Em 1958, Evans era o único músico branco no célebre
sexteto de Miles Davis. Apesar da pouca duração (8 meses) foi uma das
colaborações mais frutíferas da história do jazz. Fruto dessa colaboração é o
álbum “Kind of Blue”, lançado em 1959, do qual participaram também Cannonball
Adderley (saxofone alto), John Coltrane (saxofone tenor), Paul Chambers (contrabaixo)
e Jimmy Cobb (bateria). “A Kind of Blue” é o álbum mais vendido da história do Jazz.
Evans deixou o sexteto por queria trabalhar em projectos próprios, mas também pelos
problemas com a droga e os conflitos com outros membros da banda.
No começo dos anos 60 Evans liderou um trio com o
baixista Scott LaFaro e o baterista Paul Motian, um dos mais aclamados trios de
Jazz de todos os tempos. Gravaram “Portrait in Jazz” (1959), “Explorations”, “Sunday
at the Village Vanguard” e “Waltz for Debby”, todos em 1961.
A morte prematura de LaFaro, aos 25 anos de idade, num
acidente automobilístico, lançou Evans e Motian numa profunda crise, com uma
interrupção no trabalho em trio, da qual começaram a sair com a chegada do
contrabaixista Chuck Israels.
Bill tocou também com Jim Hall (guitarra), Freddie
Hubbard (trompete), Stan Getz (saxofone), com orquestras dirigidas por Claus
Ogerman, e com Tony Bennett.
A sua carreira foi encurtada devido aos problemas com
drogas, que minaram severamente a sua saúde. No entanto, Evans conseguiu manter
um alto padrão de qualidade musical em sua discografia.
De acordo com o famoso crítico de Jazz, Joachim E.
Berendt, Bill Evans foi o primeiro pianista moderno "modal". O seu
fraseado elegante e as suas harmonias sofisticadas indicam influências de
Debussy, Ravel e até mesmo Chopin.
Morreu de insuficiência hepática e hemorragia interna
provocadas pelo uso continuado de heroína e cocaína.
Waltz For
Debby, de 1961,
composta por Bill Evans e Gene Lees, com Larry Bunker (bateria) e Chuck Israels
(contrabaixo).
Nardis (a partir
dos 04:10), composição de Miles Davis. Aqui na “At Ilkka Kuusisto's home”,
Lauttasaari, Helsinki, Finlândia, no ano de 1970. Com Eddie Gomez (contrabaixo)
e Marty Morell (bateria).
Up With The
Lark, composição de
Jerome Kern e Leo Robin, de 1946. Aqui tocada na Dinamarca
em 1975. Com Eddie Gomez (contrabaixo) e Eliot Zigmund (bateria).
Alfie (a partir
dos 3:30), composição de Burt Bacharach e
Hal David. Aqui
na “At Ilkka Kuusisto's home”, Lauttasaari, Helsinki, Finlândia, no ano de 1970.
Com Eddie Gomez (contrabaixo) e Marty Morell (bateria).
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Tb gosto de jazz. Vou continuar a ouvir...
ResponderEliminarEle está aqui para isso, para ser ouvido !
EliminarObrigado
E publicas muitíssimo bem! :)
ResponderEliminarBoa noite, Ricardo! :)
O Bill Evans é para mim imposs+ivel não ouvir diariamente, mesmo que repetidamente. A boa música, boa leitura, bom cinema, são para ver as vezes que nos approver. Nesta vida que levamos há que usufruir dos prazeres da vida. Os três que citei fazem parte de mim.
EliminarObrigado Malena.
Totalmente fã!!
ResponderEliminarBoa semana!
Começa a ser bom encontrar na Blogosfera pessoas com os mesmos gostos musicais. Obrigado
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