Dá a surpresa de ser

Dá a surpresa de ser É alta, de um louro escuro. Faz bem só pensar em ver Seu corpo meio maduro.

Seus seios altos parecem (Se ela estivesse deitada) Dois montinhos que amanhecem Sem ter que haver madrugada.

E a mão do seu braço branco Assenta em palmo espalhado Sobre a saliência do flanco Do seu relevo tapado.

Apetece como um barco. Tem qualquer coisa de gomo. Meu Deus, quando é que eu embarco? Ó fome, quando é que eu como?

10-9-1930 - Poesias. Fernando Pessoa. (Nota explicativa de João Gaspar Simões e Luiz de Montalvor.) Lisboa: Ática, 1942 (15ª ed. 1995) - 123.

sábado, 16 de abril de 2011

Tintas e Pincéis (II) – Columbano Bordalo Pinheiro

(Dados Biográficos In Wikipédia e/ou In AllMusic.Com - Todos os excertos das biografias foram adaptados e algumas vezes traduzidos por Ricardo Santos)

Columbano Bordalo Pinheiro (Lisboa, 21-11-1857 — Lisboa, 06-11-1929) - Foi um pintor naturalista e realista português. Columbano era o quarto filho do escultor e também pintor Manuel Maria Bordalo Pinheiro e de sua esposa Augusta Maria de Carvalho Prostes. Entre os seus irmãos encontrava-se o caricaturista Rafael Bordalo Pinheiro. Iniciou a sua formação na Academia de Belas-Artes de Lisboa, onde foi aluno de Simões de Almeida, um afamado escultor do romantismo português.


Anos após completar a sua formação, rumou a Paris, beneficiado por uma bolsa de estudos custeada pelo rei consorte D. Fernando II de Portugal, já viúvo da rainha D. Maria II de Portugal. Ali ele recebeu a influência de pintores como Manet e Edgar Degas, sendo esta notável na sua obra. Em Paris, na "cidade-luz", Columbano representou-se, em 1882, numa grande exposição, no famoso "Salon de Paris". Nesta apresentou ao público, maioritariamente burguês, o quadro “Soirée Chez Lui”, surpreendentemente aclamado pela difícil crítica de artes parisiense. De regresso a Portugal, juntou-se ao "Grupo do Leão", o qual tencionava renovar a estética das composições na arte do país. Deste período ficaram célebres os retratos de “Ramalho Ortigão”, “Teófilo Braga”, “Eça de Queirós” e “Antero de Quental”, por ele pintados. Para além disto, deu nova ênfase aos palácios lisboetas, ao pintar os painéis que se encontram na sala de recepções do Palácio de São Bento, os Painéis dos Passos Perdidos. Tornou-se, em 1901, professor de pintura histórica na Academia de Belas-Artes de Lisboa, onde se formara na sua juventude. Em 1914, Bordalo Pinheiro foi nomeado pelo novo regime republicano, então recentemente instaurado, para o cargo de director do Museu Nacional de Arte Contemporânea (1911), sucedendo a Carlos Reis.

As imagens (quadros) aqui publicados são:


Grupo do Leão retratado por Columbano Bordalo Pinheiro, em 1885, Óleo sobre Tela (200 x 300 cm), Museu do Chiado, Lisboa.


Um Concerto de Amadores (Soirée Chez Lui) (1882), Óleo sobre Tela (220 x 300 cm), Museu do Chiado, Lisboa.


Antero de Quental (1889), Óleo sobre Tela (73 x 53 cm), Museu do Chiado, Lisboa.


Manuel Gustavo Bordalo Pinheiro (sobrinho) (1884), Óleo sobre Tela (? X ? cm), Museu do Chiado, Lisboa.


Teófilo Braga (1917), Óleo sobre Tela (128 x 100 cm), Palácio Nacional de Belém, Lisboa.


Auto-Retrato (nnnn) de data desconhecida, Óleo sobre Tela (92 x 69 cm), Museu do Chiado, Lisboa.







Sem comentários:

Enviar um comentário

Eu fiz um Pacto com a minha língua, o Português, língua de Camões, de Pessoa e de Saramago. Respeito pelo Português (Brasil), mas em desrespeito total pelo Acordo Ortográfico de 90 !!!