tag:blogger.com,1999:blog-9082510227258774460.post7632288317969406438..comments2023-10-30T09:49:25.282+00:00Comments on O Pacto Português: Guerra na Pele de João Cabral PintoRicardo Santoshttp://www.blogger.com/profile/07989886335617174368noreply@blogger.comBlogger20125tag:blogger.com,1999:blog-9082510227258774460.post-71164550950581468832020-05-21T15:40:25.427+00:002020-05-21T15:40:25.427+00:00Caro José Guerreiro
Acabei de fazer o encaminhame...Caro José Guerreiro<br /><br />Acabei de fazer o encaminhamento do seu mail para ele.<br />Nesta altura de pandemia, é difícil falar um com o outro, eu tenho estado sempre em casa !<br />De qualquer maneira já o avisei pelo mail e pelo Whatsapp.<br />Creio que ele o vai informar como adquirir o livro.<br /><br />Obrigado<br />CumprimentosRicardo Santoshttps://www.blogger.com/profile/07989886335617174368noreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-9082510227258774460.post-72513864830937461712020-05-21T15:11:33.108+00:002020-05-21T15:11:33.108+00:00Boa tarde,
Ando à procura de informação sobre como...Boa tarde,<br />Ando à procura de informação sobre como comprar este livro, pode ajudar-me? Já <br />Muito Obrigada.<br />José Guerreirojoséhttps://www.blogger.com/profile/00476883253065564145noreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-9082510227258774460.post-66311849449155724472019-12-02T22:26:42.935+00:002019-12-02T22:26:42.935+00:00Cara Ana Bernardo
Se puder dê-me um Email seu para...Cara Ana Bernardo<br />Se puder dê-me um Email seu para eu poder direccioná-lo para o meu colega João Cabral Pinto.<br />Obrigado<br />CumprimentosRicardo Santoshttps://www.blogger.com/profile/07989886335617174368noreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-9082510227258774460.post-84864763469682266832019-12-01T18:25:35.740+00:002019-12-01T18:25:35.740+00:00Boa tarde,
Ando à procura de informação sobre com...Boa tarde, <br />Ando à procura de informação sobre como comprar este livro, pode ajudar-me? Já tentei contacto na página de FB mas não obtive resposta. <br />Muito Obrigada. <br />Ana BernardoAna Bernardohttps://www.blogger.com/profile/00909417901910767333noreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-9082510227258774460.post-8103045119770410232019-11-21T18:12:53.833+00:002019-11-21T18:12:53.833+00:00Fernando muito obrigado pela sugestão que me parec...Fernando muito obrigado pela sugestão que me parece excelente para mim e todos os que por aqui passam. Na realidade a poesia é algo que está connosco,portugueses.<br /><br />Alguns links para comprar "online"<br /><br />https://www.wook.pt/livro/antologia-da-memoria-poetica-da-guerra-colonial-roberto-vecchi/10991777<br /><br />https://www.fnac.pt/Antologia-da-Memoria-Poetica-da-Guerra-Colonial-Margarida-Calafate-Ribeiro/a1013440<br /><br />https://www.bertrand.pt/livro/antologia-da-memoria-poetica-da-guerra-colonial-roberto-vecchi/10991777<br /><br />Abraço Ricardo Santoshttps://www.blogger.com/profile/07989886335617174368noreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-9082510227258774460.post-20945088128219241392019-11-21T02:24:41.423+00:002019-11-21T02:24:41.423+00:00Permitam-me mais uma intervenção, para recomendar ...Permitam-me mais uma intervenção, para recomendar a leitura de um livro que considero fundamental para a compreensão da guerra colonial e do que sentiram e viveram todos quantos participaram nela, ou dela sofreram e continuam a sofrer as consequências, diretas e indiretas. É a <a href="https://pt.wikipedia.org/wiki/Antologia_da_Mem%C3%B3ria_Po%C3%A9tica_da_Guerra_Colonial" rel="nofollow">"Antologia da Memória Poética da Guerra Colonial"</a>, de Roberto Vecchi e Margarida Calafate Ribeiro, editada pela Afrontamento em 2011.<br /><br />Sempre ouvi dizer que Portugal é um país de poetas e sempre considerei esta afirmação um mero lugar-comum. Ao ler esta antologia, verifiquei que esta afirmação, afinal, é absolutamente verdadeira. A antologia contém Poesia com P maiúsculo, Poesia da melhor que se escreveu nas últimas décadas!<br /><br />A poesia tem a virtude de dizer em poucas palavras aquilo que a prosa, muitas vezes, não consegue dizer em centenas de páginas, e pode ter uma densidade humana e psicológica que dificilmente se consegue encontrar na prosa. Leia-se, primeiro, esta antologia e depois, então, poder-se-á ler, se se quiser, o que escreveram sobre a guerra prosadores tão ilustres como António Lobo Antunes, João de Melo, Carlos Vale Ferraz, etc.<br /><br />Se não se encontrar à venda nas livrarias, a "Antologia da Memória Poética da Guerra Colonial" está à venda <i>online</i>, segundo me parece.Fernando Ribeirohttps://www.blogger.com/profile/06216015556641622454noreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-9082510227258774460.post-58848709269705555482019-11-20T22:50:35.777+00:002019-11-20T22:50:35.777+00:00Pouco se falou sim sobre a guerra colonial debaixo...Pouco se falou sim sobre a guerra colonial debaixo do jugo fascista. Era importante ouvir a falar os militares que lá estiveram, para que todos entendessemos o quão mau é a guerra que só serve para "alimentar" alguns negócios :((( !!!<br />Obrigado AnaRicardo Santoshttps://www.blogger.com/profile/07989886335617174368noreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-9082510227258774460.post-91073846711261431862019-11-20T22:46:34.073+00:002019-11-20T22:46:34.073+00:00Uma vida militar miliciana cheia de percalços e at...Uma vida militar miliciana cheia de percalços e atribulações. Antes do 25 de Abril as recrutas eram violentas e muitos morreram por lá. No turno equivalente ao meu, mas no ano anterior (1973), tinha morrido um militar debaixo de fogo de uma HK-21. <br /><br />Pois as tatuagens não as faziam na altura a branco ou a outras cores, como hoje se podem fazer.<br /><br />A música angolana era preferida porque, certamente, lembraria a muitos deles a sua terra, os bailaricos, e as mulheres angolanas.<br /><br />Obrigado FernandoRicardo Santoshttps://www.blogger.com/profile/07989886335617174368noreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-9082510227258774460.post-44646673191617323592019-11-20T21:32:38.647+00:002019-11-20T21:32:38.647+00:00Uma publicação altamente enriquecedora... e enriqu...Uma publicação altamente enriquecedora... e enriquecida pelo testemunho do comentarista Fernando Ribeiro!<br />Grata a ambos, por me darem a conhecer melhor... algo de que já não tive a noção na minha geração... e menos ainda, terão as gerações mais recentes... que acharão que sempre se viveu em alegre, e despreocupada democracia...<br />Muito se continua a ignorar, sobre o que foi passado pelos combatentes no Ultramar... e acho que continuam a ser muito desvalorizados os traumas que muitos trouxeram consigo... até hoje...<br />Há muitos anos atrás, ajudei a dactilografar uma pequena parte de um relato de guerra, no caso, de uma emboscada, de uma alta patente do exército, que nunca cheguei a saber de quem seria... quando na altura ainda se estava longe da era dos computadores... e fiquei com uma vaga e parcial ideia... do que por lá realmente se passava... provavelmente seria uma pequeníssima parte, de algum relatório... ou projecto literário, da pessoa em questão... Who knows?...<br />Um grande abraço<br />AnaAna Freirehttps://www.blogger.com/profile/06738719495133628497noreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-9082510227258774460.post-51467690403734408942019-11-20T02:44:19.327+00:002019-11-20T02:44:19.327+00:00Caro Ricardo Santos,
Integrei o 2.º turno de 71 d...Caro Ricardo Santos,<br /><br />Integrei o 2.º turno de 71 do C.O.M. em Mafra e tive uma tropa inverosímil. Logo no 1.º ciclo, 3 camaradas meus morreram afogados durante a instrução (eu podia ter sido o 4.º) e mais dois ficaram feridos, um dos quais cego de um olho, também durante a instrução. Fizemos um levantamento de rancho espontâneo contra a brutalidade de que fomos alvos.<br /><br />Não vou contar tudo o que me aconteceu depois. Apenas direi que fui mobilizado para o norte de Angola, onde vivi várias situações de combate. Comandei um pelotão misto de portugueses e angolanos, que no princípio foram considerados a escória da companhia, mas que acabaram por ser os melhores em todos os sentidos. Tenho imensas saudades dos meus maravilhosos subordinados e guardo as piores recordações de quem me comandou.<br /><br />Só os militares portugueses se tatuavam. Os angolanos não, porque as tatuagens não seriam visíveis na sua pele negra. Quanto às preferências musicais, também havia diferenças entre portugueses e angolanos, em resultado das diferenças de gosto e de cultura, o que não os impediu de serem bons amigos uns dos outros. Os angolanos faziam os seus pedidos musicais para um programa existente numa estação de rádio oficial que só passava música angolana, chamada Voz de Angola. A música mais solicitada pelos militares angolanos talvez tenha sido esta: https://www.youtube.com/watch?v=g5IdXeGTNZ8<br /><br />Um abraço<br />Fernando Ribeirohttps://www.blogger.com/profile/06216015556641622454noreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-9082510227258774460.post-68412182761639820212019-11-18T22:24:35.415+00:002019-11-18T22:24:35.415+00:00Depreendo pelo ano de incorporação que o Fernando ...Depreendo pelo ano de incorporação que o Fernando seja um pouco mnais velho do que eu. Eu integrei o 4.º turno de 74, no CSM em Santarém, a "desmantelada" Escola Prática de Cavalaria. Este turno foi o último nos moldes até ali existentes. No ano de 1975 já não houve. Creio eu, já sem divisões entre soldados, sargentos e oficiais. Tudo era incorporado no mesmo turno e nos quartéis.<br /><br />Estive ainda mobilizado para Angola, em 1975 e formei batalhão, Batalhão de Caçadores 4513, em Santa Margarida, aquartelado no 3.º R.I. Angola já estava independente e o batalhão acabou por ser desmobilizado nos inícios do Verão (O Verão quente político !).<br /><br />Também nunca me tatuei, nem tatuarei. :)<br /><br />Queria agradecer, Fernando, o seu comentário riquíssimo que de alguma maneira veio confirmar aquilo que o meu colega de equipa, de bilhar, diz no livro, sobre as necessidades de fazerem tatuagens. Ele como pode ter lido, nesta publicação, entrevistou "n" ex-combatentes, com tatuagens feitas. O livro é um manifesto interessante "....<br /><br />“Foram conversas muito intensas. Chorei a fazer isto. Não tocava há cinco anos [no projeto] e abrir o livro outra vez e começo a lembrar-me das situações emocionantes que não estão aqui partilhadas. Talvez para uma próxima”, antecipa.<br /><br />“Tenho tido muitas respostas da estrutura militar. Dizem-me que é património cultural. É memória coletiva. Uma memória que não se apaga. Como as tatuagens de quem lá esteve. Não pode desaparecer. São imagens. São memórias. Que se guardam. Que ficam. Que não se podem apagar”, resume.".<br /><br />Obrigado Fernando RibeiroRicardo Santoshttps://www.blogger.com/profile/07989886335617174368noreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-9082510227258774460.post-20038450096429341632019-11-17T13:59:48.676+00:002019-11-17T13:59:48.676+00:00Tudo o que influenciou homens a tatuarem-se está d...Tudo o que influenciou homens a tatuarem-se está descrito no livro nas mais de 200 enrevistas feitas pelo João Cabral Pinto, o meu colega e parceiro de equipa de bilhar às 3 tabelas.<br />Obrigado JanitaRicardo Santoshttps://www.blogger.com/profile/07989886335617174368noreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-9082510227258774460.post-61741333665139734742019-11-17T13:44:32.389+00:002019-11-17T13:44:32.389+00:00É na realidade interessante o livro !
Obrigado Elv...É na realidade interessante o livro !<br />Obrigado ElviraRicardo Santoshttps://www.blogger.com/profile/07989886335617174368noreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-9082510227258774460.post-83010175942946926382019-11-17T13:44:04.511+00:002019-11-17T13:44:04.511+00:00Obrigado Pedro
AbraçoObrigado Pedro<br />AbraçoRicardo Santoshttps://www.blogger.com/profile/07989886335617174368noreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-9082510227258774460.post-62635204374516969712019-11-16T12:29:23.889+00:002019-11-16T12:29:23.889+00:00Permite-me este manifestar de uma opinião, que não...Permite-me este manifestar de uma opinião, que não me foi pedida, Ricardo.<br /><br />É que o fabuloso comentário do teu leitor Fernando Ribeiro, contando a sua experiência sobre a Guerra Colonial, na primeira pessoa, e a importância das tatuagens na vida daqueles que se tatuaram e com ele combateram, impressionou-me deveras.<br /><br />Este parágrafo, no final do seu primeiro comentário, diz tanto, mas tanto, nas entrelinhas...embora eu acredite, que os alvos não sejam os bravos soldados que sob o seu comando combateram.<br /><br /><i> O que terá levado jovens como eles a marcarem a pele de forma indelével com tão rudimentares tatuagens? Esta é uma pergunta à qual não sei responder, pois nunca senti a vontade de me fazer tatuar. Talvez a razão para se fazerem tatuar seja a mesma que leva os militares de carreira a exibir galões, medalhas e penachos. Enfim, este é um assunto para os antropólogos e sociólogos responderem.</i><br /><br />(Acredito que sim!)<br /><br />Obrigada, Ricardo.<br /><br />Parabéns, Fernando Ribeiro.<br /><br />Bom fim-de-semana. Janitahttps://www.blogger.com/profile/03766582646203980620noreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-9082510227258774460.post-56785826163128660662019-11-16T03:08:18.314+00:002019-11-16T03:08:18.314+00:00(continuação)
Segue-se um alinhamento de algumas ...(continuação)<br /><br />Segue-se um alinhamento de algumas das músicas mais pedidas ao programa "A Hora do Soldado", que era transmitido todas as manhãs a partir de Luanda:<br /><br />- "A whiter shade of pale", pelos Procol Harum - https://www.youtube.com/watch?v=Mb3iPP-tHdA<br /><br />- "Amor de mãe", por Teixeirinha - https://www.youtube.com/watch?v=O2nOl74bOB8<br /><br />- "Cheira bem, cheira a Lisboa", por Amália Rodrigues - https://www.youtube.com/watch?v=exhrWRY8iGk<br /><br />- "Domingo à tarde", por Nelson Ned - https://www.youtube.com/watch?v=k_dvbfVNeYk<br /><br />- "Eu te amo, te amo, te amo", por Roberto Carlos - https://www.youtube.com/watch?v=smZaOhv2W1U<br /><br />- "Have you ever seen the rain", pelos Creedence Clearwater Revival - https://www.youtube.com/watch?v=g4flAZEgtjs<br /><br />- "(I Can't Get No) Satisfaction", pelos Rolling Stones - https://www.youtube.com/watch?v=nrIPxlFzDi0<br /><br />- "Onde o sol castiga mais", por Paco Bandeira - https://www.youtube.com/watch?v=peRMFGAa6Lk<br /><br />- "Receba as flores que eu lhe dou", por Nilton César - https://www.youtube.com/watch?v=NMuAyO_IuyA<br /><br />- "Yellow Submarine", pelos Beatles - https://www.youtube.com/watch?v=m2uTFF_3MaAFernando Ribeirohttps://www.blogger.com/profile/06216015556641622454noreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-9082510227258774460.post-4683482601408099172019-11-16T03:06:34.199+00:002019-11-16T03:06:34.199+00:00(continuação)
A evocação da mãe era uma constante...(continuação)<br /><br />A evocação da mãe era uma constante entre os combatentes da guerra colonial. A propósito de tudo e de nada, lá falavam eles na sua querida mãe. «É para isto que uma mãe cria um filho», diziam eles muitas vezes, lamentando-se da sua triste sorte. Curiosamente, o pai raramente era evocado; era sempre a mãe e também era a namorada ou esposa (havia alguns que já tinham casado), enfim, era a companheira para cujos braços ansiavam correr no fim do serviço militar. Mãe, esposa, namorada, amante ou o que quer que fosse, era sempre uma figura feminina que eles evocavam lá longe e por quem choravam.<br /><br />A canção "Mãe", do Conjunto de Oliveira Muge (https://www.youtube.com/watch?v=thc6PicrgNQ), referida pelo autor do livro, foi muito popular em Moçambique, onde foi gravada, e talvez na Guiné, mas em Angola ela era completamente desconhecida. O que se ouvia em Angola era uma outra canção igualmente lacrimogénea, de um cantor brasileiro chamado Teixeirinha, chamada "Amor de Mãe". No programa radiofónico de discos pedidos "A Hora do Soldado", que era transmitido diariamente a partir de Luanda, o "Amor de Mãe" de Teixeirinha nunca faltava. Nunca. Mas não era a única.<br /><br />Uma outra canção que nunca faltava na "Hora do Soldado" era do Roberto Carlos e chamava-se "Eu te amo, te amo, te amo", porque fazia lembrar aos soldados a sua namorada ou esposa. Todos os dias esta canção era pedida. Todos os dias.<br /><br />Uma terceira canção que nunca deixava de passar no programa era do Paco Bandeira e chamava-se "Onde o sol castiga mais". Esta era uma canção que falava da guerra (Paco Bandeira fez comissão militar no norte de Angola) e com a qual os soldados se identificavam completamente, apesar de ter uma letra completamente medíocre e até discutível.<br /><br />O rock também nunca faltava na "Hora do Soldado". Os Rolling Stones e os Creedence Clearwater Revival, então, passavam sempre, com músicas tais como "(I Can't Get No) Satisfaction", "Jumpin' Jack Flash" ou "Let's spend the night together", dos Stones, assim como o "Have you ever seen the rain", "Proud Mary" ou "Down on the corner", dos Creedence.<br /><br />Os Beatles ("Obladi oblada", "Hey Jude" ou "Yellow Submarine") também eram muito solicitados, mas nem sempre. O mesmo se passava com os Doors ("Riders on the storm"), os Procol Harum ("A whiter shade of pale"), os Moody Blues ("Nights in white sattin") e outros.<br /><br />Os militares mais politizados pediam frequentemente a música dos Creedence Clearwater Revival chamada "Fortunate Son" (https://www.youtube.com/watch?v=qV4Q-RSQCq0), porque se referia aos filhinhos do papá que escapavam à guerra do Vietname graças a grandes cunhas e favores, tal como acontecia com os que escapavam à guerra colonial.<br /><br />Por fim, eram sempre (mas sempre) pedidos para o programa algumas das canções mais pirosas do Brasil e que estavam então na moda, do Nelson Ned, do Lindomar Castilho, do Nilton César, etc.<br /><br />(continua)<br />Fernando Ribeirohttps://www.blogger.com/profile/06216015556641622454noreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-9082510227258774460.post-2474259184118352932019-11-16T03:01:23.400+00:002019-11-16T03:01:23.400+00:00Sou antigo combatente, mas não tenho tatuagens. Es...Sou antigo combatente, mas não tenho tatuagens. Estive em Angola como alferes miliciano atirador de Infantaria entre 1972 e 1974. Comandei um pelotão, integrado numa companhia de caçadores. Em Santa Margarida, antes da partida para Angola, os meus soldados apareceram-me quase todos tatuados. Tinham tatuagens muito toscas com os dizeres habituais: "Amor de Mãe", "Amor de Pais", "Angola 72-74", um coração, o nome da namorada, etc.<br /><br />- O que é isto? - perguntei-lhes.<br /><br />- São tatuagens, meu aspirante - responderam-me. - Fomos ao Bairro Alto, em Lisboa, onde há um gajo que faz tatuagens. Nós agora somos guerreiros, meu aspirante!<br /><br />- Guerreiros, vocês? Vocês podem impressionar as miúdas com essas tatuagens, mas a mim não impressionam. Em Angola é que eu quero ver os guerreiros!<br /><br />Ficaram ofendidos com esta minha observação. Responderam-me:<br /><br />- O meu aspirante não confia em nós? Pois pode confiar! Nós vamos mostrar-lhe que somos guerreiros de verdade. Pode crer! O meu aspirante ainda vai ter orgulho em nós!<br /><br />Foram palavras proféticas, estas. Tive e tenho o maior orgulho em ter comandado os soldados mais valentes e mais generosos do mundo. Eles enfrentaram as balas de peito descoberto, avançaram por caminhos minados, contornaram armadilhas mortais, foram até onde ninguém tinha ido antes, mas acima de tudo nunca deixaram de ser sensíveis à morte e ao sofrimento humano. Nunca se deixaram desumanizar. Eles foram os melhores.<br /><br />O que terá levado jovens como eles a marcarem a pele de forma indelével com tão rudimentares tatuagens? Esta é uma pergunta à qual não sei responder, pois nunca senti a vontade de me fazer tatuar. Talvez a razão para se fazerem tatuar seja a mesma que leva os militares de carreira a exibir galões, medalhas e penachos. Enfim, este é um assunto para os antropólogos e sociólogos responderem.<br /><br />(continua)<br />Fernando Ribeirohttps://www.blogger.com/profile/06216015556641622454noreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-9082510227258774460.post-68291559187032071142019-11-15T23:31:26.114+00:002019-11-15T23:31:26.114+00:00Deve ser muito interessante.
Abraço e bom fim de s...Deve ser muito interessante.<br />Abraço e bom fim de semanaElvira Carvalhohttps://www.blogger.com/profile/07080776366776921716noreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-9082510227258774460.post-19192062828547979162019-11-15T02:28:40.314+00:002019-11-15T02:28:40.314+00:00A guerra vivida por dentro.
Já ouvi tantos relatos...A guerra vivida por dentro.<br />Já ouvi tantos relatos de quem a viveu.<br />Aquele abraço, bfds Pedro Coimbrahttps://www.blogger.com/profile/03833470005651536885noreply@blogger.com