Dá a surpresa de ser
Dá a surpresa de ser É alta, de um louro escuro. Faz bem só pensar em ver Seu corpo meio maduro.
Seus seios altos parecem (Se ela estivesse deitada) Dois montinhos que amanhecem Sem ter que haver madrugada.
E a mão do seu braço branco Assenta em palmo espalhado Sobre a saliência do flanco Do seu relevo tapado.
Apetece como um barco. Tem qualquer coisa de gomo. Meu Deus, quando é que eu embarco? Ó fome, quando é que eu como?
10-9-1930 - Poesias. Fernando Pessoa. (Nota explicativa de João Gaspar Simões e Luiz de Montalvor.) Lisboa: Ática, 1942 (15ª ed. 1995) - 123.
domingo, 22 de maio de 2016
Jazz Standards (CLIII)
(Dados Biográficos In Wikipédia e In AllMusic.Com - Todos os excertos das biografias foram adaptados e algumas vezes traduzidos por Ricardo Santos)
(Sobre o tema em questão, algumas palavras retiradas de “in
http://www.jazzstandards.com/compositions/index.htm” - adaptação e tradução por Ricardo Santos)
Between The Devil And The Deep Blue Sea (#157) - Música de Harold Arlen e Letra de Ted Koehler
Vocalista Aida Ward introduziu esta música de Ted Koehler-Harold Arlen no musical do “Cotton Club”, “Rhyth-Mania”, que estreou em Março de 1931. Destaque na produção foi a orquestra de Cab Calloway, que chegou às tabelas de venda com a música daquele ano:
Cab Calloway e Orquestra (1931, Vocal, Nº. 15)
Louis Armstrong e Orquestra (1932, Vocal, Nº. 12)
Boswell Sisters (1932, Vocal, Nº. 13)
“Rhyth-Mania” foi a primeira colaboração entre Koehler e Arlen para os musicais do “Cotton Club”, e eles iriam fazer mais três juntos. Embora a dupla tenha colaborado com um total de nove músicas para o espectáculo, apenas três fizeram grande sucesso, "Between The Devil And The Deep Blue Sea", Calloway e a sua orquestra gravaram "Kickin 'The Gong Around", um follow-up para o seu sucesso "Minnie the Moocher", e "Trickeration." Gravação de Calloway "Kickin' The Gong Around" esteva nas tavelas de venda em 1931, assim como aconteceu com Louis Armstrong. Outra música do espectáculo, "I Love The Parade", chegou às tabelas em 1932, realizada pelo “Ohman - Victor Arden-Phil Orchestra” e Calloway realizou uma versão curta dela, na curta-metragem de 1934 chamada “Cab Calloway Hi-de-Ho”.
Ao contrário de alguns “standard” que fizeram sucesso no primeiro ano de lançamento para apenas ressurgirem anos mais tarde, a composição "Between The Devil And The Deep Blue Sea" continuou a ser executada e gravada numa base regular ao longo dos anos.
A frase "Between The Devil And The Deep Blue Sea" é o mesmo que "entre uma rocha e um lugar difícil", que significa ser apanhado numa situação difícil ou num estado de espírito. As letras de Koehler ecoam esse sentimento muito bem: "Eu não te quero, mas eu odiaria perder-te". "Eu perdoo-te, porque eu não consigo esquecer-te".
…
Ella Fitzgerald (Newport News, EUA, 25-04-1917 — Beverly Hills, EUA, 15-06-1996) – Com Don Fagerquist (trompete), Milton Bernhart (trombone), Benny Carter (saxofone alto), Chuck Gentry (saxofone tenor), Henry Beau, Justin Gordon, Jules Jacob (vários instrumentos), Emil Richards (vibrafone), Lou Levy (piano), Herb Ellis (guitarra), Wilfred Middlebrooks, Joe Mondragon (contrabaixos), Alvin Stoller (bateria), Billy May (maestro). Gravado no “Radio Recorders”, Hollywood, em 16 de Janeiro de 1961, para a Verve Records.
George Harrison (Liverpool, Inglaterra, 24-02-1943 - Los Angeles, EUA, 29-11-2001) – Do seu álbum póstumo “Brainwashed” de 2002.
Peggy Lee (Jamestown, North Dakota, EUA, 26-05-1920 – Bel Air, California, EUA, 21-01-2002)
Jane Monheit (Oakdale, Long Island, EUA, 03-11-1977 - 20xx) – No “Jazz Open Stuttgart”, em 2003.
Letra
I don't want you
But I hate to lose you
You've got me in between
The devil and the deep blue sea
I forgive you
'Cause I can't forget you
You've got me in between
The devil and the deep blue sea
I ought to cross you off my list
But when you come knocking at my door
Fate seems to give my heart a twist
And I come running back for more
I should hate you
But I guess I love you
You've got me in between
The devil and the deep blue sea
I ought to cross you off my list
But when you come knocking at my door
Fate seems to give my heart a twist
And I come running back for more
I should hate you
But I guess I love you
You've got me in between
The devil and the deep blue sea
Lamento, algumas eventuais falhas nas letras, encontradas na Internet, devido à própria improvisação dada pelos seus intérpretes, e muitas vezes de difícil entendimento. (Ricardo Santos).
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I like jazz!!
ResponderEliminarBom domingo, Ricardo.
Catarina por aqui ?! Já há muito tempo que não vinhas cá :)
EliminarA minha resposta à tua exclamação é: So do I !
Obrigado
ResponderEliminarDesta vez comecei pelo fim... isto porque adoro ouvir a voz sensual da não menos sensual Jane Monheit, mas agora que já dei a ronda completa confesso que tive uma agradável surpresa quando ouvi o George Harrison! Não imaginava ouvi-la a cantar um tema destes... mas não é que até resulta bem na voz dele!?
Bem, mas na hora de atribuir a pontuação mais alta... tive de me render à classe da grande Diva Ella!
Beijinhos musicais
(^^)
Errata:
EliminarOnde se lê "ouvi-la" deve ler-se, obviamente, "ouvi-lo".
Da Jane é ouvi-la e vê-la se for possível a ouvir cantar as suas versões. Também gosto imenso de a ouvir.
EliminarO George e a sua versão, não sendo um cantor do estilo, até que não foi nada mal !
A Ella é incontestável !
Obrigado Afrodite
A versão da Diva do Jazz, Ella, tem mesmo o verdadeiro sabor a que estamos habituados, a jovem Jane Monheit com a sua voz doce deu outra versão bem bonita, mas de quem eu gostei a valer foi de George Harrison. Foi uma surpresa muito agradável. Gostei imenso.
ResponderEliminarAinda voltei a rir a bandeiras despregadas com a TV Rural do Herman.
Quando veio a onda e molhou a horta toda, fartei-me de rir com a exclamação dele...:))
Obrigada e boa semana, Ricardo!
São versões diferentemente cantadas, obviamente. Ella não sofre contestação, mas gosto muito da Jane Monheit.
EliminarObrigado Janita
Acho que vou repetir o que já foi dito aqui...surpreendeu-me a versão do George Harrison, embora Ella seja sempre ela que adoro.
ResponderEliminarParabéns pela modo minucioso e super completo das tuas explicações.
Boa semana Ricardo
A minuciosidade é importante. Acho que não chega escolher as músicas, há que dar alguma informação adicional daquilo que se encontra em sites legítimos onde existe informação sobre os "Standards" norte-americanos.
EliminarObrigado Manuela
Ella, sempre Ella.
ResponderEliminarAquele abraço, boa semana
:) Abraço Pedro
EliminarCuriosamente, perante tão bons conhecedores de música, como os presentes comentadores, eu estou "do contra" ! rsrsrs
ResponderEliminarTalvez a Jane Monheit, seja a menos conhecida dos 4 intérpretes (pelo menos para mim, é ! (??)
É, pelo menos, a mais nova e mais recente !
Adorei o modo "batido" e "marcado" (até sensual), como ela cantou aquele bocadinho, "quase refrão"
"You've got me in between
The devil and the deep blue sea"
Inversamente, não gostei do George Harrison (!) ... e menos mal a Peggy Lee.
A Ella, é a Ella, claro e ao ouvi-la estamos influenciados pelo nome deste "monstro sagrado" ! Um handicap (para os outros), do qual me tentei afastar !
De qualquer modo, excelente tema e interpretações, Ricardo e faço também minhas as palavras da Manu, sobre o modo minucioso e completo como apresentas e explicas o post.
Grande Abraço para estes 6 Grandes Amigos que comentam !
:))
A Jane Monheit é normalmente muito sensual quando canta, o que marca muito o seu estilo. A Peggy Lee é a que gosto menos, pelo menos nesta interpretação.
EliminarComo disse a minuciosidade sempre foi algo que quis acrescentar nestes publicações sobre música de jazz e outra. É importante saber um pouco da história de alguns intérpretes e de algumas músicas.
Obrigado Rui
Vou ter que aqui voltar para ouvir com calma toda a seleção. Agora estou sintonizada nos "prós e contras" que estão quase a começar e sobre um tema que me interessa, a exploração de petróleo por cá... :(
ResponderEliminarVolta sempre que quiseres, és muito bem aparecida !!!
EliminarObrigado Luísa
Voltei hoje. :)
EliminarGostei de todas as versões e achei curioso ouvir o George Harrison neste registo.
Eu sou um pouco suspeito porque dos Betales, sempre foi o meu compositor preferido. As outras versões são boas, talvez a mais fraca a da Peggy Lee.
EliminarObrigado Luísa