Dá a surpresa de ser

Dá a surpresa de ser É alta, de um louro escuro. Faz bem só pensar em ver Seu corpo meio maduro.

Seus seios altos parecem (Se ela estivesse deitada) Dois montinhos que amanhecem Sem ter que haver madrugada.

E a mão do seu braço branco Assenta em palmo espalhado Sobre a saliência do flanco Do seu relevo tapado.

Apetece como um barco. Tem qualquer coisa de gomo. Meu Deus, quando é que eu embarco? Ó fome, quando é que eu como?

10-9-1930 - Poesias. Fernando Pessoa. (Nota explicativa de João Gaspar Simões e Luiz de Montalvor.) Lisboa: Ática, 1942 (15ª ed. 1995) - 123.

domingo, 22 de julho de 2012

Promiscuidade

Acho que para se ultrapassar esta situação caótica que nos encontramos só poderemos combatê-la, democraticamente, votando em branco, anulando o voto, ou nem sequer votando.
De outra maneira a Democracia só poderá ser protegida pelas armas, e aí será sempre a violência a imperar e isso não será bom para nós. Quer queiramos quer não, a máquina policial carregará sempre contra quem é honesto e trabalha, tem sido sempre assim em qualquer parte do Mundo. Tivemos oportunidade de fazer justiça aqui há muitos anos, contra a ditadura e contra quem nos andou a roubar, e não o fizemos.     
               

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Eu fiz um Pacto com a minha língua, o Português, língua de Camões, de Pessoa e de Saramago. Respeito pelo Português (Brasil), mas em desrespeito total pelo Acordo Ortográfico de 90 !!!