Dá a surpresa de ser

Dá a surpresa de ser É alta, de um louro escuro. Faz bem só pensar em ver Seu corpo meio maduro.

Seus seios altos parecem (Se ela estivesse deitada) Dois montinhos que amanhecem Sem ter que haver madrugada.

E a mão do seu braço branco Assenta em palmo espalhado Sobre a saliência do flanco Do seu relevo tapado.

Apetece como um barco. Tem qualquer coisa de gomo. Meu Deus, quando é que eu embarco? Ó fome, quando é que eu como?

10-9-1930 - Poesias. Fernando Pessoa. (Nota explicativa de João Gaspar Simões e Luiz de Montalvor.) Lisboa: Ática, 1942 (15ª ed. 1995) - 123.

domingo, 2 de junho de 2013

A manobra consiste em distrair as pessoas…

Como todos nós sabemos, o homem tem vindo a pouco a pouco a enganar-se a ele próprio. A sociedade que se construiu não é nem sequer sofrível para se viver. O que se diz na comunicação social é aquilo que todos nós, cinicamente, aceitamos como verdadeiro, mas são, tão-somente, um conjunto de ideias e factos deturpados.     
         
Como? Sim, se eu, tu, representarmos determinada empresa ou instituição e formos deparados com uma situação de termos de falar publicamente, o que é que eu e tu, diremos?
Diremos que a nossa empresa e/ou instituição é a melhor do ramo, que trabalha muito bem e que tudo corre às mil-maravilhas. Mas será tudo isto verdade ?     
         
Daqui se pode concluir que o que se ouve na TV, na Rádio, e o que se escreve nos jornais, é precisamente, aquilo que diz um célebre ditado popular: “Anda meio Mundo a enganar o outro meio”.       
           
Perante isto, o que nos resta. 
        
Eu aposto em dialogar com quem quer discutir assuntos interessantes e aposto também em cultura. Não ouço notícias. Leio um livro, onde as histórias são de papel e não nos afecta. Oiço boa música, que me faça sorrir, chorar e cantar. Vejo um bom filme “Holywoodesco” ou de uma filmografia de outro País. Dou um passeio a pé. Pego na máquina e “bato” umas fotografias.      
       
Qualquer outra coisa diferente é boa. Não quero ser infernizado e martirizado a ouvir os “vendilhões do templo”, como disse (?) Cristo, aqueles que nos fazem mal e nos enganam com todos os dentes que têm na boca.     
         
É um prazer escrever para o meu “blog”. Ali ponho música de que gosto e tento fazer com que mais alguém goste.

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Eu fiz um Pacto com a minha língua, o Português, língua de Camões, de Pessoa e de Saramago. Respeito pelo Português (Brasil), mas em desrespeito total pelo Acordo Ortográfico de 90 !!!