Dá a surpresa de ser
Dá a surpresa de ser É alta, de um louro escuro. Faz bem só pensar em ver Seu corpo meio maduro.
Seus seios altos parecem (Se ela estivesse deitada) Dois montinhos que amanhecem Sem ter que haver madrugada.
E a mão do seu braço branco Assenta em palmo espalhado Sobre a saliência do flanco Do seu relevo tapado.
Apetece como um barco. Tem qualquer coisa de gomo. Meu Deus, quando é que eu embarco? Ó fome, quando é que eu como?
10-9-1930 - Poesias. Fernando Pessoa. (Nota explicativa de João Gaspar Simões e Luiz de Montalvor.) Lisboa: Ática, 1942 (15ª ed. 1995) - 123.
terça-feira, 30 de julho de 2013
Lisboa (III) – Elevador de Santa Justa
Foi a minha visita matinal e digital, de 3 horas, do passado feriado, 1 de Maio de 2009. Os elevadores encontram-se em relativo bom estado. O elevador do Carmo, conhecido definitivamente, como elevador de Santa Justa, exteriormente, deveria ser limpo, retirada a ferrugem e pintado de novo com a sua cor original. A viagem não é barata, são 2,80€ para duas viagens. A descida por onde comecei, do lado da Rua do Carmo estava praticamente vazia à hora que desci, mas a subida do lado da Rua do Ouro (Rua de Santa Justa) estava cheia de turistas para visitar e subir/descer neste elevador centenário da cidade de Lisboa (Olisipo).
Façam-lhe uma visita, mesmo que não subam nele. É uma subida de escassos segundos e sem grande interesse. Poderão visitar, não só do lado da Rua de Santa Justa, mas também, e principalmente, do lado do Largo do Carmo. O passeio é agradável. Subir a Rua do Carmo, depois a Rua Garrett e finalmente a Calçada do Carmo. Eis-nos chegados ao Largo do Carmo, que a mim me parece sempre, quando lá estou, estar de vsita ao século XIX. A entrada para o elevador e para a passagem pedonal sobre a Rua do Carmo, encontra-se junto às ruínas do Convento do Carmo do lado direito quem vem da Calçada do Carmo. A vista daqui de cima, sobre a baixa lisboeta, o rio, o castelo, o Rossio, é extremamente bonita.
Na 1ª. fotografia tirada à placa da Carris (empresa transportadora de Lisboa) no portão entrada para o acesso ao elevador, no Largo do Carmo, diz-se (sic):
“Elevador do Carmo
Único elevador vertical para transporte público de passageiros em Lisboa, foi inaugurado no dia 10 de Julho de 1902, facultando rápidas viagens entre o Largo do Carmo e a Rua do Ouro. Utilizando a electricidade como força motriz desde 1907, funcionou, inicialmente, por meio de máquinas a vapor.”
http://revelarlx.cm-lisboa.pt/gca/?id=448
Engenheiro: Raoul Mesnier de Ponsard (1848-1914)
Em 30 de Abril de 1896, a Câmara Municipal de Lisboa concedeu a autorização de construção e exploração de um elevador em movimento vertical, das Escadinhas de Santa Justa ao Largo do Carmo, ao engenheiro de ascendência francesa, Raul Mesnier de Ponsard. A sua construção iniciou-se em 2 de Julho 1900. Na tarde de 31 de Agosto de 1901, procedeu-se ao assentamento da sua ponte metálica. A inauguração deste elevador ocorreu a 10 de Julho de 1902, às 12h, com o lançamento de doze morteiros. O elevador estava enfeitado com bandeiras, flores e verduras. O elevador é todo construído em ferro. As suas duas torres estão inacabadas; segundo o projecto inicial deveriam rematar em cúpulas e minaretes, os quais nunca foram construídos. Em cada torre existe uma cabina para transporte de 30 passageiros. As cabinas eram ligadas por um cabo de aço e duas correntes. O elevador era movido por duas máquinas a vapor com a força de 12 cavalos. À medida que uma cabina subia, descia a outra. Foi electrificado em 1906. Último dos nove elevadores construídos em Lisboa, o elevador de Santa Justa, ou elevador do Carmo, também designado por Ascensor Ouro-Carmo, tem uma altura de cerca de 32 metros, e liga a Baixa ao Largo do Carmo. De todos os elevadores de Lisboa, este exemplar da arquitectura de ferro, em estilo neogótico, é o mais monumental, com uma arquitectura mais elaborada recriando no ferro as inspirações medievais da arquitectura do Convento do Carmo. Em 1939, passou para a posse da Carris. Muito conhecido pelos turistas, a sua utilização diminuiu com o incêndio do Chiado e fecho de alguns estabelecimentos comerciais na zona. Fechado ao público durante 13 anos, por razões de segurança, foi reaberto em Dezembro de 2005. Em 2002, foi classificado Monumento Nacional.
A música de fundo escolhida para a apresentação destas fotografias é a extraordinária canção “Haja O Que Houver” do grupo português “Madredeus”.
Haja o que houver (letra e música: Pedro Ayres Magalhães), do álbum “O Paraíso”, de 1997. Teresa Salgueiro (voz), Pedro Ayres Magalhães (guitarra clássica), José Peixoto (guitarra clássica), Carlos Maria Trindade (sintetizadores) e Fernando Júdice (guitarra e baixo acústico).
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ResponderEliminarAs fotos estão bonitas e para quem, como eu, nunca visitou este lugar emblemático de Lisboa, o vídeo dá uma excelente perspetiva do que um visitante pode esperar ver.
Só me falta ir lá e viver em direto as mesmas sensações.
Beijinhos com elevação
(^^)
Tenho de voltar à rua para fazer fotografia. A zona do Chiado e a ista para o Rossio (Praça D.Pedro IV) ficaram bem. Correu bem. Sou um mero fotógrafo amador. Sei os conceitos básicos e já um professor de curso me disse que "antes de «bater» a foto, devemos ver o que queremos meter dentro dela e levar o tempoo necessário para conseguir um bom enquadramento. Isso é 50% da fotografia.
ResponderEliminarObrigado pelo teu simpático comentário