Dá a surpresa de ser

Dá a surpresa de ser É alta, de um louro escuro. Faz bem só pensar em ver Seu corpo meio maduro.

Seus seios altos parecem (Se ela estivesse deitada) Dois montinhos que amanhecem Sem ter que haver madrugada.

E a mão do seu braço branco Assenta em palmo espalhado Sobre a saliência do flanco Do seu relevo tapado.

Apetece como um barco. Tem qualquer coisa de gomo. Meu Deus, quando é que eu embarco? Ó fome, quando é que eu como?

10-9-1930 - Poesias. Fernando Pessoa. (Nota explicativa de João Gaspar Simões e Luiz de Montalvor.) Lisboa: Ática, 1942 (15ª ed. 1995) - 123.

quarta-feira, 26 de outubro de 2016

Humor – O Pátio das Cantigas – Vinho / Ò Evaristo tens cá disto ?

Sem querer aqui polemizar as recentes produções de “A Canção de Lisboa” e “O Pátio das Cantigas”, penso que com a riqueza literária do nosso País, talvez fosse bom fazer bom cinema, baseado na nossa literatura humorística que a há, em vez de repetições de filmes que foram magistralmente interpretados por grande actores cómicos da nossa cena teatral e cinematográfica. Sigam, os exemplos, de filmes originais e com guiões bem escritos, como foram os casos da “Gaiola Dourada” e do “Filme da Treta”.


22 comentários:

  1. Nao vi nem nenhum desses filmes ainda.

    Quanto ao humor dos filmes "antigos" creio que me falta a sensibilidade para sentir esse humor... : ((

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    1. Se gostares de ver cinema no portátil ou no PC, eles estão disponíveis no Youtube. Penso que conseguirás descobri-los, bastará pôr o nome da película e "filme completo", e eles vão aparecer !
      Obrigado Catarina

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    2. Vou tentar encontrar no youtube. Não creio que esteja no netflix, mas tb vou procurar aqui. Sempre senti curiosidade quanto à Gaiola Dourada quando apareceu. Depois esqueci-me dele até ler o teu post.

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    3. A Gaiola Dourada não creio que encontres. É recente demais para estar disponível. Mas até pode ser que encontres !
      Obrigado Algarvia Canadiana ! ;)

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  2. Concordo contigo. Vi a Gaiola mas ainda não vi o outro.
    Quanto ás cópias não gostei...
    Bjs

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    1. A Gaiola Dourada não tem nada a ver com as versões "imitadas" do Pátio das Cantigas e da Canção de Lisboa, não gostei destes. A Gaiola adorei!
      Estamos de acordo. Obrigado Papoila

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  3. Vi há pouco tempo a Canção de Lisboa que de modo nenhum suplanta o humor e o talento dos actores dos filmes que nos trouxeste.
    A Gaiola Dourada adorei!
    Ainda hoje me delicio a vê-los e ouvi-los.

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    1. A resposta é essa mesmo que eu tenho. As versões do grande Vasco Santana e António Silva são muito superiores às "imitações" modernas. Para quê fazerem aquilo. Temos bons humoristas, temos humor escrito, não imitem. Gaiola Dourada muito bom !
      Obrigado Manuela

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  4. Tenho grande parte dos filmes portugueses, com António Silva e Vasco Santana, que foram gravados em cassetes, enormes, naqueles antigos aparelhos de vídeo/gravador, do tamanho de um camião TIR. Foram vistos e revistos dezenas de vezes. Hoje, ainda andam por aqui, completamente obsoletas.
    Os meus filho adoravam ver e eu idem. Havia passagens de diálogos, que o meu rapaz sabia de cor. Bons tempos!!

    Um abraço, Ricardo!



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    1. Pois eu tal como o teu filho, também ainda tenho alguns diálogos decorados. É um prazer ainda ver esses filmes !
      Obrigado Janita

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  5. Os clássicos têm sempre outro encanto. :)
    Adorei a Gaiola Dourada. Como seria de esperar... Logo eu, que fui emigrante em França.

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    1. Também gostei imenso da Gaiola Dourada, um filme original !!!
      Obrigado Luísa

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  6. Aqui está a rapariga que canta o fado da Gaiola Dourada, Catarina Wallenstein

    https://www.youtube.com/watch?v=mD_DfnGso2g

    https://www.youtube.com/watch?v=GXg7iTnAGFY


    ela transmite muita emoção! também gostei muito do filme!
    Talvez que eu morra na praia
    Cercada em pérfido banho
    Por toda a espuma da praia
    Como um pastor que desmaia
    No meio do seu rebanho.

    Talvez que eu morra na rua
    E dê por mim de repente
    Em noite fria e sem luar
    E mando as pedras da rua
    Pisadas por toda a gente.

    Talvez que eu morra entre grades
    No meio de uma prisão
    Porque o mundo além das grades
    Venha esquecer as saudades
    Que roem meu coração.

    Talvez que eu morra no leito
    Onde a morte é natural
    As mãos em cruz sobre o peito
    Das mãos de Deus tudo aceito
    Mas que eu morra em Portugal.

    adoro ver esses filmes Ricardo !
    e a Maria Papoila que vai à capital de comboio:

    https://www.youtube.com/watch?v=Aq1N5C08rYA

    também me lembra da corrida das lavadeiras :

    https://www.youtube.com/watch?v=v-jrcvIpZoo



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    1. Muito obrigado por este comentário tão bem documentado. A Catarina Wallenstein canta muitíssimo bem. Os dois excertos de filmes portugueses, conhecia, mas é sempre bom relembrá-los.
      Gostei imenso !!!

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  7. Inesquecíveis, Ricardo, inesquecíveis.
    Aquele abraço

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    1. Muita filmografia do antigamente que será sempre inesquecível !
      Obrigado e Abraço Pedro

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  8. Omeletes sem ovos, é difícil ! :(( ... Como arranjar outro Vasco Santana e outro António Silva ! ... Quando estamos a ver uma "cópia" ( e eu sei que não era bem essa a intenção), estamos sempre a imaginá-los ! :((
    AS "novas versões" (que não são, como disse) têm como objectivo, tirar partido dos títulos dos filmes e pouco mais, embora até sejam, ... assim,assim !
    O cinema português ainda tem que encontrar o seu "novo caminho" !

    Abraço !

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    1. Estou de acordo contigo sobre as novas versões. Não há necessidade de "recopiar" os antigos filmes. Penso que seja um interesse meramente comercial ! :(
      Abraço Rui

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  9. São filmes irrepetíveis Ricardo que marcaram uma época.
    Não consegui ver até ao fim nenhuma das cópias.
    Também gostei da "Gaiola Dourada” e " Os Gatos não Têm Vertigens" por exemplo, o que prova que temos bom cinema português.

    Um beijinho e bom fim de semana

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    1. Eu penso que, e já escrevi isto algures, temos tão bons escritores do género humorista que não há necessidade de voltar a "bater" nos mesmos temas.
      Obrigado Ângela

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  10. Adoro estes clássicos e, como a maioria, sei imensas falas de cor dos filmes mais conhecidos e populares.
    Também vi a Gaiola Dourada e gostei muito.

    Quanto às versões de que falas, vi «O pátio das cantigas" e até não desgostei. Não acho que quisessem fazer nenhuma imitação, apenas uma versão de um clássico. Muito me espanta que tu, que fazes deste teu blogue um veículo de cultura onde nos mostras imensos clássicos musicais que são gravados e regravados por imensos artistas, sejas contra haver remakes de filmes que são a jóia do nosso cinema.

    Beijinhos cinéfilos
    (^^)

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    1. Respeito a tua opinião, como outra qualquer diferente da minha. No entanto, continua a pensar que é oportunismo do realizador, que é aquele que concebe o filme e aqui a história base já existe (trabalho facilitado !) e, para mim pouco reconhecido. Soube o aspecto interpretativo embora a capacidade e a genialidade de uns actores como o Vasco Santana e o António Silva, seja enorme, gostei de ver algumas das interpretações dos "remakes". Para mim a 7ª.Arte há muito que deixou de ser a arte da imagem, actualmente um filme tem de ter o cunho de quem o realiza, mesmo que seja histórico, tem de ter algo diferente, veja-se por exemplo a última versão de Robin Hood, com o Russel Crowe, muito diferente na abordagem do tema, relativamente a duas versões anteriores, por exemplo com a com Errol Flynn e a com Kevin Costner.
      Mas como disse respeito a tua opinião, mas não me parece que seja a mesma coisa que cantar uma música de outro intérprete. Isto dava para estar aqui a opinar com diferentes pontos de vista.

      Obrigado Afrodite

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Eu fiz um Pacto com a minha língua, o Português, língua de Camões, de Pessoa e de Saramago. Respeito pelo Português (Brasil), mas em desrespeito total pelo Acordo Ortográfico de 90 !!!