Dá a surpresa de ser
Dá a surpresa de ser É alta, de um louro escuro. Faz bem só pensar em ver Seu corpo meio maduro.
Seus seios altos parecem (Se ela estivesse deitada) Dois montinhos que amanhecem Sem ter que haver madrugada.
E a mão do seu braço branco Assenta em palmo espalhado Sobre a saliência do flanco Do seu relevo tapado.
Apetece como um barco. Tem qualquer coisa de gomo. Meu Deus, quando é que eu embarco? Ó fome, quando é que eu como?
10-9-1930 - Poesias. Fernando Pessoa. (Nota explicativa de João Gaspar Simões e Luiz de Montalvor.) Lisboa: Ática, 1942 (15ª ed. 1995) - 123.
domingo, 28 de setembro de 2014
Histórias de Ontem (VI) – Pontapé no Balde
Nem sempre as coisas correm bem, e às vezes damos connosco
a passar por situações ridículas e de grande comicidade.
A situação passa-se em trabalho. Uma mudança de um
departamento do Cliente do edifício da Avenida José Malhoa, para um andar na
Avenida Columbano Bordalo Pinheiro. Terá ocorrido, se a memória não me falha e
o meu Excel não me atraiçoa por Janeiro de 1995 dias 20, 21 e 22, possivelmente
dia 22.
A mudança estava no final. As máquinas estavam no seus
locais de destino e faltava somente verificar uma a uma, primeiro o “hardware”,
depois todo o “software”, redireccioná-las para as impressoras de rede mais
próximas, e ir dormir. A mudança durava desde o dia anterior. Embora não fossem
muitos equipamentos, no entanto, e como de costume, as coisas tinham-se
atrasado em termos de mobiliário, e obviamente, os computadores não podiam
ficar no chão.
As senhoras da limpeza que coincidiam muitas vezes com a
nossa intervenção de colocar as máquinas e de as verificar, estavam numa
azáfama de limpeza. Armários, secretárias, aspirar a alcatifa, etc. O cheiro do
produto de limpeza que utilizavam nos armários para retirar sujidade,
entrava-nos pelo nariz dentro.
Eu andava de um lado para o outro a ajudar os meus colegas
menos experientes e a garantir que no dia seguinte, dia em que eu estaria de
manhã muito cedo, a entregar a nossa parte do trabalho aos responsáveis do
Cliente, iria correr bem.
A alcatifa era cinzenta escuro com o logotipo do Cliente a
vermelho, e a porcaria, para não dizer, a merda do balde, era cinzento também, e
muito idêntico à cor da alcatifa.
Ao dobrar, aceleradamente, a esquina num armário, para ir
ajudar um colega meu do outro lado da sala, não vi o balde !!! L L...
Um pontapé que fez saltar o mesmo que estava cheio de água
e que se entornou, na totalidade, em cima da alcatifa
- Merda !!! L - disse eu.
- O senhor não viu o que fez ?! – disse a senhora da
limpeza, “dona” do balde.
- Deixe estar que eu apanho tudo !!! – disse eu, numa
tentativa de querer remediar algo impossível de fazer.
Gargalhada geral de quem estava ao pé.
- Ainda por cima está a gozar comigo !... Apanha o quê
?!!! A água ?!!! – A senhora da limpeza irritadíssima comigo.
Quem não estava ao pé, veio ver o que se passava e ajudou
na risada.
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Boa tarde, na vida acontece o inesperado, diz um ditado antigo, " os gatos que tem pressa de nascer, nascem cegos" é que a pressa quase sempre é inimiga, bem...penso eu, que tudo se resolveu e tudo ficou bem,
ResponderEliminarAG
http://momentosagomes-ag.blogspot.pt/
Tudo se resolveu obviamente. Hoje rio-me da situação cómica, mas na altura fiquei chateado !
EliminarObrigado António
Se foi só água... menos mal. Acontece, até aos melhores.
ResponderEliminar:)
Felizmente, foi só água, sim !
EliminarObrigado Rui
'Presença de espírito' é necessário em casos assim.Ela teve.
ResponderEliminarDeu a resposta correta ,só poderia ter sido dito de modo jocoso,imprimindo humor.
O que não pode faltar nesses ambientes rs
um abraço Ricardo
Foi muito cómico sim Lis, e tens muita razão é preciso manter a presença de espírito !
EliminarObrigado pela visita