Dá a surpresa de ser

Dá a surpresa de ser É alta, de um louro escuro. Faz bem só pensar em ver Seu corpo meio maduro.

Seus seios altos parecem (Se ela estivesse deitada) Dois montinhos que amanhecem Sem ter que haver madrugada.

E a mão do seu braço branco Assenta em palmo espalhado Sobre a saliência do flanco Do seu relevo tapado.

Apetece como um barco. Tem qualquer coisa de gomo. Meu Deus, quando é que eu embarco? Ó fome, quando é que eu como?

10-9-1930 - Poesias. Fernando Pessoa. (Nota explicativa de João Gaspar Simões e Luiz de Montalvor.) Lisboa: Ática, 1942 (15ª ed. 1995) - 123.

quarta-feira, 21 de dezembro de 2016

Eyes Thru Glass (IX) – Ericeira

Aqui neste blogue e no “Eyes thru Glass“ mostro aquilo que os meus olhos vêem, através da objectiva.

Aqui ficarão somente as fotos, sem texto ficcional e sem música, apenas uma breve introdução, onde são tiradas e quando, e eventualmente alguma especificação técnica. Cliquem sobre a primeira foto para poderem vê-las em formato maior.  
No dia 23 de Agosto de 2014, andei pela Ericeira. Uma vila piscatória muito simpática.










sexta-feira, 16 de dezembro de 2016

O Elixir de Amor de Caetano Donizetti


Mais uma célebre Ópera, obrigatória conhecer.

A escolha erudita desta vez recai, sobre a ópera de Caetano Donizetti, “O Elixir de Amor”.

Resumo da história desta Ópera

A acção decorre numa aldeia vasconça, nas cercanias de Baiona.

Este é o caso de Nemorino, um rapaz pobre e tímido, apaixonado por Adina, uma jovem de posição, "coquette", ilustrada e caprichosa, a quem um dia ele ouve ler a história de Tristão e Isolda e do seu filtro mágico. Quando chega à aldeia, Dulcamara, charlatão ambulante que, com os seus modos teatrais, diz ser médico e tudo e a todos vende, Nemorino, o ingénuo, compra-lhe um “elixir de amor” que, afinal, nada mais é do que uma garrafa de bom vinho.
Um tanto toldado dá-se conta de que, subitamente todas as raparigas da aldeia o requisitam, mas desconhece ser apenas por que irá receber a herança de um seu tio que acaba de falecer. Por sua vez Adina, enciumada, e perplexa perante o desplante das novas atitudes do pretendente, agasta-se e diz querer apressar o seu casamento com Belcore, sargento fanfarrão empenachado com quem tem um compromisso. A ideia é vingar-se de Nemorino, mas na verdade Adina está seduzida… e tudo dá grandes voltas, como na vida, onde, por vezes, correm furtivas lágrimas… Belcore parte para a guerra com os seus recrutas desarrimados e até convém, a orquestra suspira e Dulcamara diverte-se, come e bebe. Todos festejam, o enlace.

Personagens de O Elixir de Amor

Adina, rendeira rica e estouvada ………………….. Soprano
Nemorino, lavrador timorato e apaixonado por
            Adina ………………………………………… Tenor
Belcore, sargento da guarnição na aldeia …………Barítono
Dr. Dulcamara, charlatão …………………………….Baixo “Buffo” (1)
Gianetta, aldeã ………………………………………..Soprano

Aldeãos e aldeãs soldados e músicos do regimento

(1) – Baixo “Buffo” é um baixo que assume um papel cómico.

Do autor Caetano Donizetti, … (excertos)

Nascido em Bérgamo a 29 de Novembro de 1797, Caetano Donizetti, pode dizer-se que desde o berço deu mostras inequívocas de forte propensão musical e seu pai, não obstante viver com grandes dificuldades, não quis contrariar-lhe a vocação e matriculou-o no Liceu Musical da sua cidade natal, onde estudou canto com Francisco Salari (1751-1828), piano com António Gonzales (1764-1830) e harmonia e composição, com o célebre compositor bávaro João Simão Mayr (1763-1845). Aos dezanove anos, foi recomendado por este último, a sua ida a Bolonha dar os últimos retoques no estudo do contraponto com o Padre Mattei (1750-1825).
Regressado a Bérgamo, quis dedicar-se à composição teatral, mas o pai, desta feita, não gostou dos seus desígnios, pois, desejoso de aumentar o seu magro orçamento familiar, preferia que ele se consagrasse ao ensino. Na mira de pôr cobro às querelas constantes, Donizetti resolveu assentar praça, seguro de que poderia empregar as horas de lazer na satisfação dos seus desejos. Posto em prática o seu plano, foi colocado em um regimento da guarnição de Veneza e, a 14 de Novembro de 1818, tentou fortuna com a sua primeira ópera, “Henrique de Borgonha”, e foi bem sucedido.
Donizetti produziu uma série de partituras que lhe asseguraram a imortalidade e suscitaram os maiores êxitos em toda a Europa. No número delas se conta com o “melodrama” O Elixir de Amor, composto sobre um libreto do insigne Felix Romani (1788-1865) e representado pela primeira vez, com enorme êxito, em Milão, no Teatro “della Canobbiana” a 12 de Maio de 1832. Em Lisboa, foi a 26 de Outubro de 1840, em benefício do camaroteiro de São Carlos, que se ouviu pela primeira vez esta ópera.
Caetano Donizetti falece em 1848.

Texto extraído e adaptado de:
Colecção "Ópera", Volume 20, Direcção Mário de Sampayo Ribeiro, Editor Manuel B. Calarrão, Lisboa, Março de 1948, Preço 5$00.

DVD indicativo: Em www.amazon.fr a ópera “Elixir de Amor”.

Trechos Musicais
1º. Acto
Quanto é bella, quanta è cara ! (Rolando Villazon – Nemorino, Tenor)


Della crudele isotta (Kathleen Battle - Adina, Soprano)


Come paride vezzoso (Pablo Elvira – Sargento Belcore, Barítono)




2º. Acto
Udite, udite, O rustici ! (Ildebrando D'Arcangelo - Dr.Dulcamara, Baixo “Buffo”) 


4º. Acto
Una furtiva lágrima (Luciano Pavarotti - Nemorino,  Tenor) 

terça-feira, 13 de dezembro de 2016

Violino (V) – Groups & Soloists of Jazz


(Dados Biográficos In Wikipédia e/ou In AllMusic.Com - Todos os excertos das biografias foram adaptados e algumas vezes traduzidos por Ricardo Santos)

Um novo formato na rúbrica “Groups & Soloists of Jazz”. Desta vez escolherei um instrumento e trarei aqui quatro intérpretes (pelo menos) do referido instrumento. Poderão haver mais publicações sobre o mesmo instrumento.       

Didier Lockwood (Calais, França, 31-12-1949 - 20xx)
Over the Rainbow, composição de 1938, música de Harold Arlen e Letra de Yip Harburg Live Jazz “Sous Les Pommiers” em 2015, com o guitarrista Biréli Lagrène.


Jean-Luc Ponty (Avranches, França, 29-09-1942 - 20xx)
Mirage, do álbum “Enigmatic Ocean” de 1977. Aqui no Festival de Jazz de Montreux (Suiça) de 1982. Com Jean-Luc Ponty (violino), Allan Zavod (teclas), Jamie Glaser (guitarra), Rayford Griffin (bateria) e Keith Jones (baixo).


Stéphane Grappelli (Paris, França, 26-01-1908 — Paris, França 01-12-1997)
Blue Moon, composição de 1934, da autoria de, música Richard Rodgers e letra de Lorenz Hart, tocada aqui por Stéphane Grappelli (violino), Martin Taylor (guitarra) e Jon Burr (contrabaixo).


Svend Asmussen (Copenhaga, Dinamarca, 28-02-1916 - 20xx)
It Don't Mean a Thing If It Ain't Got That Swing, do DVD Jazz Clube Montmartre e gravado em Copenhaga (Dinamarca) em 1986, com Svend Asmussen (violino), Niels-Henning Ørsted Pedersen (contrabaixo), Kenny Drew (piano) e Ed Thigpen (bateria).

sábado, 10 de dezembro de 2016

Eyes Thru Glass (VIII) - Sesimbra

Aqui neste blogue e no “Eyes thru Glass“ mostro aquilo que os meus olhos vêem, através da objectiva.

Aqui ficarão somente as fotos, sem texto ficcional e sem música, apenas uma breve introdução, onde são tiradas e quando, e eventualmente alguma especificação técnica. Cliquem sobre a primeira foto para poderem vê-las em formato maior. 
No dia 30 de Janeiro de 2010, em Sesimbra, “bati” talvez as melhores e das últimas fotos, que fiz com a minha HP PhotoSmart 850. 
Durante muitos anos, Sesimbra em Setembro, foi o local das minhas férias de Verão. Com os meus pais e no início de cada mês nove, apanhávamos a camioneta do João Maria dos Anjos, para esta maravilhosa praia. A viagem durava mais de uma hora. A primeira vez foi em 1957, no ano em que completei 4 anos.








segunda-feira, 5 de dezembro de 2016

Jazz Standards (CLVIII)

(Dados Biográficos In Wikipédia e In AllMusic.Com - Todos os excertos das biografias foram adaptados e algumas vezes traduzidos por Ricardo Santos)

(Sobre o tema em questão, algumas palavras retiradas de “in
http://www.jazzstandards.com/compositions/index.htm” - adaptação e tradução por Ricardo Santos)

I Can't Give You Anything but Love (#162) - Música de Jimmy McHugh e Letra de Dorothy Fields
Esta canção foi cantada por Aida Ward e Willard McLean na comédia musical de Broadway, “Blackbirds” de 1928. O programa apresentou um elenco composto por alguns dos melhores artistas afro-americanos, incluindo Florence Mills, Ethel Waters e Bill "Bojangles" Robinson. “Blackbirds” chegavas às 518 apresentações, e "I Can not Give You Anything But Love" foi o sucesso do espectáculo. A popularidade da melodia pode ser facilmente determinada a partir da informação das tabelas de vendas, especialmente a partir de 1928:

Cliff Edwards (1928, vocal, Nº. 1);
Ben Selvin e sua orquestra (1928, Nº. 2);
Johnny Hamp's Kentucky Serenaders (1928, Hal White, vocal, Nº. 4);
Segar Ellis (1928, vocal, Nº. 19);
Gene Austin (1929, vocal, Nº. 12);
Nat Shilkret Rhyth-Melodists (1929, Nº. 12);
Teddy Wilson e sua orquestra (1936, Billie Holiday, vocal, Nº. 5); e
Rose Murphy (1948, vocal, Nº. 13).

Lady Gaga (Manhattan, New York, EUA, 28-03-1986 - 20xx) e Tony Bennett (Queens, New York, EUA, 03-08-1926 - 20xx) – Video de estúdio


Diana Krall (Nanaimo, Canadá, 16-11-1964 - 20xx) – 15 de Agosto de 1998, no Festival de Jazz de Newport


Ringmasters (Estocolmo, Súecia, 20xx - 20xx) - Jakob Stenberg (tenor), Rasmus Krigström (lead), Emanuel Roll (barítono) e Martin Wahlgren (baixo). Filiados na “Society of Nordic Barbershop Singers”, este grupo sueco, exibe um conjunto vocal muito bom e, obviamente, muito agradrável de ouvir, como o são, estes grupos vocais.


Peggy Lee (Jamestown, North Dakota, EUA, 26-05-1920 – Bel Air, California, EUA, 21-01-2002), Dean Martin (Steubenville, Ohio, EUA, 07-06-1917 – Beverly Hills, California, EUA, 25-12-1995) e John Allan "Jack" Jones (Hollywood, California, EUA, 14-01-1938 - 20xx)


Letra

I can't give you anything but love, baby
That's the only thing I've plenty of, baby
Scheme a while dream a while
We're sure to find
Happiness and I guess
All those things you've always pined for
Gee, I'd like to see you looking swell, baby
Diamond bracelets wool worth doesn't sell, baby
Till that lucky day
You know darned well, baby
I can't give you anything but love

Lamento, algumas eventuais falhas nas letras, encontradas na Internet, devido à própria improvisação dada pelos seus intérpretes, e muitas vezes de difícil entendimento. (Ricardo Santos).