Dá a surpresa de ser

Dá a surpresa de ser É alta, de um louro escuro. Faz bem só pensar em ver Seu corpo meio maduro.

Seus seios altos parecem (Se ela estivesse deitada) Dois montinhos que amanhecem Sem ter que haver madrugada.

E a mão do seu braço branco Assenta em palmo espalhado Sobre a saliência do flanco Do seu relevo tapado.

Apetece como um barco. Tem qualquer coisa de gomo. Meu Deus, quando é que eu embarco? Ó fome, quando é que eu como?

10-9-1930 - Poesias. Fernando Pessoa. (Nota explicativa de João Gaspar Simões e Luiz de Montalvor.) Lisboa: Ática, 1942 (15ª ed. 1995) - 123.

quinta-feira, 24 de abril de 2014

40 anos

Como povo que sou e do qual faço parte, fico a pensar, será que tudo o que ele disse, ainda o continuamos a ter ?! Quem é que deu cabo disto ?!


Viva o 25 de Abril !!!

11 comentários:

  1. "Quem é que deu cabo disto?!"

    Uma boa pergunta! Uma resposta difícil!

    Abração 25 de Abril 1974 com cravo vermelho ao peito, enfrentando com coragem os próximos 40 anos.

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    1. Amanhã vou comentar o teu post sobre o 25 de Abril. Pareceu-me interessante e ainda não o li, como deve de ser.
      Enfrentar os próximos 40 anos para mim é que vai ficar difícil. Sempre me posso candidatar a outro Manoel de Oliveira :))
      Obrigado Teresa

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  2. EM CADA ESQUINA UM AMIGO

    São amigos demais para o meu gosto. Eu prefiro poucos, mas verdadeiros!

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    1. "E EM CADA ROSTO IGUALDADE; EMATEJOCA" Não esqueças!
      Neste contexto não se fala de amigos pessoais, mas da solidariedade entre todos os portugueses.

      Amanhã irei ler-te, até lá vamos dormir!:))

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    2. Eu sei, querida Janita, o que ele queria dizer!

      Quando conheci o Zeca Afonso, em Düsseldorf, foi para mim um GRANDE DIA, embora ele tivesse um ar cansado e doente.

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  3. Tudo o que mais queria era ter de volta a esperança de sermos uma Nação Livre, Independente, onde a liberdade de expressão e a Igualdade fosse uma realidade.
    O que deu cabo disto, Ricardo? Lembra-te dos sucessivos governos provisórios e da polémica gerada à volta da descolonização ultramarina, feita à pressa.
    O PREC infindável e quando finalmente o povo foi às urnas, tinha mais dúvidas que certezas. Os sucessivos governos e a sede de poder acabaram por nos conduzir para o precipício onde nos encontramos à beira de cair nas garras de credores impiedosos. Quem fica espoliado dos seus direitos de trabalho e justiça social? Não são eles, os que sempre levaram a melhor, é o povo que somos todos os que trabalhámos uma vida inteira e vemos, no final das nossas vidas, sermos reduzidos a simples marionetes.

    Quem deu cabo disto, não foi um nem dois, foram muitos, na guerra partidária pela disputa do poder

    Aguardemos, mas não de braços caídos!

    Viva o verdadeiro espírito que Liberdade que motivou os Capitães de Abril de 74. E, sobretudo, que saibamos manter vivo o orgulho de sermos portugueses.
    Viva Portugal, a Pátria que amo!

    Abraço fraterno.

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    1. Apoio o teu último parágrafo totalmente !
      Obrigado Janita

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  4. 25 de abril, sempre! E Zeca Afonso também... :)

    Bom feriado!

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  5. Não se compare o que veio depois, com todos os defeitos, com o 24 de Abril, Ricardo.
    Para muitos de nós, uma realidade que só conhecemos por nos ser descrita.
    Aquele abraço e votos de um bfds!

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    1. Eu ainda vivi alguns bons anos no 24 de Abril, por isso estou de acordo com o que dizes, mas... há muita coisa que precisa mudar porque nunca o foi, ou foi tentada e nunca efectivada. Somos demasidamente bombardeados pelos "media" com mentiras e nem nos apercebemos disso !
      Obrigado Pedro

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Eu fiz um Pacto com a minha língua, o Português, língua de Camões, de Pessoa e de Saramago. Respeito pelo Português (Brasil), mas em desrespeito total pelo Acordo Ortográfico de 90 !!!