Estamos sensivelmente a meio da minha abordagem a este grande grupo e às suas excelentes composições.
Vamos hoje começar a escuta, e nas semanas que nos faltam, de algo que vai talvez decidir o irem ficar admiradores (fãs) ou não, do Pat Metheny e do seu grupo. Veremos quem são os resistentes !! J
Alguns dos temas que exibirei até ao fim desta rúbrica, serão mais complicados de ouvir, mas também os mais interessantes. Aqueles que desde que iniciei este blogue e o anterior tenho vindo a dizer e mostrar. Temos de aprender a ouvir o diferente. Fugir à rotina, lembram-se ?
(In Wikipédia ou http://www.patmetheny.com - Os excertos das biografias foram adaptados e traduzidos, o resto dos textos são da minha autoria – Ricardo Santos)
O “jazz fusão”, “jazz rock” ou simplesmente “fusão” é um género musical que se desenvolveu nos finais de 1960, de uma mistura de elementos de jazz, tal como o seu foco na improvisação com os ritmos e tons de “funk” e “R&B”, instrumentos eléctricos altamente amplificados e efeitos electrónicos de “rock”. Enquanto o termo “jazz rock” é muitas vezes utilizado como um sinónimo de “jazz fusão”, ele também se refere à música executada nos finais de 1960 e na época de 1970 das bandas rock, quando eles adicionaram elementos de jazz à sua música, como uma forma livre de improvisação.
Depois de uma década de desenvolvimento durante os anos 70, a “fusão” expandiu-se nas capacidades de improvisação e nas tentativas experimentais durante os anos 80 e 90.
Álbuns de “fusão”, mesmo aqueles que são feitos pelo mesmo grupo ou artista, podem incluir uma variedade de estilos. Diferentemente de serem um estilo musical codificado, a “fusão” pode ser vista como uma música tradicional ou aproximação a ela.
Alguma música de “rock progressivo” é também etiquetada por “fusão”. A música de fusão é tipicamente instrumental, muitas vezes com complexas assinaturas temporais, métricas e padrões rítmicos, e também extensas faixas, com improvisações longas. Muitos proeminentes músicos de fusão são reconhecidos, como tendo um alto nível de virtuosismo, combinado com composições complexas e música improvisada complexas ou de um amalgamado de métricas.
A música de PMG, algumas vezes de “jazz fusão” ou “fusão”, que irá passar por aqui contem na maioria das vezes um tema que a inicia e que, de seguida, dá origem aos espaços improvisados de melodias complexas, com Pat Metheny (guitarra e guitarra sintetizada) e os outros músicos. Para terminar, ela retorna ao tema principal para os momentos finais da composição.
As interpretações textuais de algumas músicas são minhas. Como um livro, a música também pode tentar ter uma interpretação, baseada no seu título, porque não ?
SECRET STORY
“Secret Story” de composição total de Pat Metheny com excepção de uma música. Na actuação inclui a “Pinpeat Orchestra” do “Royal Ballet”, a London “Symphony Orchestra” dirigida por Jeremy Lubbock e o “Choir of the Cambodian Royal Palace”.
Foi gravado no Outono/Inverno de 1992 em New York (Power Station). Músicas escolhidas, a faixa nº. 4 “Finding And Believing” de 10’ 00” e a faixa nº. 11 “Antonia” de 6’ 11”.
Formação (no álbum original as formações foram variáveis consoante as músicas, na primeira música foram:
Pat Metheny (guitarras eléctrica e acústica, e guitarra sintetizada);
Steve Ferrone (bateria);
Steve Rodby (baixos acústico e eléctrico);
Willy Lee (baixo eléctrico);
David Blamires (voz, e vários instrumentos);
Mark Ledford (voz);
Gil Goldstein (acordeão);
Armando Marçal (percussão); e
Nana Vasconcelos (percussão)
… na segunda foram:
Pat Metheny (synclavier acordeão e guitarras, teclas e piano);
Paul Wertico (bateria);
Steve Rodby (baixos acústico);
Nana Vasconcelos (percussão);
Toots Thielemans (harmónica); e
Dan Gottlieb (timbales).
Produção de Pat Metheny, para a David Geffen Company, em 1992.
A versão de “Find And Believing”, é uma das existentes no Youtube. Esta foi gravada, do espectáculo nos EUA, Brunswick, New Jersey, em 24 de Novembro de 1992. A formação do grupo é: Pat Metheny (guitarras), Torsten DeWinkel (guitarra), Jim Beard & Gil Goldstein (teclas), Steve Rodby (contrabaixo), Paul Wertico (bateria), Armando Marcal (percussão), David Blamires e Mark Ledford (vozes e outros instrumentos).
Finding And Believing
A importância que podem ter duas vozes na sonoridade faz com que este tema seja, perfeitamente, fora do vulgar. O som por elas emitido parece ser o das carpideiras que choram e que gritam por alguém que morreu (procurando e acreditando na pessoa que ali está a ser venerada e que já não se encontra entre os vivos). Se a conseguirem ouvir, na totalidade, garanto-vos, vão querer ouvi-la mais vezes. É uma composição assombrosa, pela força que dela imana.
00:01 – Introdução e tema com vozes de David Blamires e Mark Ledford (01:04), e todo grupo a acompanhar;
03:44 – O tema dá origem (contrabaixo Steve Rodby) a uma mudança radical de som, com uma orquestra de rectaguarda;
06:39 – Novamente uma mudança de som com começo por piano (Jim Beard) ao qual se junta todo o grupo e novamente as vozes Blamires e Ledford;
08:05 – Solo de guitarra de Pat Metheny;
10:28 – As vozes juntam-se para o final.
A versão de “Antonia” é uma das versões existentes no Youtube que foi gravado do DVD do espectáculo no Japão, em 1995, e com uma formação diferente do álbum original, desta composição, onde constam: Pat Metheny (guitarra e guitarra sintetizada), Lyle Mays (piano e teclas), Steve Rodby (baixos acústico e eléctrico), Paul Wertico (bateria), David Blamires (voz, e vários instrumentos), Mark Ledford (voz, e vários instrumentos) e Armando Marçal (percussão).
Antonia
Antonia poderá ser a descrição musical de uma mulher. É evidente demais (será ?), mas imaginem-na, como poderiam imaginar a vossa mãe, mulher ou namorada. Cada nota é a descrição do seu corpo e/ou da sua maneira e ser, da sua vida.
00:01 – Introdução guitarra Pat Metheny;
00:25 – O acordeão de David Blamires acompanhado pela guitarra com Pat Metheny;
01:07 – E surge o tema (acordeão);
01:42 – O tema continua (acordeão) juntando-se os outros elementos do grupo e o assobio de Mark Ledford;
03:14 – Solo de guitarra de Pat Metheny, com todo o grupo;
05:34 - E ressurge o tema (acordeão) até ao final da música;
São peças longas que imagino interessantes de se ouvir ao vivo, em concerto. Acho que aqui, nos vídeos, fiquei a preferir a Antonia. :)
ResponderEliminarÓbvio que Antonia também é de longe uma das minhas preferidas. Ao vivo alguma que vi são empolgantes e posso dizer-te que o profissionalismoa destes músicos, todos eles, é de primeiríssima água. Eu assisti a três espectáculos do PMG, dois no Coliseu e um na Aula Magna, e digo-te não há tempos de paragem, tudo organizado e cuidado até ao mais ínfimo pormenor. A música flui sem quebras de ritmo. Inclusive, os "encores" estão já escolhidos, não é o público que grita e escolhe que quer ouvir isto ou aquilo. Nada é deixado ao acaso, só assim se prova e se fores ao sítio do Pat Metheny, vês os númeor de espectáculos que faz por ano. Tudo é levaado a sério, só assim, com trabalho se consegue chegar onde ele e os músicos do grupo chegaram. "N" prémios ao longo dos anos de criação e execução musical.
EliminarEu sei que me podem chamar um pouco "fanático" por este grupo, mas a música que tenho trazido aqui e que outras pessoas também têm colocado nos seus blogues, indica que afinal queremos ouvir outra música ! :)... a que é diferente da rotina.
É um prazer ver-te por aqui a comentar Luísa, muito obrigado !!!
Não é difícil de facto preferir o tema Antónia, pela sua sonoridade mais melódica.
ResponderEliminarNo meu caso, há um motivo forte... é porque adoro acordeão (é um "velho amigo meu"!) e há também uma curiosidade neste tema: há algo nas suas nuances melódicas que me faz lembrar as músicas da telenovela «Tieta do Agreste». Estarei a delirar?
Diz-me o que achas!
Beijinhos num encore, pois estou a bisar a "Antónia" :)
(^^)
O acordeão é um instrumento maravilhoso de ouvir. Instrumento difícil aorendizagem e de execução muito exigente e precisa. Tal como o piano contem "n" escalas para para poder reproduzir a música com diferentes tonalidades.
EliminarAqui nesta composição o próprio músico que a toca explica como foi:
David Blamires um dos intérpretes de acordeão para esta composição chamada Antonia
Como disse à Luísa isto são profissionais que além de levarem as coisas a sério sacrificam-se por fazer um trabalho perfeito.
Existe alguma coisa de sertão e de ligações com o Brasil e com as músicas nordestinas à conta do acordeão.
Obrigado pela deixa Afrodite.
Corrigindo...
ResponderEliminarDavid Blamires um dos intérpretes de acordeão para esta composição chamada Antonia ,Aqui
"Para quem quiser ouvir"? E quem não quer ouvir Pat Metheny, Ricardo?
ResponderEliminarEu tenho ido ouvindo...Hoje, posso dizer que, tal como a Luísa, gostei preferencialmente do segundo tema.
Obrigada, pela bela música que sempre nos trazes!
Um abraço.
Não tens de me agradecer Janita, ouve sempre que possas ! :)
EliminarObrigado
(?) ... Admiro em ti, o prazer com que se nota que escreves e com que procuras que fiquemos mais conhecedores da música !
ResponderEliminarSinto é que as tuas explicações vão muito alem das minhas capacidades musicais. Ainda me sinto muito "básico" nestas coisas, mesmo tentando aprender mais, de cada vez mais um bocadinho !
Como dizes, isto vai sendo cada vez mais complexo e menos vulgar ! :)
No 1º vídeo, de facto mais "complexo", menos vulgar, procurei dar atenção àquelas duas vozes, que como alertas, são de um efeito muito curioso, tal como chamas a atenção ! :)) Procurei seguir essa "imagem" ! :)))
No 2º vídeo, já não tão complexo, gostei especialmente dos solos de guitarra do Pat Matheny !
Abraço ! :)
Rui, tu és o símbolo de uma pessoa que eu admiro pela tua perseverança e pela tua Amizade. É exactamente esse exercício que eu gostaria que as pessoas fizessem. E explico: ... também aqui há algunas anos, mais de 30 anos, quando comecei a ouvir jazz houve alguém que me de disse como é que eu deveria ouvir e muitas vezes insistir para poder ouvir de novo, como muito mais facilidade e gosto ! É isso que eu teno fazer aqui, e principalmente, porque e isto não tem nada a ver com o Jazz, porque precisamos de fugir das nossas rotinas para nos sentirmos vivos e conhecedores de coisas novas que nos façam sorrir e mostrar que a nossa passagem pela Terra, foi positiva.
EliminarUm Grande Abraço
Olá Ricardo
ResponderEliminarO que escreveste e o que li nas respostas aos teus faz com que admire ainda mais o teu gosto pelo jazz. Sabes que em tempos, não ligava nada, mas insistiram para ouvir e ouvir e o jazz entranhou-se.
Hoje ao ler e ouvir os temas e explicações que aqui deixas esse gosto acentua-se ainda mais.
Adorei o segundo tema embora o primeiro o tenha ouvido mais que uma vez para sentir melhor cada acorde.
Grata pela partilha.
É mesmo isso, entranha-se embora possa demorar alguma tempo. Depois, não passas sem ele ! Ainda bem que gostaste Manuela !
EliminarObrigado
Boa tarde, não sou conhecedor do jazz, mas fico sempre a conhecer mais alguma coisa através das suas belas partilhas.
ResponderEliminarBom fim de semana,
AG
António a beleza de todos, como seres humanos, é a partilha das coisas boas e agradáveis da vida !
EliminarObrigado