Dá a surpresa de ser
Dá a surpresa de ser É alta, de um louro escuro. Faz bem só pensar em ver Seu corpo meio maduro.
Seus seios altos parecem (Se ela estivesse deitada) Dois montinhos que amanhecem Sem ter que haver madrugada.
E a mão do seu braço branco Assenta em palmo espalhado Sobre a saliência do flanco Do seu relevo tapado.
Apetece como um barco. Tem qualquer coisa de gomo. Meu Deus, quando é que eu embarco? Ó fome, quando é que eu como?
10-9-1930 - Poesias. Fernando Pessoa. (Nota explicativa de João Gaspar Simões e Luiz de Montalvor.) Lisboa: Ática, 1942 (15ª ed. 1995) - 123.
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Já me contentava que a maioria das pessoas, como medida de todas as coisas, pensasse na brevidade da sua passagem.
ResponderEliminarSem falar nos que teimam em ajudar à destruição do pontinho azul por puro egoísmo, ganância e ambição desmedida como se fossem viver 100 vidas.
Estou a ver que conseguimos acabar com a nossa própria espécie e com o Planeta Terra, antes mesmo do Sol fazer esse serviço. Portanto, quando o Sol se apagar por falta de combustível ;) já a espécie humana deve ter desaparecido muito tempo antes... força de vontade é coisa que não falta, pena que seja só para o que não convém.
Bjos
Muito bom!!!
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