Dá a surpresa de ser
Dá a surpresa de ser É alta, de um louro escuro. Faz bem só pensar em ver Seu corpo meio maduro.
Seus seios altos parecem (Se ela estivesse deitada) Dois montinhos que amanhecem Sem ter que haver madrugada.
E a mão do seu braço branco Assenta em palmo espalhado Sobre a saliência do flanco Do seu relevo tapado.
Apetece como um barco. Tem qualquer coisa de gomo. Meu Deus, quando é que eu embarco? Ó fome, quando é que eu como?
10-9-1930 - Poesias. Fernando Pessoa. (Nota explicativa de João Gaspar Simões e Luiz de Montalvor.) Lisboa: Ática, 1942 (15ª ed. 1995) - 123.
domingo, 19 de abril de 2015
Jazz Standards (CXXXVI)
(Dados Biográficos In Wikipédia e In AllMusic.Com - Todos os excertos das biografias foram adaptados e algumas vezes traduzidos por Ricardo Santos)
(Sobre o tema em questão, algumas palavras retiradas de “in
http://www.jazzstandards.com/compositions/index.htm” - adaptação e tradução por Ricardo Santos)
In a Mellotone / In a Mellow Tone (#140) - Música de Duke Ellington e Letra de Milt Gabler
Duke Ellington e a sua orquestra apresentaram este tema em 1940, e que mais tarde se tornaria um “standard”. Apesar de Duke ter tido três músicas nas tabelas de vendas daquele ano, "Mellotone" não era nenhuma dessas composições.
O período de 1939-1942 é considerado por muitos críticos como a era de ouro da carreira de Ellington. Ele tinha uma banda composta de talentos e Duke se estava produzindo composições originais para a orquestra, como, po exemplo: "Ko-Ko"; "Jack the Bear"; "Warm Valley"; "Sepia Panorama"; e "In a Mellotone”.
O que fez as músicas de Duke tornarem-se grandes êxitos, no entanto, não era apenas a melodia ou a orquestração, mas como ele utilizava os seus músicos solistas, na perfeição, dentro dos seus arranjos. "In a Mellotone" é um exemplo perfeito de como Duke poderia levar as mudanças de acordes de um velho tema, neste caso, a meloda "Rose Room" de 1919, e escrever um simples “riff”, o que hoje é considerado a "cabeça" da melodia, e depois combiná-la com grandes solos. A gravação original contém um dos primeiro solos do saxofonista Johnny Hodges, interpretado em "double time".
Sem dúvida, a razão pela qual esta composição alcançou o “status” de “standard” não foi devido aos acordes ou à melodia, mas sim, o que Ellington fez com ela originalmente e inicialmente e como os músicos de jazz reagiram ao seu conceito. Ellington termina o arranjo com um "lift" inteligente do primeiro solo de Louis Armstrong no registo, "Chimes Blues," gravada por “Creole Jazz Band” do rei Oliver em 1923.
Count Basie (Red Bank, New Jersey, EUA, 21-08-1905 - Hollywood, Florida, EUA, 26-04-1984) Orchestra
Ella Fitzgerald (Newport News, EUA, 25-04-1917 — Beverly Hills, EUA, 15-06-1996)
Joe Pass (New Brunswick, New Jersey, EUA, 13-01-1929 – Los Angeles, California, EUA, 23-05-1994) e Herb Ellis (Farmersville, Texas, EUA, 04-08-1921 - Los Angeles, EUA, 20-03-2010) – Com Joe Pass (guitarra), Herb Ellis (guitarra), Ray Brown (contrabaixo) e Jake Hanna (bateria). Ao vivo no “Concord Summer Festival”, Califonia, EUA.
Duke Ellington (Washington, EUA, 29-04-1899 — New York, EUA, 24-05-1974) Orchestra
Letra
In a mellow tone
Feeling fancy free
And I'm not alone
I've got company
Everything's ok
The live long day
With this mellow song
I can't go wrong
In a mellow tone
That's the way to live
If you mope and groan
Something's gotta give
Just go your way
And laugh and play
There's joy unknown
In a mellow tone
In a mellow tone
In a mellow tone
Feeling fancy free
And I'm not alone
I've got company
Everything's ok
The live long day
With this mellow song
I can't go wrong
In a mellow tone
That's the way to live
If you mope and groan
Something's gotta give
Just go your way
And laugh and play
There's joy unknown
In a mellow tone
In a mellow tone
In a mellow tone
Lamento, algumas eventuais falhas nas letras, encontradas na Internet, devido à própria improvisação dada pelos seus intérpretes, e muitas vezes de difícil entendimento. (Ricardo Santos).
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Tão bom! :)
ResponderEliminarBeijinhos, Ricardo. :)
Muito agradável mesmo, sim Maria !
EliminarObrigado
É sempre bom ouvir estas seleções. :)
ResponderEliminarLuísa sê bem aparecida por aqui, és sempre bem-vinda !
EliminarObrigado
Em estando a Ella (ou a Billie) "em jogo", acabo sempre por preferir a versão dela(s)... :)
ResponderEliminarEu sei que é mais difícil gostar somente de versões instrumentais, mas é uma falsa questão do nosso ouvido e da nossa zona de conforto. Mas gosto de te ver aqui a comentar e a ouvir o que coloco aqui para ser ouvido. A Ella e a Billie serão sempre do melhor que existe em termos de voz !
EliminarObrigado Teresa
Que colecção!!!
ResponderEliminarVou ouvir novamente.
Aquele abraço, boa semana
Pedro fui comentar a tua anedota, mas pelos visto ou te esqueceste de libertar o meu comentário ou foi para ao teu "Spam", ou então foi falhanço meu ... :))
EliminarAs versões são todas boas. A do Duke Ellington é de respeitar, visto ter sido o autor da música, mas a de Count Basie e a dos dois guitarras, Herb Ellis e Joe Pass, são também muito boas, principalmente esta última. Gosto imenso do som da guitarra em instrumentais de Jazz. A versão cantada da Ella, é ELA a ELLA !
Obrigado Pedro
Excelente selecção. Vou aproveitar para ouvir no silêncio da noite!
ResponderEliminarÓptima semana para ti.
Beijinhos Ricardo
Manuela, é bom ouvir e interromper o silêncio da noite para o fazer !
EliminarObrigado
Uma excelente recolha que vou guardar para ouvir com calma.
ResponderEliminarbeijinho e boa semana
Fê
Enquanto eles não as tirarem do Youtube ou cancelarem a exibição por motivos de licenciamento, o que acontece algumas vezes, podes ouvir com calma quando quiseres ! :)
EliminarObrigado Fê
Boa tarde, sempre gostei da voz doce da Ella Fitzgerald, a maneira fácil como cantar, encanta, foi bom recordar.
ResponderEliminarAG
A Ella era/é na realidade uma voz doce e melodiosa. Parece que nasceu para cantar !
EliminarObrigado António